Capítulo 3

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Ellen...

- A Beatriz vai com a gente? – Perguntei encostada no balcão com um copo de água mão. 

- Vai sim. – Carol sorriu. – Veja só as vantagens de gostar de gostar de mulher sua namorada vai na noite das garotas. – Ela disse com a maior naturalidade do mundo e eu me engasguei com a água em minha boca.

- Espera, volta a fita. – Sim eu sou do tempo da fita cacete. – Você disse namorada? – Perguntei incrédula. – Acho que eu ouvi errado. - Por quanto tempo eu dormi?

- Não Ellen você ouviu perfeitamente bem. – Ela falou com voz de tédio. – Eu e a Triz estamos namorando.

- Quando isso aconteceu? - Perguntei ainda processando a informação.

- No último fim de semana.

- Quando vocês viajaram juntas? – No último fim de semana Carol tinha levado Beatriz para um chalé no interior.

- Exatamente. – Ela abriu um sorriso bobo e feliz.

- Meu Deus você está apaixonada. – Falei surpresa.

- Estou e já disse isso a ela, eu sabia que não tinha como fugir do que sinto mesmo. – Ela deu de ombros ainda sorrindo. – Esta soldada aqui foi abatida. – Falou apontando pra si própria e eu não contive uma gargalhada.

- Meu Deus, Caroline Smith Brown está apaixonada e namorando? – Falei incrédula. – Ou milagres realmente acontecem ou isso é um anúncio do fim dos tempo. – Falei divertida.

- Eu achei que você fosse a seria do grupo. – Ela sorriu.

- São as companhias. – Balancei a mão em sua direção e fui lavar o copo. 

- Eu sou uma ótima companhia. – Se fingiu de ofendida e eu confirmei com a cabeça. – Então. – Começou mudando de assunto e eu percebi pelo seu tom de voz que lá vinha fofoca. – Eu vi a estilista safada chegando ontem a noite com o italiano gostoso. – Ri dos apelidos que ela  inventou e a olhei de sobrancelha erguida.

- Italiano gostoso?

- O que? Eu posso não gostar da fruta, mas sei apreciar um belo espécime, e aquele oh Glória. – Ela disse sorrindo de lado.

- Você é impossível Carol. – Falei rindo. – Mas, ele desceu do carro ou só deixou ela é foi embora? – Desculpem a curiosidade.

- Não, apenas deixou e foi embora. – Ela sorriu maliciosa. – Não sem antes darem uns belos de uns pegas dentro do carro.

- Interessante. – Passei uma mão pelos cabelos.

- Foi o que eu pensei. – Ela se inclinou sobre o balcão pegando uma maçã que estava em uma cesta. – Por isso falei, achei que soubesse de algo. – Carol sabe ser fofoqueira quando quer.

- Não sei, Natalie nunca foi de falar sobre as pessoas com quem sai.

Conversamos por mais alguns tempo enquanto preparávamos o jantar, me colocar para ajudar na cozinha, só mesmo a Carol para ter essa coragem, não que eu vá colocar fogo no apartamento,  mas a probabilidade de eu estragar a comida é grande. Mas, por um milagre do destino tudo correu bem, fizemos batatas gratinadas com queijo e molho branco e salmão. Tomei banho enquanto as batatas estavam no forno, depois fui pra cozinha de roupão e encontrei Natalie se servindo de comida enquanto Carol assim como eu vestindo roupão pegava uma garrafa de vinho. 

- Senti o cheiro é vim bater na porta mesmo. – Natalie falou assim que eu me aproximei. – Estou com tanta preguiça de cozinhar que eu taba cogitando a ideia de ir sem comer.

- Por que não ia pedir comida? – Carol perguntou o óbvio. 

- Demora pra chegar e eu esqueci de pedir mais cedo.

- Estava distraída pensando em um certo italiano? – Perguntei enquanto me servia.

- Você foi falar? – Olhou pra Carol que sorriu lhe entregando uma taça com vinho, depois estendeu outra pra mim, sorri e agradeci.

- Então? – Instiguei.

- Você sabe muito bem eu não me apego assim tão fácil. – Ela falou simplesmente. Natalie sempre foi doce e um tanto romântica no que diz respeito a vida dos outros, mas quando o assunto é  ela, agi diferente.

- Também sei que não costuma sair com a mesma pessoa várias vezes. – Falei depois de engolir minha porção de batatas. – E você já saiu com ele semana passada.

- Você já viu como aquele homem é gostoso? – Ela rio. – E parece que tem uma coisa impedindo a gente de transar, semana passada a filha dele, uma garotinha linda e adorável por sinal, ficou doente e ontem ele tevr que viajar as pressas pra Itália, algum problema em um dos hotéis por lá. – Ela tomou um gole. – Eu estava de fio dental.

- Talvez seja o destino dizendo que não é pra ser.

- Ah, mas  vai ser. – Ela disse convicta nos fazendo rir. - Quero sentar naquele homem.

Continuamos conversando sobre assuntos diversos enquanto jantávamos, depois do jantar e de darmos um jeito nas louças Natalie foi para o seu apartamento se arrumar e eu fui para o meu quarto fazer o mesmo. Comecei pelo cabelo, penteei e modelei cachos abertos e despojados,  porém definidos, depois passei para a maquiagem, preparei uma pele bem iluminada, no olho fiz um esfumado roxo com um glitter com nuances roxas um delineado marcado e cílios expressivos, nos lábios um batom nude rosado com um fundo malva. Olhei para a maquiagem vendo se tudo estava no lugar.

Fui até o closet escolher uma roupa, depois de alguns minutos optei por um body branco de tecido fino forrado com um tecido cor da pele, de modo que parece que minha pele está aparecendo sob o body, coloquei uma saia branca lisa de cintura alta que terminava pouco antes do meio de minhas coxas e para compor o visual escolhi uma sandália transparente.

**

Ellen...

- Você sabia que elas estão namorando? – Perguntei para a Meg assim que nos sentamos em volta de uma mesa, até agora só estão aqui Natalie, Meg, Carol, Beatriz e eu.

Estamos na Luxis, é a primeira vez que eu ponho os pés aqui desde que vi Lincon beijando uma mulher nas escadas da área vip,  eu achei que estar aqui novamente seria estranho, talvez me trouxesse um sentimento amargo, mas agora estando aqui percebi que não  me sinto assim, ainda é um pouco estranho e lembro da dor que senti naquele dia, mas não com amargura, apenas como um aprendizado.

- Soube sim, mas não faz ficar menos estranho. – Meg respondeu sorrindo.

- Realmente é inacreditável. – Olhei.

- O chá de boceta foi bom. – Natalie sussurrou levando uma cerveja aos lábios.

- Vocês podem por favor parar de falar assim na namorada?

- Ooowwwwn. – Falamos ao mesmo tempo.

- Tão romântica a minha irmã.

- Milagres acontecem. – Eu falei e elas riram.

- Parece que elas realmente conhecem você muito bem. – Beatriz falou no meio de um riso.

Continuamos conversando e rindo da cara de Carol por mais algum tempo, Tulipa e Violet não demoraram a chegar e se juntar a nós ao redor da mesa conversando alegremente, a garota tímida de cabelos cacheados embora ainda parecesse um tanto retraída estava bem mais solta do que das duas vezes que a vi anteriormente.

- Estava brincando de médico até agora? – Carol perguntou com um sorrisinho malicioso assim que Grace se juntou a nós. 

- Na verdade eu estava em uma reunião com investidores. – Grace falou com um sorrisinho sem graça. – Nathan está de plantão hoje.

- Seu namorado é médico? – Violet perguntou curiosa.

- Sim, é neurocirugião. – Grace sorriu com orgulho, era no mínimo engraçada toda essa situação. – Como está sendo ficar longe do marido? – Perguntou a Meg se apressado em mudar de assunto.

- Estou com muita saudade, doida que chegue amanhã para tê-lo de volta. – Meg sorriu apaixonada.

- O casamento ainda anda as mil maravilhas? – Natalie perguntou. 

- Tem dois meses que eles casaram ainda estão na lua de mel. – Beatriz falou rindo.

Uma rodada de drinks foi servida e eu me aventurei em um especialmente adocicado e forte, senti gosto de abacaxi, gin e vodka, não lembro o nome dele apenas aceitei a sugestão da garçonete simpática que Meg tratou pelo nome. Fazíamos um barulho considerável na área vip, de modo que algumas pessoas nos olhavam curiosas sempre que a música baixava e nossas vozes se sobressaíam a cima do barulho ambiente. Em uma situação comum eu ficaria um tanto envergonhada de chamar tamanha atenção, mas o álcool já tinha levado um pouco da minha inibição e não estava me importando com nada daquilo.

- Por agora não beberei mais. – Falei quando Grace perguntou se eu queria outro Drink. – Daqui a pouco fico bêbada. – Sorri.

- Então. – Meg começou. – Eu já estou casada, essas namorando. – Falou apontando pra Grace, Carol e Beatriz. – Só faltam vocês. – Olhou para as demais. – Quem será a próxima?

- Eu não. – Falamos em uníssono fazendo ela rir.

- Ah qual é se eu consegui vocês também vão. – Carol falou rindo e viu 4 cabeças balançando em negação.

- Eu estou muito bem solteira. – Natalie foi a primeira a se pronunciar. - Obrigada.

- Eu já falei que não quero mais saber disso, não é pra mim. – Falei olhando em direção às escadas. - Estou muito bem assim.

- Meu único objetivo agora é terminar a faculdade e arrumar um bom estágio. – Violet deu de ombros. - Prioridades.

- Parem com isso, vai acontecer de vocês encontrarem de alguém que mexe com sua cabeça e alma. – Meg se apressou em falar quando percebeu Tulipa se mexendo calada e  desconfortável com o assunto que estávamos abordando.

- Vamos dançar? – Me levantei encerrando o assunto.

Descemos em direção a pista onde a música era alta e ritmada e começamos a dançar, nossos corpos se movendo com sensualidade ao som de cada batida, aos poucos a música foi invadindo meus ouvidos e eu não sei se era efeito do álcool em minha corrente sanguínea ou se as palavras da cantora realmente faziam sentido. Ela dizia “um me ensinou o amor" “um me ensinou paciência” “e um me ensinou dor" “agora estou bem". No meu caso foi bem mais de um que me ensinou dor, mas ainda assim a música fazia muito sentido aos meus ouvidos, assim como a letra dizia eu aprendi muito com meus relacionamentos anteriores, mas diferente do que a letra dizia eu não quero próximo, estou bem, e quero permanecer assim, longe de relacionamentos.

Balancei a cabeça para afastar os pensamentos e continuei dançando, uma música depois da outra, a medida que eu dançava o álcool deixava meu corpo lentamente. Em um dado momento quando uma música latina tocava e Tulipa se soltava mais eu percebi um homem se aproximar dela, automaticamente lembrei de uma conversa que eu tive com Meg sobre ela e de como eu percebi que ela fica desconfortável com investidas masculinas, até com uma simples conversa ela fica um tanto na defensiva. No casamento de Meg ela ficou tensa quando Iam a chamou para dançar demorando um pouco para aceitar, percebi também que ela parecia um pouco mais a vontade com o senhor Clarke do que com qualquer outro homem. Lembrando disso eu peguei em sua mão e a puxei para perto de mim a fim de afasta-la do homem de maneira que ela nem percebesse, ela rio e dançou comigo alheia a Meg que despachava o homem ao nosso lado.

Depois de mais algumas músicas tornei a subir acompanhada por Meg, Grace e Tulipa. Assim que eu sentei pedi um drink estava com a garganta seca e um pouco cansada de dançar. "Pria ia adorar esse lugar.” Sorri ao lembrar da minha amiga.

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Mais um capítulo para vocês.

Ellen segue firme na decisão de não voltar a se apaixonar.

Ainda bem que voltar a boate não afetou ela.

Até sexta. 😊😘😍

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Um Toque de Confiança - Meu Clichê (Livro 2) (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora