Um Toque de Confiança - Meu Clichê (Livro 2) (Concluída)

Prólogo

Antes.

Ellen...

Sair de Londres foi mais fácil do que eu imaginei que seria, deixar tudo para trás, minha família, meus amigos, meu estúdio, obviamente eu sentiria falta deles, afinal os amo e passar esse ano longe vai me matar de saudade. Mas, eu tenho consciência que preciso de um recomeço, preciso parar, respirar, pensar sobre a minha vida, sobre meus sentimentos.

O que aconteceu com Lincon só veio me mostrar como eu escolho errado os homens que deixo entrar em vida e fazer morada em meu coração, ao longo dos meus 27 anos um após outro se mostrou uma escolha errada, homem infiéis, controladores, desonestos, que não me amavam ou me respeitavam, que me abandonaram na primeira adversidade. As vezes eu sinto que tem um letreiro acima da minha cabeça dizendo "cafajeste são bem-vindos."

Todos eles me mostraram que talvez esse amor que eu sonhei por muito tempo, um sentimento que abala as estruturas, que nos faz querer viver ao lado da pessoa amada para sempre, enfrentar qualquer coisa, o amor que eu via entre meus pais desde que me entendo por gente, ele não é pra mim. Eu nunca vou viver uma coisa assim e entregar minha alma a um cara errado depois do outro só me trará sofrimento, por isso eu decidi não mais amar, não me entregar a mais ninguém, não deixar que outro homem toque meu coração e Não importa o que Meg e Natalie digam, eu sei que isso é o melhor pra mim no momento. Sonhos românticos não me levaram a lugar algum.

Então isso acaba agora, a partir do momento que esse avião pousar eu serei uma nova mulher, alguém que não se ilude ou sofre por amor. Eu preciso acertar meus pensamentos, preciso de uma limpeza espiritual e que lugar melhor para isso do que a Índia? O país mundialmente conhecido pela yoga e meditação. Vai ser ótimo estar nesse lugar para me reencontrar, me conectar comigo mesma, tirar de mim esse meu famigerado dedo podre e arrancar de vez os vestígios de Lincon do meu coração, por que embora eu negue pra todo a inclusive pra mim, ele ainda mexe comigo.

As doze horas de voo se passam enquanto eu mergulho em meus pensamentos, não consigo pregar o olho um minuto sequer, minha cabeça é um turbilhão de coisas, me remexo desconfortável na poltrona amaldiçoado a hora que eu achei ser uma boa ideia viajar por 12 horas com uma roupa apertada. "O que eu tinha na minha cabeça? Devia ter vindo de moletom."

Quando finalmente o avião aterrissa no aeroporto Internacional de Mumbai me sinto cansada e dolorida, tudo que eu mais desejo é encontrar uma cama onde eu possa descansar meu corpo cansado depois de meio dia dentro de um avião sem conseguir ou ao menos tentar dormir.

Com a ajuda dos céus eu passo sem problemas pela imigração, o aeroporto é amplo e agitado, com pessoas andando de um lado para o outro apressadas, algumas vestindo trajes típicos da cultura do país, belos e coloridos e outras com roupas normais aos olhos de uma ocidental.

Parei nas calçada lado de fora do aeroporto olhando a rua a minha frente, parecia um cenário de algum filme de catástrofe, no qual as pessoas tentam sair da cidade o mais rápido possível causando uma verdadeira loucura no trânsito, é exatamente assim que eu me sinto, pois carros transitam de um lado para o outro, pessoas se esgueiram por entre os carros, bicicletas, motocicletas fazem o mesmo trajeto, isso tudo em uma rua sem sinalização.

"Isso que é viver perigosamente."

Alguns minutos se passaram enquanto eu observava o mar colorido e ondulante a minha frente, estava maravilhada com o cenário novo e prometo renovar minhas energias. Por fim, chamei um táxi e dei o endereço do hotel no qual ficarei hospedada até encontrar um apartamento.

**

Ellen...

Faz dois meses que estou na Índia, demorou alguns dias para eu me acostumar com o trânsito que parecia caótico, mas que possuía uma ordem no caos, ainda é estranho vendo as pessoas me olhando de lado quando entro em alguns lugares usando minhas roupas, mas estou cada dia mais encontrada com o lugar.