24 Any

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Não fui demitida nem nada do tipo, a verdade é que nem tocar no assunto tocamos mais, foi como se aquela cena não tivesse acontecido, apesar de não conseguir olhar pros meus chefes sem rir.

— Pode entrar. - Tiro a cara do computador ao escutar os leves toques em minha porta.

— Com licença. - Sorrio fraco para Marcus e o mesmo entra. — Aquela companhia de São Francisco entrou em contato. - Ele para na frente da minha mesa sorrindo, ele tá uma semana já no jogo de me mostrar que é um cara digno de me levar pra sair.

— Boas noticias ? - Marcus balança a cabeça negativamente.

— Eles querem cinquenta a cinquenta.

— Mas fomos nós que encontramos o elenco.

— Eu sei, mas eles disseram que os recursos pras audições vieram deles.

— Que recursos ? O teatro é público eles não pagaram nem locação. - Esbravejo. — Querem cinquenta por cento por bancarem um cafézinho ? - Marcus dá os ombros.

— O que a gente faz ?

— Vou ligar pro Krystian e ver. - Digo já pegando o telefone.

— Any só mais uma coisa. - Olho pra ele enquanto espero Krys atender. — Sai comigo?

Krys: Diz que sim. - Me assusto ao escutar sua voz no telefone. Suspiro fundo lembrando de todas as vezes que neguei nessa semana, e em todas minhas desculpas esfarrapadas. Solto o ar que tinha prendido e balanço a cabeça positivamente. Mal não vai me fazer.

— Isso. - Marcus comemora saindo da sala. — Hoje a noite ? - Aponto pro celular no meu ouvido mostrando que nosso chefe já havia atendido a ligação e ele sai com sorriso enorme.

Ligação on.

Krys: Boa escolha garota.

Any: Não foi pra isso que liguei. - Krys grunhi entediado do outro lado.

Krys: Que saco, trabalho e mais trabalho não é?...
         
                             

                       》》》》》》

De alguma forma eu sempre paro aqui, Marcus me trouxe pra agora famosa Boate do Jill, pode até parecer o lugar mais estranho pra um primeiro encotro, mas aqui não é como as outras,  deveria se chamar boate só aos finais de semana, por que nos outros dias se torna um lugar bem "family friend" Tem o dia do Karaokê, o dia da música onde bandas e músicos nos presenteiam com seus talentos, dia dos comediantes...

Retoco o batom vermelho na frente do espelho com cuidado pra não borrar, o vinte quatro horas na embalagem pode ser mais conhecido como um misero borrão e você pode cagar toda a sua face.

Guardo a pequena embalagem na bolsa e arrumo meus cachos num coque bagunçado deixando duas mexas soltas. Pra quem veio direto do trabalho eu estou bem arrumada. Saio do banheiro e meus olhos lutam um pouco pra se acostumar com a mudança de luz.

Aceno de longe pra Jill que me vê do balcão, me pergunto se ele está preocupado com minha presença aqui já que nas últimas vezes não foram das melhores, em uma dois caras brigaram e na outra eu sai praticamente arrastada de tão bêbada.

Jill acena de volta com um leve sorriso, arrumo meu vestido antes de me juntar a marcus no banco de couro.

— Sua bebida já chegou. - Ele me indica qual é meu copo, mesmo que o dele esteja quase na metade.

— Por que ?

— O que ?

— Quis sair comigo. - Dou o primeiro gole minha bebida.

Uma Noite De Mentiras Onde histórias criam vida. Descubra agora