Capítulo 16.

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John... 

Muitas pessoas famosas andavam de lado para o outro caminhando com copos nas mãos, eram atores, diretores, roteiristas,  repórteres, entre outros. Corri os olhos pelo salão apreciando o lugar, de longe avistei Ellen acompanhada de Natalie,  Grace e dois homens, caminhei em sua direção.

- Essas são Natalie Lawrence e Ellen Williams, duas amigas minhas. – Grace as apresentava. – Os homens beijaram suas mãos e falaram algum galanteio.

- Você é muito bela senhorita Williams. – Disse o homem de cabelos escuros de maneira galante,  o reconheci como sendo ator de uma famosa série. – Seu namorado é um homem de sorte. – Ele sorriu de lado ainda segurando sua mão. Não gostei nem um pouco da sua atitude, está segurando a mão dela por tempo demais.

- Obrigada. – Ela sorriu retirando a mão do seu aperto gentilmente. “Toma distraído.” – Não tenho namorado.

- Como uma mulher incrível está solteira? – "Esse desgraçado está de graça com a minha garota, não estou gostando nada disso."

- Não querendo relacionamento. – Ela respondeu em um  tom seco e eu sorri internamente.

- Uma pena. – O homem se aproximou mais. – Me daria a honra de sua companhia para uma bebida? – “Que audácia é essa?”

- Já bebi o suficiente. – Ela respondeu se afastando.

- Uma água então. – O homem insistiu voltando a se aproximar. – Ou uma dança. – Ele tocou sua bochecha afastando uma mecha de cabelo de seu rosto. – Ou podemos só sentar um pouco para conversar, você é bela demais para eu deixar escapar facilmente. – Ele sorriu confiante.

“Esse infeliz acha que só por que é famoso consegue qualquer mulher?”

Eu estava prestes a ir até eles e intervir, esse homem está abusado demais, não ia deixar ele se aproximar dela, muito menos a intimidar, se ele pensa que pode tudo está muito enganado e eu vou mostrar isso a ele. Mas antes que eu pudesse dar um passo em sua direção ela afastou sua mão do rosto e respondeu.

- Agradeço o convite, mas não estou interessada em nada vindo de você. – Ela disse em um tom irritado. – Com licença. – Se afastou rapidamente pisando duro é dessa vez não reprimi um sorriso.

A olhei sumir pela multidão e a segui, a encontrei sentada em um canto afastado ainda irritada, olhei distante ponderando se me aproximava ou não, por fim resolvi me aproximar. Parei próximos onde ela estava, mas não sentei ao seu lado, esperei que ela notasse minha presença, depois de alguns segundos ela ergueu os olhos ainda irritada, mas suavizou a expressão assim que me viu o que me fez sorrir contente.

- Posso? – Apontei para a cadeira ao seu lado.

- Sim. - Respondeu simplesmente.

- Está com raiva?

- Sim, aquele idiota presunçoso. – Ela bufou. – Detesto ser abordada dessa maneira, até parece que por eu não ter um namorado tenho obrigação de aceitar toda cantada que levo e ainda me sentir lisonjeada. – Ela me olhou. – Odeio homens que só respeitam mulheres quando elas têm um compromisso.

- Alguns homens são uns machistas idiotas.

- São sim. – Ela revirou os olhos.

Ela ficou em silêncio por alguns minutos, parecia perdida em pensamentos e ainda irritada. Tomei uma decisão e me levantei lhe estendendo a mão, ela me olhou.

- Vem comigo?

- Pra onde? – Ela quis saber ainda não tocando minha mão.

- Dar uma volta para esfriar a cabeça.

Ela me olhou alguns instantes e pegou minha mão se levantando, sorri triunfante, por um momento achei que tivesse acabado de fazer merda e a afastasse.

- Vamos nos despedir da Meg. – Ela falou e eu assenti.

Procuramos nossos amigos para nos despedir antes de irmos embora, ela parecia estressada com algo a mais do que somente a abordagem daquele idiota e estou disposto a ajudar.

- Pra onde vamos? – Ela perguntou assim que chegamos ao meu carro.
Olhei o jeito que ela admirava meu carro e tive uma ideia naquele momento, sorri antes de responder.

- Me diga você. – Falei estendendo a achava em sua direção.

Ela arregalou os olhos e me olhou surpresa, mas não fez menção de pegar a chave, por isso eu a coloquei em sua mão e ri.

**

Ellen...

Eu olhei dele, para a chave em minha mão e então para ele incrédula, me sentia uma idiota, mas estava chocada não podia evitar.

- Você está dizendo que eu vou dirigir? - Perguntei o olhando.

- Sim, a não ser que você não queira. – Ele fez menção de pegar a chave e eu a puxei rapidamente o fazendo rir. 

- É um Rolls Royce, é óbvio que eu quero dirigir. – Falei sorrindo.

- Vamos embora então. – Ele andou até o lado do motorista e abriu a porta pra mim.

- Obrigada. - Falei passando por ele é entrando.

Me acomodei no banco de couro que me abraçou como um amante saudoso, puxei o cinto vermelho e o prendi bem em volta do meu corpo. Vocês têm noção que o cinto de segurança do carro é vermelho? Isso é muito legal. Sorri tocando o volante, olhei para o interior admirando a beleza do carro, seus detalhes modernos, elegantes e selvagens, quando John se acomodou ao meu lado liguei o motor, girei o botão da marcha e pisei suavemente no acelerador sentindo o carro se mover. O coloquei em movimento pela estrada a nossa frente, ouvi o ronco do motor potente e feroz, vi como ele responde rapidamente aos meus comandos, como se mexe suavemente sobre o asfalto e reprimi a vontade de soltar gemido diante da sensação, apenas suspirei profundamente e mordi o lábio inferior.

Permanecemos em silêncio por alguns minutos, apenas o som do ronco do motor invadia o ambiente, o som era reconfortante, acolhedor e calmante. John me deixou desfrutar desses momentos em paz, permanecendo em silêncio ao meu lado, o único som que ele produzia era o tamborilar de seus dedos na perna. Minutos se passaram até ele se pronunciar.

- Onde vamos? – Olhei para ele pelo canto do olho e depois voltei minha atenção totalmente para a estrada praticamente vazia a nossa frente.

- Tem um lugar um pouco afastado da cidade, que é o meu lugar preferido aqui. – Falei sorrindo e senti seus olhos queimando sobre mim.

- Tudo bem. – Ele voltou a se recostar.

Dirigi por mais alguns minutos em silêncio até chegar onde eu queria, direcionei o carro para o acostamento e parei desligando. Olhei pra fora, estava escuro e deserto, o ar fantasmagórico e sombrio. O parque que durante o dia é alegre e convidativo, com altas árvores, grama bem verde, bancos, uma estradinha asfaltada e um lago que agora se via somente a silhueta prateada. Iluminado pela fraca luz da lua e postes de luz amarelada  não parecia um lugar tão convidativo, que costuma transmitir paz e confiança, mas sim o lugar onde desovam corpos.

- Começo a achar que não foi uma boa ideia trazer a gente aqui. – Sorri sem graça. "Ainda mais em um carro desses."

- Por que? - Ele perguntou ao meu lado.

- Parece perigoso. – Tornei a atar o cinto de segurança e liguei o carro. – Vamos sair daqui. – Falei decidida.

Ele apenas me observou sorrindo enquanto eu nos afastava dali, virando o carro e fazendo o caminho de volta. “Onde eu tava com a cabeça quando vim pra cá? É tarde da noite e eu tô dirigindo a porra de um carro que vale mais que muita casa. O que poderia dar errado? Isso mesmo que vocês pensaram, TUDO.”

- Quer me falar por que está estressada? – Ele perguntou me olhando.

- Tenho muita coisa na cabeça. – Falei suspirando. – Meus pais voltaram e eu sinto falta deles, estou preocupada com o Adam, o irmão lhe pediu dinheiro e ele não consegue ver que esse foi o único motivo pelo qual ele se reaproximou e não quero que meu amigo se machuque quando descobrir que o irmão continua o mesmo preconceituoso de sempre, estou cheia de trabalho o que é ótimo, mas estressante, hoje tive um problema com um dos fotógrafos novos que me rendeu uma rescisão de contrato e a perda de um cliente. – Falei apertando o volante com tanta força que os nós  dos dedos ficaram pálidos.

- Eu nem imagino como deve ser difícil viver longe dos pais, sinto muito que você tenha que passar por isso, acredito que eles se sintam tristes também por não ter sua garotinha consigo. – Ele levantou um dedo acariciando minha bochecha. – Quanto ao Adam, as vezes ficamos cegos pelas pessoas que amamos, ele deve se sentir muito triste pela rejeição e abandono da sua família de modo que, quando tem um membro da família de volta, está disposto a entrar na sua vida e lhe fazer companhia,  ele se sentiu tão feliz que mais nada importa.

- É exatamente assim que ele está. – Olhei fixamente para a estrada a minha frente. – Ele se encontra tão feliz que não se importa com nada, eu queria tanto que o arrependimento do Liam fosse verdadeiro. – Soltei o ar com força. - E o meu amigo não tivesse que sofrer de novo.

- Talvez ele se arrependa de verdade. – Comecei a protestar, mas John me interrompeu. – Não estou dizendo que ele não seja um aproveitador e não tenha voltado para a vida Adam somente por que soube que o estúdio está ganhando visibilidade e viu uma boa oportunidade de lhe arrancar dinheiro. – Ele falou calmamente. – Mas, ele também pode ter se arrependido de suas ações no passado, de ter rejeitado o irmão sem motivo algum.

- E ainda assim se aproveitar do próprio irmão?

- Não disse que ele era um homem bom. – Ponderei sobre suas palavras. – Adam vai perceber o tipo de pessoa que o irmão é,  e quando isso acontecer ele vai ficar arrasado e precisará de um ombro amigo, de alguém que digo que o ama incondicionalmente...

Ele deixou as palavras morrerem no ar e eu me pus a refletir em silêncio sobre elas, ele tem razão, Adam está cego nesse momento e nada do que eu disser vai ser capaz de mudar isso, ele precisa perceber isso sozinho e quando isso acontecer estarei ao seu lado lhe apoiando e não dizendo eu lhe avisei.

- Quanto ao trabalho. – John continuou depois de um silêncio. – São ossos do ofício lidar com esse tipo de coisa, é uma merda, mas quando liderados um negócio, as vezes nos deparamos com incompetência, o que nos resta fazer é contornar a situação. – Ele falou em um tom duro.

Apenas concordei com a cabeça e continuei dirigindo, acabei parando o carro na calçada ao lado da praia, conversamos por eu não sei quanto tempo, sobre trabalho, sobre a vida, sobre nossos amigos, ele falou comigo até todo o estresse ter ido embora, até eu me acalmar e relaxar.

Me inclinei sobre ele e lhe beijei lentamente, mas a medida que ele me correspondeu o beijo se intensificou, passei uma não por sua nuca o trazendo mais pra mim, nossas línguas dançavam unidas roçando uma na outra. Ele passou uma mão por meus cabelos e a outra pousou em meu quadril me puxando mais para si.

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John com ciúme? Que estranho ele nem é ciumento. Kakakakakak

Tão fofo ele levar ela pra dar uma volta conversar e relaxar.

E o irmão do Adam que começou a pedir dinheiro pra ele? aí. 

Esses dois se agarrando no carro pensou se a polícia pega. Kakakakak

Até sexta. 😍😘

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Um Toque de Confiança - Meu Clichê (Livro 2) (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora