Capítulo 9.

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Ellen...

Me olhei no espelho lembrando da noite anterior, John está se mostrando uma companhia ótima, é fácil falar com ele, a conversa flui naturalmente, parece que sempre fomos amigos, parece que nos conhecemos há muito mais tempo do que realmente nos conhecemos. É como se antes de nós conhecermos em corpo já nos conhecíamos em alma, sei lá, sinto uma conexão estranha com ele, vocês sabem como é quando a gente conhece uma pessoa e parece que simpatizamos de cara.

Sorri das bobagens que eu vinha pensando, esse é o efeito de acordar tão cedo no fim de semana depois de ir dormir bem tarde por ter feito backup das fotos do evento antes de dormir. Lavei o rosto com água fria para ficar desperta, me arrependi no instante em que a água fria tocou minha pele, mas resisti e continuei, escovei os dentes e sai do banheiro, vesti uma calça de moletom e uma blusa solta, amarrei o cabelo em um coque frouxo e fui para  a cozinha, Carol ainda dormia o que fazia eu ter que me virar, pois estava com fome. Fiz café, fritei ovos e bacon, peguei algumas torradas e me sentei em um dos banquinhos em frente ao balcão mesmo.

Depois de comer lavei a louça e voltei pro quarto, peguei o computador e o celular e voltei pra cozinha, olhei as fotos de ontem descartando as que não estavam boas, trabalho que levou algum tempo, mas ao final estava satisfeita com a primeira seleção de fotos. Quando terminei olhei a hora e vendo que era um horário aceitável pra ligar pra alguém disquei o número de Tulipa já que não tenho o número de Lyanna. 

Ligação on*

- Alô. – Ela atendeu no segundo toque.

- Oi Tulipa. – Falei.

- Ah Ellen bom dia. – Ela falou depois de um tempo, talvez tenha ido conferir o nome na tela.

- Bom dia. – Trocamos algumas palavras e enfim falei o que tinha pra falar. – Vou direto ao assunto, eu estou precisando falar com Lyanna e como não tenho o número dela te liguei. – Disse de uma vez. – Preciso da ajuda profissional dela.

- Sim, claro. – Ele fez uma pausa e eu ouvi vozes. – Ela está aqui vou passar pra ela. Tenha um bom dia.

- Pra você também.

Ouvi ela falar com outra pessoa pelo telefone e então a linha ficar em silêncio por alguns segundo.

- Oi Ellen. – Ela falou ao telefone. 

- Oi Lyanna.

- Então, em que lhe posso ser útil? – Ela falou sendo direta.

- Na verdade a ajuda não é pra mim é para o John. – Fiz um breve relato do que ele me contou ontem, ela ouviu atentamente o que eu tinha para falar. – Quando ele falou que estava com problema de segurança e precisava de alguém confiável eu pensei em você.

- Agradeço pela lembrança. – Ela falou depois de uma pausa. – Posso ajudar sim, como ele lida com clientes de grande visibilidade a segurança de dados dele deve ser muito reforçada. - Ela falou pensativa e disse alguns termos técnicos que urbano entendi.

- Ótimo, agradeço pela ajuda. – Falei aliviada. – Vou enviar o número dele para você entrar em contato, ele estará esperando.

- Tudo bem.

- Tchau.

- Tchau.

Ligação off*

Quando terminei de encaminhar o número para Tulipa Carol sentou em uma cadeira a minha frente com café, torradas e geleia e eu nem havia percebido o momento em que ela entrou na cozinha.

- Bom dia. – Falei e sorri. – Pensei que você só fosse acordar na primavera.

- Você que madrugou hoje, eu acordei em um horário perfeitamente normal para fim de semana. - Ela deu um gole no café e acrescentou. - Sono é sagrado.

- Sei, se deixar você dorme assim todo dia, só acorda por que precisa trabalhar.

- Dormir é bom. – Ela deu de ombros. – Estava passando o contato de quem pra quem? Ouvi algo sobre ajudar. – Quis saber curiosa.

- Estava falando com Lyanna, passei o número de John pra ela, ele precisa de ajuda com a empresa.

- Como você sabe?

- Nos encontramos ontem no evento e enquanto conversávamos ele me falou, aí me ofereci pra entrar em contato com Lyanna pra ele, já que é a área dela.

- Hum, vocês estão bem próximos hem. – Ela sorriu maliciosa.

- É bom conversar com ele. – Dei de ombros. – Só isso.

