Capítulo 23.

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Ellen...

Normalmente não sou uma pessoa violenta, mas a vontade que eu tenho de espancar alguém hoje é tamanha, que eu juro que não respondo por mim se alguém me irritar hoje. Meu humor está horrível, estou irritadiça,  parece que vou me partir ao meio tamanha é a cólica que se abate sobre meu corpo, minha cabeça dói assim como minhas costas e minhas pernas parecem estar com pesos de amarrados em cada uma.

Como se o universo conspirasse contra mim estou tendo um dia de cão. Parece que nada do que eu faço da certo, estou a quase uma hora nessa merda de ensaio e estou tendo dificuldade de fazer as fotos da maneira que eu quero, sempre da errado de algum jeito.

“Você é uma ótima profissional,  com curso internacional, você consegue fazer essas fotos.”

Respiro fundo controlando minha vontade de jogar a câmera na parede a minha frente e me posiciono para tentar fazer as fotos de maneira digna.

- Queridos voltem para a posição anterior por gentileza. – Falo para os modelos que assentem se posicionando.

Fico mais uma hora na sessão, mas finalmente consegui fazer tudo do jeito que eu queria e as fotos ficaram ótimas, consegui vencer meu azar. Me despedi de todos e praticamente me arrastei até minha sala sentindo uma forte onda de cólica, não costumo sentir tanta cólica assim e sou um tanto fraca pra dor física por isso quando tenho fico parecendo um cadáver.

- Ellen você quer um remédio? – Ana perguntou me acompanhando para a sala. – Eu costumo ter dores horríveis e por isso sempre tenho remédio comigo.

- Na verdade eu quero sim. – Falo me sentando.

Ela assente e sai da sala me deixando sozinha com minha dor, ela volta em seguida com um copo com água e outro com o comprimido.

- Toma você está pálida. – Ela disse me entregando. – Acredito que logo se sentirá melhor.

- Obrigada Ana. – Falei tomando o remédio. – Eu não costumo ter cólica, mas quando tenho parece que vem a dor acumulada dos outros meses. – Falei e ela rio.

- Eu tenho muita, cheguei a desmaiar algumas vezes, diminuiu quando comecei com o anticoncepcional.  – Ela falou e eu assenti prestando atenção.

- Deve ser horrível sentir isso sempre.

Ela fala que é muito ruim, sofre com isso desde muito nova e conversamos mais um pouco e então se vai, quando fico sozinha começo a pensar na vida e me questionar se eu realmente quero ter um filho, por que se uma cólica já dói tanto imagina ter uma criança passando pelo canal vaginal me abrindo de dentro pra fora.

Balanço a cabeça e começo a trabalhar tentando distrair a mente. Algumas horas depois quando o comprimido já fez efeito e as dores diminuíram meu celular tocou sobre a mesa, olhei sobre a mesa e vi o nome de John  estampado ali, não o vi desde domingo quando fomos ao meu parque preferido e o levei na clareira.

Ligação on*

- Oi, boa tarde. – Ele disse assim que atendi.

- Oi boa tarde. - Falei com a voz fraca.

- Como está seu dia?

- Está indo. – Falei sorrindo.

- Algum problema? – Pareceu preocupado.

- Tive dificuldade no ensaio de hoje, mas no fim deu certo. - Foi tudo que eu disse.

- Que bom que deu certo no final. – Ele disse sincero. – Eu senti sua falta.

- Eu também. – Falei quase em um sussurro.

- É que tal sairmos a noite? – Depois de uma pausa continuou. – Um jantar e cinema. - Sugeriu.

- John eu não estou no clima de sair, não me sinto bem.

- O que você tem? Está doente? – Perguntou rapidamente.

- Não, é só cólica. – Digo simplesmente para não falar de todo o resto.

- Então eu posso levar comida e chocolate e podemos ver um filme  na TV. – Ele disse animado.

- John, eu... é.... estou naqueles dias. – Falei morrendo de vergonha, mas como ele não tinha entendido a deixa da cólica precisava ser mais direta. – Não vai da pra gente... é... você sabe. – Falei mortificada de vergonha, um silêncio se instalou do outro lado da linha.

- Ellen eu te liguei por que eu quero te ver, por que sinto a sua falta. – Ele falou com calma. – Eu quero passar um tempo com você, nós dois juntos fazendo algo, conversando, não se resume a sexo. – Ele disse sério. – Claro que sexo com você é ótimo, mas a vida não se resume a isso, quero sua companhia, quero conversar com você, estar com você. – Ele conclui e eu sinto uma coisa estranha no meu estômago como se ele revirasse rapidamente. Seriam essas as famosas borboletas no estômago?

- Entendi, desculpe. – Falei me sentindo mal por julgar que ele apenas queria me ver para sexo. – Eu... é queria deixar claro, não dar falsas esperanças.

- Está tudo bem. – Ele me tranquilizou. – Agora me diga esse era o motivo para você não querer me ver ou prefere ficar sozinha? - Perguntou sério.

- Era o motivo. – Falo e acrescento rapidamente. – Mas, eu realmente não tô legal pra sair de casa.

- Tudo bem, podemos ficar em casa.

Um Toque de Confiança - Meu Clichê (Livro 2) (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora