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Ainda estava chocada com as informações sobre a igreja unificadora, se já a detestava antes, agora achava seus membros verdadeiros monstros. Entendia o ódio aos fae, mesmo que nunca tenha sentido, no meu caso sempre foi puro medo. Mas crianças que não tinham culpa de nada? Era horrível.

Estava deitada na cama de casal de Pablo ao lado de Riwty, ambos olhando para o teto. Ele provavelmente também pensava no que havia me contado. Era tudo tão complicado, mais do que eu esperava.

Logo Pá subiria para conversarmos. Também precisava falar com Ester, ela estava tão deprimida. Talvez minha proposta sobre morar aqui enquanto eles se mudam para nossa casa a deixasse mais feliz. O problema é que isso diminuía em um mês minhas chances de me livrar do casamento.

O que eu faria se me livrasse do casamento? De qualquer maneira não conseguiria abrir minha loja de roupas. A maior vantagem seria não estar presa a um casamento com um homem que ama outro.

Senti meu cabelo ser puxado e virei minha cabeça para Riwty, ele enrolava uma mecha nos dedos. Ele enfiou o rosto entre os fios e cheirou.

-Já falei que adoro seu cheiro?

-Eu já disse que não tenho cheiro de nada.

-O olfato humano é ruim.

-Então qual é meu cheiro?

Ele se afundou mais ali e puxou meu corpo, ficando de conchinha comigo. Agora sentia sua respiração em meu pescoço. Estremeci com a sensação e me controlei para não me arquear em sua direção.

-Pão fresco, morango e floresta._ Disse com a voz abafada.

Eu tinha cheiro de padaria pelo visto.

-Seria melhor você se transformar em gato.

-A porta está trancada.

-Podem ouvir sua voz.

-Estamos falando baixo. Não seja chata, quase não fico mais na minha forma fae. Se pelo menos fosse em meu animal original não incomodaria, mas como gato sempre fico um pouco desconfortável. Como se usasse uma roupa muito apertada.

-Tudo bem.

Tentei colocar um pouco de distância entre nossos corpos, mas ele não deixou.

-Por que está me apertando?

-Porque eu gosto. Fique quieta e durma.

Eu realmente poderia fazer isso enquanto esperava Pá e Ester chegarem. O sono chegou fácil com o abraço de Riwty, aquilo me deixava calma e emocionalmente aquecida.

No meu sonho eu estava boiando em um lago límpido, com um céu de azul bem claro e sem nenhuma nuvem acima de mim. As árvores ao redor tinham flores amarelas e uma caiu em meu rosto

A risada veio seguida de uma mão para tirar o objeto de mim. Não conseguia distinguir as feições do homem, mas eu o conhecia.

-Linda.

Senti que corava. O homem passava a mão em meu corpo e percebi que estava nua, mas aquilo parecia natural. Só havia feito sexo com dois homens, mas sentia que não era nenhum deles. Ele girou meu corpo na água e massageou meus pés. Quem era ele?

-Eu adoro seu cheiro.

Riwty colou os lábios nos meus e me pegou no colo. Andou comigo até a beira do lago e me deitou na grama macia.

Seu beijo era delicado, como se lidasse com algo extremamente frágil. Seus dedos roçavam meu cabelo, mas ele os deixou para tocar meus mamilos.

-Tão linda, tão linda. Eu adoro você. Não sabe quanto penso em você.

Eu gemia conforme suas mãos massageavam meus seios. Ele se abaixou e lambeu meu clitóris. Soltei um gritinho. Quando sua boca me chupou parei de pensar. Nunca tinha sido tão bom.

Riwty segurou meu quadril para que eu não saísse da posição. Sua língua lambeu minha entrada e ele pareceu gemer. Mas eu não sabia, só tinha vagas impressões do mundo exterior.

Riwty subiu novamente e se colocou entre minhas pernas. Senti a cabeça do seu pênis entrar e tentei me forçar para cima, ele estava indo muito devagar.

-Ellie, cheguei. Quando puder saia para termos aquela conversa._ Disse Pá do outro lado da porta.

Olhei para baixo e vi o Rosto de Riwty, sua boca inchada dos meus beijos. Conseguia sentir seu pau duro e nós dois ofegávamos. Ele abriu um sorriso debochado, mas seus olhos ainda demonstravam desejo e descontrole.

Saí de cima dele e fiquei respirando profundamente do outro lado da cama.

-Eu não fiz nada, você que veio para cima de mim.

Fiquei vermelha e me senti tentada a dizer que tinha sonhado com Beto, mas apenas me levantei, desamassei minha saia, fiz um nó com o cabelo e saí sem olhar para trás.

AceitoOnde histórias criam vida. Descubra agora