- É assim que começa. – Ela rio. – Depois vocês estão... – Ela deixou o resto da frase no ar.

- Para de besteira. – Ela sabe muito bem que a última coisa que eu quero é me envolver com alguém.

- Você já pensou que ele parece está te perseguindo? – Ela falou tomando café e eu a encarei. – É, olha o café, o evento, lugares que ele não tem costume de ir, mas apareceu justamente quando você estava.

- Pelo amor de Deus Carol. – Ri do que ela tinha acabado de falar, mas uma parte da minha mente se lembrou de Leo, peguei esse pensamento e o repreendi. – Me conta aí já falou com a Triz depois do jantar? – Perguntei mudando de assunto. 

Ela me olhou por alguns segundos com o se dissesse que tinha entendido minha estratégia, mas mudou de assunto sem insistir no anterior para a minha alegria, não quero pensar nisso e  acabar imaginando coisas.

**

John...

Desliguei o telefone depois de uma ligação com o meu pai sobre um contrato de locação da imobiliária que ele quer que eu supervisione os detalhes, me prontifiquei a fazer isso o mais rápido possível, apesar de não trabalhar diretamente na empresa da família eu sempre supervisiono alguns negócios e estou por dentro do que acontece lá, afina de contas meu pai não é mais um jovem para cuidar de tudo sozinho.

Voltei a me sentar em frente a mesa olhando para a pilha de papeis e pensando qual eu daria atenção primeiro, antes que pudesse me decidir ouvi batidas na porta da minha sala.

- Entre. – A porta se abriu relevando o rosto jovem do meu assistente.

- Senhor Brolin. – Ele começou a falar. – A senhorita Sulivan chegou.

- Obrigada Joey, mande-a entrar.

- Sim senhor.

Ele abriu mais a porta e saiu do caminho fazendo um gesto para que ela entrasse, Lyanna entrou na sala usando uma calça jeans escura, uma camisa de seda amarela e tênis pretos com detalhes em amarelo, seus cabelos azuis presos em um rabo de cavalo alinhado, ela sorriu para Joey ao passar por ele e caminhou na direção da minha mesa.

Joey olhou uma última vez em sua direção antes de fechar a porta, me levantei para recebe-la.

- Bom dia. – Falei apontando para um das cadeiras em frente a mesa e tornei a sentar.

- Bom dia. – Ela se sentou e me encarou. – Devo chama-lo de senhor Brolin?

- Apenas John está ótimo. – Dei um pequeno sorriso.

- Tudo bem então. – Ela pousou a bolsa que trazia pendurada no ombro sobre as pernas.

- Como eu falei por telefone ontem. – Comecei. – Estou sem funcionário para o setor e tivemos um pequeno problema.

- Entendo, você precisa solucionar a falha na segurança imediatamente, pois trabalha com clientes de grande visibilidade e não pode correr o risco de suas informações serem vazadas. – Ela falou em um tom surpreendentemente profissional.

- Exatamente se você pudesse resolver a falha na segurança seria ótimo.

- Você precisa primeiro me mostrar a sala dos servidores. – Ela sorriu. 

- Em um minuto, vamos logo tratar do valor da sua consultoria, o contrato e outras coisas legais. – Assumi um tom profissional. 

- Assino o termo de confidencialidade agora mesmo. – Sua voz soou decidida. – Quanto ao resto resolvemos depois, solucionar o problema é mais importante no momento. – Antes que eu protestasse ela acrescentou. – Não estou aqui somente por ser uma profissional da área, estou por que você tem ajudado a minha amiga, por que a vida deu um jeito de nos unir em um mesmo círculo de amizade. – Ela parecia bem mais madura do que eu tinha percebido das outras vezes.

- Tudo bem então. – Sorri pegando o termo de confidencialidade. – Este é o terno. – O entreguei, ela pegou e colocou sobre a mesa procurando algo dentro de sua bolsa.

- Minhas referências. – Ela me entregou uma pasta.

Foliei as páginas dentro da página lendo as informações enquanto ela assinava o termo, ali não tinha nada que a investigação que eu pedi sobre ela não tivesse me falado, claro que eu não ia trazer alguém pra trabalhar com algo tão delicado apenas por amizade. Depois de assinar ela me devolveu, peguei e coloquei sobre a mesa lhe entregando a pasta e me levantando.

- Vamos? – Perguntei pegando o terno sobre o sofá e o vestindo.

- Vamos. – Ela se levantou depois de guardar a pasta na bolsa.

A conduzi até a sala dos servidores, lhe mostrei algumas coisas e dei as senhas de acesso. Ela olhou em volta analisando a sala e os equipamentos, depositou a bolsa sobre uma cadeira e se sentou em outra ligando o computador. 

Me encostei mesa e observei ela explorar o sistema, mexendo a boca uma vez ou outra e  passando os dentes de maneira distraída sobre o piercing no lábio inferior. 

- Está pior do que eu imaginava. – Ela falou levantando os olhos em minha direção. – Posso fazer algo para resolver o problema de segurança rapidamente, mas para dificultar que isso aconteça de novo vai levar algum tempo.

- Faça, não importa o tempo, só faça. – Falei e ela assentiu se virando para a tela. – Quando terminar por hoje vá a minha sala. – Ela apenas acenou novamente indicando que havia ouvido.

A deixei trabalhando e voltei para a minha sala.

**

John...

Já era noite e Lyanna ainda não tinha voltado a minha sala, quando finalizei a última tarefa que tinha para hoje já passava das 20 horas e nada dela aparecer, desliguei meu computador, peguei meu terno, coloquei uma pasta dentro da minha bolsa e sai fechando a sala. A empresa está praticamente vazia e a equipe de limpeza já está trabalhando, nem eu tenho costume de ficar até tão tarde, mas como tive o imprevisto com a imobiliária isso acabou por atrasar todo o meu dia.

Fui até a sala dos servidores e encontrei Lyanna ainda trabalhando, com um copo de café ao seu lado e os cabelos agora em um coque frouxo,  estava tão distraída que não percebeu a minha aproximação. 

- Você sabe que pode terminar isso amanhã né? – Ela literalmente pulou da cadeira ao ouvir minha voz.

- Puta merda, assim você me mata. – Disse levando a mão ao peito.

- Me desculpe. – Me aproximei. – Mas é sério, você está aqui desde cedo.

- Estou quase terminando. – Ela falou concentrada. – Pelo menos a primeira parte. – Ela sorriu.

Assenti em silêncio e me sentei em uma cadeira próxima disposta a esperar ela terminar. Depois de mais ou menos uma hora ela me falou que havia terminado e passou os 15 minutos seguintes explicando o que havia feito de uma maneira que eu consegui entender a maior parte do que ela falava.

- Muito obrigada Lyanna. – Falei sabendo sem dúvida que eu queria ela trabalhando pra mim.

- Imagina, é o meu trabalho. – Disse desligando o sistema.

- Por falar em trabalho. – Falei a acompanhando para fora da sala. – Em suas referências vi que no momento se encontra sem emprego. – Ela confirmou com um aceno de cabeça. – Gostaria de lhe oferece um trabalho, gostei do que você fez hoje, da sua disposição e entusiasmo.

- John...

- Antes de responder quero que leia o contrato. – Eu havia mandado redigir um contrato para o caso de gostar de seu trabalho já está com tudo encaminhado. – Sei que você está fazendo mestrado e por isso seus horários seriam flexíveis, não seria um trabalho de tempo integral. – Peguei o contrato e lhe entreguei.

- Obrigada pela proposta. – Ela disse pegando o contrato e guardando na bolsa.

- Leia, peça pra um advogado analisar e depois me dê uma resposta.

- Farei isso. – Ela sorriu. – Estou mesmo precisando de um emprego.

- Ficarei muito contente se aceitar. – Ela só balançou a cabeça. – Você chegou a sair da sala para almoçar? – Perguntei lembrando do copo de café sobre a mesa.

- Comi alguma coisa na cafeteria no final da rua. – Ela deu de ombros.

- Você deve está com fome, deixe-me levá-la pra jantar. – Falei gentilmente.

- Não precisa, Kevin vem me pegar e nos vamos jantar.

- Tudo bem. – Convidaria os dois para o jantar, mas não quis atrapalhar o momento do casal.

Esperei com ela na calçada até Kevin chegar, mesmo ela insistindo que não tinha problema em ficar sozinha, não demorou muito até ele chegar. Depois que eles saíram caminhei para o meu carro me lembrando de ligar para Ellen quando chegassem em casa para lhe agradecer mais uma vez e claro ouvir a sua bela voz.

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Capítulo morninho para mostrar um pouco da rotina do John.

Ellen se preocupando em ajudar John 😏

Até sexta. ☺️😘😍

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Um Toque de Confiança - Meu Clichê (Livro 2) (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora