John...
Estacionei Meu Rolls Royce Wraith preto em frente a “Ilumine" e sorri antes de sair do carro, hoje Ellen vai refazer as fotos da campanha que o cliente pediu para usar uma modelo que não fosse sua amante.
Não costumo acompanhar esse tipo de coisa, mas é uma desculpa perfeita para ficar perto da morena que tem tirado meu sono sem nem ao menos um beijo, nunca me interessei tanto por uma mulher, não com tanta intensidade, nem mesmo Hilary no início prendeu tanto a minha atenção quanto ela tem conseguido, sem fazer o mínimo esforço para isso. Fiquei muito contente quando vi que ela foi pra casa sozinha na noite anterior, quando cheguei e a vi com aquele idiota meu sangue ferveu, senti ciúmes irracionalidade, mas foi gratificante vê-la saindo sozinha, saber que ele não colocaria as mãos nela.
Sai do carro abotoando meu terno vinho e caminhei em direção ao estúdio, fui direto para a sala usada da última vez, chegando lá vi ela vestindo uma calça jeans azul com rasgos na perna e uma blusa amarela de mangas longas e soltinhas. Ela estava concentrada fazendo algumas fotos, a expressão séria em seu rosto olhando pela lente, totalmente compenetrada, era uma visão muito sexy, eu poderia observa-la fazendo isso por horas, me encostei ao lado da porta e fiquei me deliciando com a cena.
Depois de um tempo a olhando ela pareceu notar minha presença e tirou os olhos da câmera os virando em minha direção, sorriu pra mim e quando retribui o sorriso ela se virou, voltando a atenção para a câmera.
- Bom dia. – Ela falou vindo até mim quando deu uma pausa.
- Bom dia. – Sorri lhe abraçando rapidamente em cumprimento.
- O cliente tem mais alguma exigência? - Perguntou quando nos separamos.
- Não que eu saiba. – Ela revirou os olhos.
- Que ótimo então, por que termino hoje ainda as fotos. – Ela disse conferindo algo na câmera. – Assim não atrasamos ainda mais com isso.
- Sim, isso é verdade e não toma mais do seu tempo que poderia ser usado para outro trabalho. – Ela apenas sorriu. Como se dissesse 'exatamente isso.'
Voltou a fazer fotos das modelos que pareciam muito felizes por serem a cara de uma marca famosa, fiquei em um canto próximo a observando trabalhar era quase erótico o jeito como ela mexia a boca contraindo ou mordendo os lábios, apertando os olhos.Ouvi algumas modelos falando baixo aos sussurros sobre a troca da modelo substituída. Pelo visto está rolando muitas fofocas e especulações a respeito do assunto.
Não dei atenção ao que elas falavam e voltei minha atenção para a morena concentrada atrás da lente da câmera se movimentando de forma sensual, ela parecia a deusa da fotografia. Eu ficava quase hipnotizado.
- Temos. – Ela olhou para a câmera por alguns instantes. – Podem trocar de roupa e ir para o outro cenário. – Apontou a parede oposta.
Me aproximei a fim de falar com ela, mas a porta foi aberta e Adam entrou como um furacão, ele me cumprimentou com um aperto de mão e se dirigiu para Ellen com um sorriso nos lábios.
- Então gostosa almoça comigo? – Não gosto nenhum pouco do jeito que ele a chama, parece desrespeitoso. Quem usa gostosa como cumprimento.
- Claro que sim, no nosso restaurante? – Como assim “nosso restaurante”? Por que eles têm um restaurante?
- Mas é claro, nosso lugar especial. – Ele sorriu. – Tenho algo pra contar.
- Tudo bem, já estou curiosa.
- Você me encontra lá? Eu preciso ir no banco e resolver umas coisas.
- Claro até mais tarde. – Ele sorriu a beija na bochecha e sai.
- Vocês são donos de um restaurante? – Não me controlei e perguntei assim que ele saiu, estava me corroendo de curiosidade.
- Não. – Ela respondeu rindo. – É nosso restaurante preferido, um bistrô francês que frequentamos desde a faculdade.
Ela fala e se afasta indo até as modelos, me deixando perdido em pensamentos, "como assim eles têm um restaurante? Eles são um casal? Mas ela me disse que não tinha ninguém". Não gostei nada de ouvir aquilo.
**
Ellen...
Dispensei os modelos depois que terminou a sessão, já era quase horário de almoço, passaria somente na minha sala para resolver umas coisas antes de sair aí encontro de Adam.
John ainda está por aqui, ele passou a sessão inteira me observando como se eu fosse a coisa mais interessante do mundo, era estranho e ao mesmo tempo interessante, mas não disse nada. Quando eu sai da sala ele me acompanhou.
- Eu estava pensando. – Falou assim que entramos em minha sala. – Amanhã é sábado, nos podíamos sair pra jantar.
- Podíamos? – Levantei uma sobrancelha.
- Sim podíamos, você me deve um jantar. – Se sentou na cadeira a minha frente sem convite. Abusado.
- Devo? – Sorri me fazendo de desentendida.
- Sim, você disse que aceitaria jantar comigo, por que não amanhã? – Ponderei por algum tempo.
- Tudo bem jantamos amanhã então. – Disse depois de uma longa pausa, não via problema algum em sair pra jantar com ele então aceitei.
- Ótimo então. – Ele abriu um sorriso largo se ajeitando na cadeira. – Te pego as oito?
- Não precisa eu lhe encontro lá.
- Imagina eu te levo afinal de contas foi meu o convite. - Ele insistiu.
- Isso é um encontro por acaso? – Perguntei lhe olhando nos olhos.
- Por que se for vai desistir? – Não respondi, apenas fiquei me perguntando qual seria a resposta, eu iria se fosse um encontro? Afinal éramos amigos não? Que mal tinha nisso? – Então?
- Provavelmente não. – Falei por fim.
- Te pego as oito então. – Falou se levantando. – Até amanhã. - Completou antes que eu falasse algo.
- Até. - Sorri vendo ele sair da sala.
Depois que ele saiu me concentrei no trabalho, resolvi algumas pendências, quando olhei no relógio já era hora do almoço, na verdade já passava da hora. Levantei pegando minha bolsa e sai da minha sala.
Quando cheguei no bistrô Adam já estava a minha espera e não estava sozinho ao seu lado estava sentado um homem de cabelos loiros incrivelmente parecido com ele aparentando ter alguns anos a mais, não conheço a família do Adam, por que sua mãe o expulsou de casa aos 16 anos quando ele contou ser gay, ele foi acolhido por uma tia que morreu de câncer de mama cerca de três anos atrás, ela é a única família dele que eu conheci e a única que se importou com ele, mas olhando para aquele homem posso jurar que é seu irmão.
- Boa tarde. – Cumprimentei assim que cheguei até a mesa.
- Boa tarde. – Adam falou se levantando com um sorriso enorme no rosto. – Ellen este é Liam meu irmão mais velho. – O homem se levantou. – Liam essa é Ellen minha amiga e sócia.
- É um prazer conhecê-lo. – Lhe estendi a mão.
- O prazer é meu. – Ele sorriu de lado beijando minha mão.
- Vamos nos sentar. – Falei puxando minha mão discretamente.
- Acredita que ontem o Liam me procurou depois de anos, ele está de volta a cidade e resolveu me procurar. – Adam estava visivelmente feliz, mas eu só conseguia sentir raiva pelos anos de afastamento e abandono.
- É notável que você tenha procurado seu irmãozinho depois de 12 anos. – Falei com uma pitada de ironia na voz e Adam me repreendeu com o olhar.
- Eu queria ter me aproximado antes, mas não sabia como fazer isso. – Liam falou com a cabeça baixa. – Estava com vergonha, não sabia como me aproximar, me desculpar por ser um irmão tão ruim.
- Acho que um pedido de desculpas é um bom recomeço. - Falei dando de ombros.
- Foi o que eu fiz, aprendi que nunca é tarde para voltar atrás e tentar concertar meus erros. – Ele levantou os olhos em minha direção e eu pude ver dor neles que brilhavam por lágrimas contidas.
- O que importa é que agora você está aqui. – Eu apenas sorri, Adam estava tão feliz que era comovente, então resolvi manter minha boca fechada por hora.
Fizemos o pedido e durante todo o almoço conversamos sobre nossas vidas, Liam nos contou o que tinha feito nos últimos anos, falou de sua vergonha e arrependimento por ter se preocupado mais com a sua formação acadêmica do que com seu irmão mais novo que só tinha a ele. Falamos muito sobre perdão e arrependimento, ao fim do almoço eu ainda não estava convencida de que ele se arrependera e não estava ali apenas por que queria algo, mas Adam estava tão feliz que eu não comentei nada com ele, apenas decidi ficaria de olho.
**
Ellen...
- Então você vai jantar com John mais tarde? – Carol perguntou enquanto passava queijo cremoso em uma torrada.
- Vou sim. – Falei colocando café em uma xícara.
- Em um encontro? – Ela ergueu uma sobrancelha.
- Tipo isso, por que? – Tomei um gole de café sentindo seu sabor revigorante passear pela minha boca e se derramar pela minha garganta me enchendo com sua energia.
- Você sabe que ele tá afim de você, né? – Levantei meus olhos em sua direção e a encarei. – Qual é Ellen ele te come com os olhos toda vez que te ver, não é possível que não tenha percebido. – Ela falou pousando a xícara vazia sobre a mesa.
- Você exagera Carol. – Desconversei, já percebi alguns olhares de John, mas não tanto quanto Carol está falando.
- Exagero nada, ele te olha assim desde que te viu pela primeira vez, lembro dele lhe acalmando no hospital. – Ela falou se referindo ao fatídico "acidente" no lançamento do livro de Meg. – E se não tivesse percebido depois daquele dia na boate não restaria dúvidas. Ele te quer, a pergunta é você o quer? – Ela colocou os cotovelos sobre a mesa, apoiou o queixo nas mãos e me olhou esperando uma resposta.
- Eu... É... Eu não sei. – Respondi depois de um tempo e me calei pensando no assunto. – Ele é atraente, inteligente, bonito, gentil, gosto de conversar com ele, é tão fácil falar com ele, parece certo, sei lá, como se nos conhecêssemos faz tempo. – Falei mais pra mim do que pra ela, eu ponderava sobre o que sentia em relação a ele. A verdade é que eu também percebi o quanto ele é bonito e atraente desde a primeira vez que o vi. – Tá bom, me sinto atraída por ele, em alguns momentos parece surgir um clima, mas eu não acho que esteja pronta pra me envolver com alguém. – Encarei meus dedos pensativa.
- Olha minha querida, eu não sou a melhor pessoa pra dar conselhos, por motivos óbvios. – Sorri do jeito que ela falou. – Mas, eu posso te garantir que a gente nunca está pronta, simplesmente acontece. – Ela estendeu a mão sobre a mesa tocando a minha. – Eu sei que você tem seus motivos, mas não se fecha, se permita viver coisas, se divertir, você está precisando.
Sorri agradecida e prometi que faria isso. Era incrível ver essa Carol madura, apaixonada e conselheira de relacionamentos, quem poderia imaginar isso? Eu fico muito feliz que ela esteja feliz. Continuamos na mesa conversando sobre outras coisas que não estivessem relacionadas com relacionamentos e eu agradeço por ela aceitar a mudança de assunto, se eu continuasse pensando nisso e no medo que eu tenho de me envolver novamente e quebrar a cara por tantas vezes que poderia ir pro livro dos recordes iria acabar desistindo do jantar.================
Realmente o John não anda pensando em outra coisa que não seja a Ellen, não é mesmo?
E parece que ela também está interessada. Será que esse jantar vai render?
E esse irmão do Adam? Veio pra ajudar ou atrapalhar?
Então gente, olha me desculpa por não postar o capítulo ontem, mas tive um dia corrido, acabou passando do horário que eu posto normalmente e acabei esquecendo. 🤦♀️🤦♀️🤦♀️🤦♀️
Mas, ai está o capítulo.
Até domingo. 😘🥰☺️
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Um Toque de Confiança - Meu Clichê (Livro 2) (Concluída)
Любовные романыEllen Williams é uma mulher romântica, e protetora que ao longo dos seus 28 anos de idade se viu pular de um relacionamento ruim para outro, parecia que era somente ela se apaixonar que o príncipe virava sapo. Depois do seu último namoro que termino...