Uma Noite De Mentiras

34 Any

Inconsequente:

Adjetivo e substantivo de dois gêneros

que ou aquele que não mede as consequências de seus atos e/ou palavras; irresponsável, imprudente, leviano.

É exatamente o que estou sendo agora, mas nem dempre ser inconsequente é algo ruim certo? Me diga que estou certa.

Viva como se fosse seu último dia, cometa loucuras, se jogue sem medo, foi pensando assim que eu pedi Josh Beauchamp em namoro. Na verdade não foi tão fácil, foi necessário uma hora brigando com Heyoon e ela me chutar pra fora de casa.

Fui até sua casa sem saber o que falar ou fazer, mas quando vi aqueles olhos azuis que me penetram de uma forma absurda parados ali na minha frente, e seu rosto sem reação as palavras simplesmente saíram.

"— Namora comigo ? "

Repentino e irracional eu sei, mas se tem algo que eu não faço quando estou com Josh é pensar, tudo sobre ele é meu coração que decide e o resto do meu corpo só aceita, se as pessoas se apaixonam a primeira vista eu não estou tão rápida assim. Tenho certeza que quando Heyoon disse que eu precisava dar um jeito nessa situação não foi exatamente isso que ela estava querendo dizer, mas qual é, é meu jeito de fazer as coisas, eu me jogo de cabeça eu me entrego de primeira, e não vou pedir desculpas por ser assim.

"Aquilo que tememos acontece mais rápido do que aquilo que desejamos" Lembro bem de escutar essa frase no corredor do hospital pouco antes da minha vó vir a falecer, então decidi que dessa vez não vou deixar a vida me pregar peças, vou fazer o que eu desejo antes que meu medo chegue.

— Terra chamando Any. - A voz de Josh me trás de volta ao lugar. Me ajeito no meio de suas pernas e lavanto a cabeça até encontrar seus olhos. - Parecia estar com pensamento longe.

— Não na verdade, eu tava pensando em você.

— Em mim ? - Apoio a cabeça em seu peito e apenas assinto mostrando que não vou dizer mais nada. Josh acarecia meus cabelos e eu me aconchego em seu peito. De alguma forma viemos parar na praia as quatro da madrugada, ele simplesmente me colocou no carro e dirigiu até aqui, caminhamos pela areia de mãos dadas até cansarmos e então nos sentamos olhando pra essa imensidão toda iluminada apenas com a lua.

— Você tem certeza que não quer voltar atrás?

— Você quer? - Pergunto sem encara-lo por medo de sua resposta.

— Não eu não quero, é só que... Por que eu Any?

— E por que não seria você? - Josh suspira e já sei decor o discurso que está por vir, então nem o deixo começar. — Josh sabe por que eu voltei atrás essa noite ? - Desgrudo do seu corpo pra poder olha-lo.

— Hum.

— Porque eu entendi que não era de mim que você tava fugindo exatamente, e sim que você foge de qualquer tipo de relacionamento, só que por algum motivo você me deixou entrar, então resolvi te segurar de uma vez. Você tá com medo eu sei, eu também tô, eu sai de um relacionamento não tem tanto tempo, eu sei que posso me machucar a qualquer instante, sei que posso te machucar também... mas ao mesmo tempo Josh é muito mais dificil te manter longe, eu te quero comigo, a gente pode estar pulando muitos passos e podemos estar cometendo o maior erro das nossas vidas eu sei, mas...

Sou impedida de continuar falando quando seu lábio se gruda ao meu da forma mais sutil e devastadora ao mesmo tempo, sua mão acarecia meu rosto de maneira tão carinhosa que sinto meu coração literalmente derreter. Estou arrepiada da cabeça aos pés e sei que não é por conta do vento gelado que bate contra nós.

Seu sabor não me sacia pelo contrario me faz querer mais, é em momentos como esse que parecebo que eu nunca tinha amado antes de verdade, não desse jeito, não nessa intensidade. É facil achar quem te faça bem, é facil gostar de alguém por suas atitudes, se encatar por palavras, agora perder o controle com um simples toque, com um cheiro, isso é diferente, é quente e frio, é certo e errado, é simplesmente impossível de se explicar, porque não é racional.

— Isso é tão clichê. - Rio contra seus lábios.

— E minha namorada adora estragar o momento. Vem comigo. - Josh puxa minha mão nos levantamos juntos da areia então ele sai me puxando ao lado contrário do mar. Deixamos a areia e atravessamos a rua, me pergunto onde vamos assim desse jeito, deixamos chinelo, celulares, tudo dentro do carro e não é pro lado do veículo que estamos indo.

Josh empurra a grande porta de vidro de um hotel.

— Josh.

— Só confia. - Ele se direciona até a recepção ainda me puxando pela mão.

— São quase cinco da manhã sabia Beauchamp ? - O homem ao outro lado do balcão diz com um enorme sorriso no rosto.-- No que tá metido dessa vez?

— Numa enrascada das grandes. - Josh aponta pra mim tirando uma gargalhada do homem. — Por um acaso, assim, não teria um quarto de bobeira ?

— Sabe ler Josh? - O cara pegunta sério e Josh assente. — Então sabe que na entrada tá escrito hotel e não motel né. - Os dois gargalham e eu coro envergonhada com a situação. — Pra você sempre tem um lugar filho. - O homem mexe em alguma coisa por trás do balcão então joga uma chave que Josh pega no ar.

— Obrigado senhor Hidalgo. - O loiro agradece.

— Senhor Hidalgo sério? Depois de todos esses anos indo na minha casa, depois de tirar minha filha de baixo do meu teto precisa de toda essa formalidade? - O homem continua reclamando enquanto andamos em direção ao elevador.

— Hidalgo? - Pergunto quando as portas se fecham.

— Ele é pai da Sabina. - Josh me informa, agarrando meu corpo grudado ao dele.

O hotel com certeza não é coisa pequena e barata, pecebi isso desde que entramos, mas agora depois de ver o quarto fico imaginando quão rico os Hidalgo são, só o banheiro é maior que meu quarto.

— Banheira ou cama ? - Josh pergunta malicioso.

— Deixa eu ver, tomar banho ou dormir. - Me faço de ingênua.

— Ei, nenhuma dessas opções foi colocada pra você, eu disse pra escolher o lugar não o que iamos fazer.

— Não consigo escolher, não dá pra ser nos dois ?

— Agora estamos falando a mesma língua morena. - Josh diz antes de me beijar.

Sua boca toma a minha com uma sagacidade indescritível, da pra acreditar que esse homem é só meu nesse momento, eu poderia facilmente escrever um poema romantico agora só sobre seus olhos, ou seu sabor, mas prefiro usar meus esforços pra algo mais prazeroso.

— Você tem noção do que faz comigo ? - Josh pergunta me despindo.

— Não, o que eu faço com você ?

— Quando eu descobrir te conto.