Capítulo 60.

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Meg... 

Ajeitei a caixa em meu colo, quando saímos do hospital passamos em uma loja para comprar algo pra fazer a surpresa quando contarmos para os nossos companheiros. Comprei uma caixa de papelão forrei com papel picado acomodei por cima um ursinho, uma manta, um dos testes de gravidez, o papel do exame de sangue e um body infantil branco escrito “hello daddy", do lado de fora um belo laço rose Gold servia de fecho.

Sai de casa dizendo que ia ver a Ellen por que nós não temos nos visto muito ultimamente, precisávamos passar um tempo juntas, mas a verdade é que eu estava a semana inteira adiando para fazer o exame e não queria fazê-lo em casa vendo os olhos de expectativa do Henry e a decepção passar por eles quando desse negativo como da outra vez, não queria me sentir incapaz e ter que tentar ser forte na frente dele. Com a Ellen eu sabia que não precisaria fingir  por que ela me entendia e me apoiaria, nunca em um milhão de anos eu poderia esperar o desfecho que esse episódio teve. 

Não só eu estou grávida, como Ellen também, sei que ela está apavorada, mas também está feliz, ela quer ter um filho, não estava nos seus planos ser agora, mas sei que ela vai ser muito feliz e as nossas crianças poderão crescer juntas. Eu estou muito feliz, uma voz dentro da minha cabeça insiste em falar que pode não funcionar, que talvez a gravidez não chegue até o final, mas eu estou tentando manter essa droga de voz calada, esconde-la fundo em minha mente e dizer pra mim mesma que tudo vai ficar bem, dessa vez é tudo diferente, eu vou me cuidar, não vou me estressar, não vou ser agredida, dessa vez a gravidez vai correr em paz.

Quando o carro parou em frente a minha casa já estava escuro, depois da loja fomos tomar sorvete para comemorar só nos três como nos velhos tempos. Sorri e abri a porta do carro.

- August obrigada, não vou mais precisar dos seus serviços pode ir embora. – O dispensei para a folga de fim de semana.

- Tem certeza senhora? – Perguntou olhando para trás.

- Tenho sim.

- Obrigada. – Ele sorriu descendo os olhos até a caixa em minha mão. – Parabéns pelo bebê.

- Obrigada August. – Toquei seu ombro antes de sair do carro.

Entrei pela porta da frente e subi direto para o nosso quarto, deixei a caixa sobre a cama e a bolsa em um gancho no closet tirei o celular de dentro e coloquei no bolso traseiro da minha calça jeans. Tirei meus saltos os substituindo por chinelos e voltei a descer as escadas.

- Querido? – Chamei ao pé da escada.

- Na cozinha. – Sua voz soou um pouco distante.

Caminhei até o cômodo e encontrei meu marido vestindo uma calça de moletom sua bela bunda marcada pelo tecido sempre que ele se virava, o peito nu musculoso coberto somente por um avental do Superman que eu comprei pra casa, seus cabelo um pouco grandes emoldurando o rosto em belas ondas, quando seus olhos encontraram os meus um sorriso se espalhou em seus lábios, o mesmo sorriso lindo e sensual com os dentes caninos levemente pontudos a mostra pelo qual eu me apaixonei. Ele soltou a faca que tinha em mãos e caminhou em minha direção.

- Senti sua falta. – Falou me puxando para si e me beijando do jeito quente e sensual que só ele sabe fazer.

- Também senti. - Falei entre beijos.

- Se divertir com as meninas?

- Sim, até tomamos sorvete. – Falei me afastando um pouco para lhe encarar. – O que está cozinhando?

- Você não comeu direito nos últimos dias, estou fazendo macarrão com camarão que você adora e fiz brownie. – Não tenho comido bem, por que tenho estado constantemente enjoada. – Quero que coma bem.

- Sério? -  Perguntei animada meu estômago roncando.

- Fiz sim, quero te ver bem alimentada. - Tocou meu rosto carinhosamente.


- Obrigada.

- Não precisa agradecer meu anjo.

O acompanhei até a bancada mas o cheiro da comida cozinhando começou a revirar meu estômago, antes que eu acabasse com a surpresa resolvi sair dali.

- Meu amor eu vou tomar um banho, quando terminar aí me encontra no quarto? Lhe trouxe um presente.

- Claro meu anjo. - Sorriu pra mim antes de se virar para o que estava fazendo.

Sai dali o mais rápido que consegui sem deixar transparecer minha pressa, subi a escada apressada e praticamente corri até o banheiro, só tive tempo de me debruçar sobre o vaso sanitário para que uma onda de vômito saísse de dentro de mim. Senti meu estômago se contrair não tendo mais nada para por pra fora, ajeitei minha postura fechei a tampa do vaso e dei a descarga.  Escovei os dentes e passei enxaguante bucal para tirar o gosto amargo da minha boca me olhei no espelho me vendo cansada e feliz, talvez seja melhor eu me acostumar com enjoos, serão constantes agora.

Tiro minhas roupas e me olhei no espelho sobre a pia, pousei uma mão sobre minha barriga, me virei de lado visualizando uma barriga crescida, balancei a cabeça afastando os pensando e fui para o box, tomei um banho rápido, me sequei e fui para o closet, vesti uma calcinha e um pijama de cupcake. Quando voltei pro quarto Henry entrava dele.

- Esse é o meu presente? – Apontou para a caixa me olhando.

- É sim.

Ele sorriu e se aproximou da cama, abriu a caixa e ficou olhando para o interior sem falar nada por longos segundos, olhou da caixa para mim algumas vezes, vi seus olhos brilhando com lágrimas, pegou o teste olhou, depois pegou o body e o observou, levou a pequena peça de roupa a altura do rosto e me olhou.

- É sério? – Perguntou animado.

- Sim, fiz o teste de farmácia e um exame de sangue.

- Aí meu Deus,  vamos ter um bebê. – Ele gritou e no segundo seguinte estava me envolvendo em seus braços e me tirando do chão. – Estou tão feliz. - Sua voz saiu trêmula.

- Eu também estou. – Olhei em seus olhos e vi que ele estava chorando, eu também chorava.

- Nós vamos ter um bebê. – Repetiu.

- Eu te amo. – Ele me colocou no chão.

- Eu te amo meu anjo. – Tocou meu rosto.

Henry se abaixou na minha frente ficando de joelhos, levantou minha blusa e colou a mão em meu ventre, levando os lábios ao local beijou suavemente e começando a falar em seguida.

- Oi bebê, é o seu papai, eu e a mamãe já te amamos muito. – Falou com uma voz suave, se for possível eu o amo um pouco mais nesse momento. – Estou doido pra ver o seu rostinho, lhe pegar nos olhos e lhe embalar em meus braços, minha garotinha.

- Como você sabe que é uma menina? – Levantei uma sobrancelha.

- Porque eu sei.  – Se levantou soltando minha blusa.

- Isso não faz sentido.

- Eu sei que é, eu sonhei com ela, uma garotinha de cabelos ruivos e olhos azuis.

- Você nunca me falou que tinha sonhado. – Toquei seu rosto.

- Eu acabei me esquecendo, sonhei uma vez quando estava na Irlanda antes da gente casar e sonhei semana passada.

- Então é uma menina?

- Sim.

Ele sorriu e me envolveu em seus braços me beijando de forma doce e carinhosa, queria saber mais sobre o sonho, mas deixei o assunto pra outra hora, no momento me concentrei no seu toque na minha pele e a eletricidade que passava por ela.

**

Ellen... 

Entrei em casa deixando a sacola e a bolsa que eu tinha nas mãos sobre a mesa de centro, passei direto para a cozinha, lavei as mãos, tomei água e peguei uma maçã, quando eu ia levar a fruta até a boca escutei um grito vindo do meu quarto.

- PUTA MERDA. – A voz de Carol ecoou pela casa. – AI MEU DEUS. – Eu sabia exatamente por que ela estava gritando, quando eu me aproximei do meu quarto a vi passando pela porta com um teste na mão.

Ela parou me olhando, alternando os olhos entre mim e o objeto em sua mão, como se me perguntasse se era real, se aquilo seria possível.

- É verdade, estou grávida.

No segundo seguinte a minha frase ela se jogou em meus braços me abraçando apertado.

- Como você está com isso? – Se afastou me olhando.

- Muito feliz. – Sorri pra ela. - Um pouco assustada, mas feliz.

Um Toque de Confiança - Meu Clichê (Livro 2) (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora