Um Toque de Confiança - Meu Clichê (Livro 2) (Concluída)

Capítulo 20.

Ellen...

- Gostosa é sexta a noite. – Adam tentou argumentar.

- Eu sei que é sexta a noite e por isso mesmo vou voltar pra casa e descansar no meu sofá assistindo uma série e comendo pipoca com chocolate. - Programa perfeito.

- Quando foi que você se tornou uma velha? – Ele torceu o nariz. – Vai sair com aquele gostoso do John. Ou só vá sair pra dançar e beijar umas bocas comigo.

- Nem começa. – Falei levantando e pegando minha bolsa. – Divirta-se, te amo. – Beijei sua bochecha.

- Também te amo. – Ele beijou minha testa.

Sai da sala deixando ele para trás, acenei para Ana e Heitor que conversavam na mesa dela e me dirigi para o elevador. Desde cedo que o Adam tenta me convencer a sair para curtir com ele, mas não estou no clima de festa e ontem eu já sai pra beber com ele e alguns conhecidos da época da faculdade, hoje quero e mereço descanso.

Quando coloquei meus pés na calçada em frente do estúdio e levantei os olhos vi John encostado no meu carro vestindo um terno de três peças em um tom de grafite com uma gravata verde turquesa, ele tinha as mãos no bolso e olhava diretamente para mim, estava incrivelmente lindo e minhas mãos suaram na hora.

- Oi. – Falei sorrindo sem graça me aproximando.

- Oi. – Ele me abraçou rapidamente e eu senti uma corrente elétrica percorrendo meu rosto onde seus lábios tocaram. – Já que você estava me evitando, resolvi vir vê-la pessoalmente.

- Eu não estou evitando você. – Ele ergueu uma sobrancelha.  – Apenas não aceitei seus convites. - Contornei.

- Se você diz. – Ele sorriu.  – Que tal sairmos um pouco?

- John eu...

- Podemos ir no lugar que você me levou na outra noite. - Me olhou com expectativa.

Eu o olhei tentando pensar em alguma desculpa para não aceitar ir com ele a lugar algum e percebi o quão infantil estou parecendo com essa atitude, fugindo e me escondendo como um animal assustado.

- Você me segue no seu carro? – Perguntei, decidindo falar francamente com ele.

- Não, você me leva, vim de táxi. – Ele sorriu.

Apenas assenti destravado as portas do carro, dei a volta e entrei, ele se acomodou no banco ao meu lado e me olhou nos olhos, virei para a frente e liguei o carro o colocando em movimento em seguida. Dirigi em silêncio por alguns minutos até que comecei a ficar desconfortável e puxei assunto sobre o trabalho.

Ele me contou como foi seu dia, as reuniões que participou, falou sobre a imobiliária do pai e sobre a visita de Tulipa no dia anterior. Falamos um pouco sobre como ela era uma alma abalada pelo trauma que passou, mas não nos estendemos no assunto.

- A Lyanna está se saindo bem no trabalho? – Perguntei curiosa, afinal de contas ela estava trabalhando pra ele por indicação minha, queria saber se estão se dando bem.

- Ela é ótima, dedicada, eficiente e profissional. – Ele falou entusiasmado.  – Ela sempre cuida de tudo antes mesmo que eu precise pedir algo. – Estávamos perto do parque para onde estamos indo. – Pedi para ela cuidar de uns problemas no sistema da imobiliária e em um único dia ela resolveu o que os funcionários de lá não conseguiram em uma semana, por isso a coloquei chefia do a equipe de lá. - Ele falou animado.

- Que bom, fico feliz que ela esteja se saindo bem. – Falei com sinceridade. – E também que você tenha encontrado um bom profissional.

- Eu tenho que lhe agradecer por isso.