Ellen...
Normalmente não sou uma pessoa violenta, mas a vontade que eu tenho de espancar alguém hoje é tamanha, que eu juro que não respondo por mim se alguém me irritar hoje. Meu humor está horrível, estou irritadiça, parece que vou me partir ao meio tamanha é a cólica que se abate sobre meu corpo, minha cabeça dói assim como minhas costas e minhas pernas parecem estar com pesos de amarrados em cada uma.
Como se o universo conspirasse contra mim estou tendo um dia de cão. Parece que nada do que eu faço da certo, estou a quase uma hora nessa merda de ensaio e estou tendo dificuldade de fazer as fotos da maneira que eu quero, sempre da errado de algum jeito.
“Você é uma ótima profissional, com curso internacional, você consegue fazer essas fotos.”
Respiro fundo controlando minha vontade de jogar a câmera na parede a minha frente e me posiciono para tentar fazer as fotos de maneira digna.
- Queridos voltem para a posição anterior por gentileza. – Falo para os modelos que assentem se posicionando.
Fico mais uma hora na sessão, mas finalmente consegui fazer tudo do jeito que eu queria e as fotos ficaram ótimas, consegui vencer meu azar. Me despedi de todos e praticamente me arrastei até minha sala sentindo uma forte onda de cólica, não costumo sentir tanta cólica assim e sou um tanto fraca pra dor física por isso quando tenho fico parecendo um cadáver.
- Ellen você quer um remédio? – Ana perguntou me acompanhando para a sala. – Eu costumo ter dores horríveis e por isso sempre tenho remédio comigo.
- Na verdade eu quero sim. – Falo me sentando.
Ela assente e sai da sala me deixando sozinha com minha dor, ela volta em seguida com um copo com água e outro com o comprimido.
- Toma você está pálida. – Ela disse me entregando. – Acredito que logo se sentirá melhor.
- Obrigada Ana. – Falei tomando o remédio. – Eu não costumo ter cólica, mas quando tenho parece que vem a dor acumulada dos outros meses. – Falei e ela rio.
- Eu tenho muita, cheguei a desmaiar algumas vezes, diminuiu quando comecei com o anticoncepcional. – Ela falou e eu assenti prestando atenção.
- Deve ser horrível sentir isso sempre.
Ela fala que é muito ruim, sofre com isso desde muito nova e conversamos mais um pouco e então se vai, quando fico sozinha começo a pensar na vida e me questionar se eu realmente quero ter um filho, por que se uma cólica já dói tanto imagina ter uma criança passando pelo canal vaginal me abrindo de dentro pra fora.Balanço a cabeça e começo a trabalhar tentando distrair a mente. Algumas horas depois quando o comprimido já fez efeito e as dores diminuíram meu celular tocou sobre a mesa, olhei sobre a mesa e vi o nome de John estampado ali, não o vi desde domingo quando fomos ao meu parque preferido e o levei na clareira.
Ligação on*
- Oi, boa tarde. – Ele disse assim que atendi.
- Oi boa tarde. - Falei com a voz fraca.
- Como está seu dia?
- Está indo. – Falei sorrindo.
- Algum problema? – Pareceu preocupado.
- Tive dificuldade no ensaio de hoje, mas no fim deu certo. - Foi tudo que eu disse.
- Que bom que deu certo no final. – Ele disse sincero. – Eu senti sua falta.
- Eu também. – Falei quase em um sussurro.
- É que tal sairmos a noite? – Depois de uma pausa continuou. – Um jantar e cinema. - Sugeriu.
- John eu não estou no clima de sair, não me sinto bem.
- O que você tem? Está doente? – Perguntou rapidamente.
- Não, é só cólica. – Digo simplesmente para não falar de todo o resto.
- Então eu posso levar comida e chocolate e podemos ver um filme na TV. – Ele disse animado.
- John, eu... é.... estou naqueles dias. – Falei morrendo de vergonha, mas como ele não tinha entendido a deixa da cólica precisava ser mais direta. – Não vai da pra gente... é... você sabe. – Falei mortificada de vergonha, um silêncio se instalou do outro lado da linha.
- Ellen eu te liguei por que eu quero te ver, por que sinto a sua falta. – Ele falou com calma. – Eu quero passar um tempo com você, nós dois juntos fazendo algo, conversando, não se resume a sexo. – Ele disse sério. – Claro que sexo com você é ótimo, mas a vida não se resume a isso, quero sua companhia, quero conversar com você, estar com você. – Ele conclui e eu sinto uma coisa estranha no meu estômago como se ele revirasse rapidamente. Seriam essas as famosas borboletas no estômago?
- Entendi, desculpe. – Falei me sentindo mal por julgar que ele apenas queria me ver para sexo. – Eu... é queria deixar claro, não dar falsas esperanças.
- Está tudo bem. – Ele me tranquilizou. – Agora me diga esse era o motivo para você não querer me ver ou prefere ficar sozinha? - Perguntou sério.
- Era o motivo. – Falo e acrescento rapidamente. – Mas, eu realmente não tô legal pra sair de casa.
- Tudo bem, podemos ficar em casa.
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Um Toque de Confiança - Meu Clichê (Livro 2) (Concluída)
RomansaEllen Williams é uma mulher romântica, e protetora que ao longo dos seus 28 anos de idade se viu pular de um relacionamento ruim para outro, parecia que era somente ela se apaixonar que o príncipe virava sapo. Depois do seu último namoro que termino...