Ellen...
Me levantei para ir no banheiro enquanto esperávamos pela sobremesa, a noite inteira foi tensa, toda hora o John ficou me enchendo o saco, falando que alguém estava olhando pra mim como se eu tivesse algum controle sobre isso. Depois de fazer o que tinha de fazer sai do banheiro e segui em direção a mesa, um homem me abordou e eu me livrei dele.
- O que aquele homem queria? – John perguntou assim que sentei. – Ele ficou te comento com os olhos enquanto você se afastava. - Falou em tom acusatório.
- E eu posso mandar nos olhos dos outros agora? – Falei um pouco rude, já estou de saco cheio. – Ele deu em cima de mim e como você pode ver eu o dispensei.
- Claro que deu, você vestida desse jeito. – Apontou para mim chamando atenção das pessoas da mesa vizinha.
- O que você está querendo dizer?
- Estou dizendo que se você se desse ao respeito não teria chegado a esse ponto. – Ele falou alto. – Mas, parece que estava querendo atenção masculina. - Ele falou entre dentes.
"Ele esta me chamando de VAGABUNDA? Dizendo que eu procurei atenção? Eu só posso está ouvindo coisa."
Quando vi minha mão já estava na cara dele e eu me tremia de raiva.
- Nunca mais fale assim comigo. – Falei alto não me importando com os olhares ao redor já tinha chamado atenção com o tapa mesmo.
Levantei e sai do restaurante ouvindo ele me chamar, nem olhei pra trás e segui o mais rápido que meus saltos permitiram para fora do lugar, por sorte um táxi acabava de deixar um cliente, entrei sem demora e dei o endereço para ele falando para ir o mais rápido possível.
- Me espere aqui, vou apenas pegar minha mala. – Falei assim que o carro parou em frente a casa. – Pode cobrar o tempo de espera.
- Sim senhora. – Quando sai do quarto não pude mais segurar e lágrimas rolaram pelo meu rosto.
Subi rapidamente a escada e entrei no quarto juntando minhas coisas que estavam espalhadas por ele, ouvi um carro parar cantando pneu na rua e em seguida passos apressados escada acima. Nesse momento meu coração gelou e eu fiquei com receio do que ele é capaz.
- Por que tem um táxi parado lá fora? – John perguntou entrando no quarto. – O que você tá fazendo?
- Não tá vendo? Arrumando as minhas coisas pra ir embora. - Falei com raiva.
- Espera, vamos conversar. – Ele disse segurando meu braço quando eu passava para o banheiro.
- Me solta. - Forcei tentando soltar meu braço.
- Vamos conversar. – Ele falou mais alto me puxando pra si.
- Conversar sobre o que? – Falei alto puxando meu braço do seu agarre. – Você vai me pedir desculpa e dizer que vai mudar, então da próxima vez que sairmos vai fazer tudo de novo.
- Não, eu juro que vou mudar, eu vou me controlar, é que tenho ciúmes demais, eu te amo. - Ele falou tudo rápido demais.
- As vezes amor não é suficiente John, é preciso respeito e confiança e hoje você mostrou que não tem nenhum desses dois por mim. – Eu sentia meu coração se partindo no peito. – Eu te amo, mas preciso ter amor próprio, não vou aceitar você gritar comigo toda vez que sentir ciúmes ou achar que pode mandar nas minhas roupas, fazer uma cena e depois pedir desculpas, daqui a pouco você vai querer me afastar dos meus amigos. O nome disso John é relacionamento abusivo e eu não vou entrar numa merda desse consciente. – Me doía me afastar dele, mas era o melhor a fazer e uma parte minha ainda gritava que tanto ciúme era por que ele escondia algo.
- Não, eu jamais tocaria um dedo em você? - Seus olhos estavam marejados e sua voz soava triste.
- Será mesmo? Porque sempre começa com brigas que parecem simples. – As lágrimas rolaram pelo meu rosto.
- Não eu não faria, eu juro. – Apenas o olhei, enquanto ele parecia magoado.
- Você acha que eu vou deixa acontecer comigo igual com a Hilary? Ninguém me contou ao certo o que houve, mas eu tenho certeza que foi pior do que me disseram.
- Eu mudei. – Ele se aproximou. – Não sou mais aquele homem.
- Mudou mesmo? – Levantei uma sobrancelha. – Porque você vem agindo como um ciumento possessivo. - O acusei.
- Eu prometo que vou melhorar, vou mudar e nunca mais vou te tratar da maneira que tratei hoje. – Ele disse chorando. – Vou procurar ajuda, eu vou ser bom pra você. – Lágrimas grossas escorriam pelo seu rosto.
- Mude por você, porque sabe que está agindo errado e magoando as pessoas, porque você quer melhorar e não porque é o único jeito de me ter, pois assim a mudança não é verdadeira. – Falei em lágrimas, meu peito doía tanto que eu sentia que ia me sufocar.
- Você acha que eu gosto de ser assim? – Ele falou recuando como se eu o tivesse atingido. – Você vai ver, eu vou mudar.
- Ótimo, mas, enquanto isso não acontecer, enquanto não me senti segura com você, eu vou me manter longe.
Falei decidida e me afastei em direção ao banheiro, ele ficou me olhando arrumar minhas coisas com olhos tristes e lágrimas escorrendo pelo rosto, me destrói vê-lo assim, mas se eu ficar e perdoar sei que vai acontecer de novo e antes de as coisas pioraram e se quebrarem sem volta eu prefiro me afastar para não me machucar mais. Terminei de arrumar tudo e ele ainda estava parado no meio do quarto me olhando, pegou minha mala e desceu com ela, entregando para o taxista que esperava encostado ao carro.
Nos encontramos na porta e tudo que eu queria era me jogar em seus braços e dizer que o amo, mas tenho consciência de que e se eu fizer isso, nossa relação que ainda está no começo vai ficar abalada e talvez de forma irreversível e se eu for embora agora talvez nós tenhamos um futuro é a nossa melhor chance.
- Até mais. – Falei tocando seu rosto.
- Ellen. – Ele tocou rosto e sorriu mesmo com os olhos tristes.
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Um Toque de Confiança - Meu Clichê (Livro 2) (Concluída)
RomansaEllen Williams é uma mulher romântica, e protetora que ao longo dos seus 28 anos de idade se viu pular de um relacionamento ruim para outro, parecia que era somente ela se apaixonar que o príncipe virava sapo. Depois do seu último namoro que termino...