Capítulo 7.

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Ellen...

- Vocês querem mesmo ver um filme de ação? – Natalie falou na fila do Cinema, eu, ela, Meg e Iam tiramos o domingo pra ver um filme e depois jantar. Faz tempo que não saímos só nós quatro.

- Filme de ação é legal. – Argumentei.

- Escolham pelo menos um bom. – Ela reclamou emburrada.

- Esse é bom. – Iam protestou.

- Pelos deuses que graça tem no povo de carro pra lá e pra cá? O cara segura o helicóptero com o braço e não é um filme de pessoas com poderes. - Ela falou mexendo as mãos.

- Esse é um bom argumento. – Meg falou rindo.

Depois de muito discutir acabamos escolhendo um filme de mistério, a história girando em torno da morte de um milionário, a família está na casa, assim como a cuidadora e agora um investigador tenta desvendar o mistério. Compramos pipoca, refrigerante e alguns chocolates antes de entrar para ver o filme.

Antes da metade o filme já se mostrou uma escolha muito melhor do que o que Iam queria ver e Natalie não deixou de sussurrar isso para ele o fazendo fechar a cara e eu e Meg rir baixo chamando atenção das pessoas ao nosso redor. Sorri pedindo desculpas e voltei minha atenção para a tela.

Quando o filme acabou saímos do Cinema discutindo as reviravoltas do roteiro e o final surpreendente. No final das contas o filme escolhido foi muito bom e todos saímos satisfeitos.

- Eu desconfiei desde o início que ele era o culpado. – Meg se vangloriou. - Tinha algo errado com ele.

- Não vale, você é escritora. – Natalie falou.

- Exatamente, você sabe ler nas entrelinhas. - Falei.

- Isso é trapaça.  - Iam completou.

- Não é assim não viu. - Ela se defendeu.

E lá começou a discussão que sempre se repete quando vamos ao cinema juntos, como Meg tem uma vantagem sobre nós, já que é o trabalho dela, ao passo que ela se defende dizendo que aquilo não faz o menor sentido. Sempre damos muitas risadas quando isso acontece.

- Com licença. – Uma garota de olhos grandes por trás de um óculos de armação fina que não deve ter mais de 16 anos nos parou interrompendo nossa discussão. – Você é Margareth Taylor não é? – Ela perguntou olhando esperançosa na direção de Meg.

- Sim, sou eu. – Meg olhou para a menina surpresa.

- Aí meu Deus. – A garota falou animada. – Eu disse ao Charlie que era você. – Disse apontando para um garoto alguns metros distante. – Eu li seu livro e devo dizer que se tornou o meu favorito da vida, você é incrível.

- Obrigada. – Meg sorriu meio sem jeito. – Fico feliz que você tenha gostado dele.

- Eu amei. – Ela falou animada. – Estou muito ansiosa pela continuação. - A garota quase quicava no lugar.

- Deve sair até o fim do ano.

- Então já está escrito?

- Sim está. – A garota praticamente  deu um gritinho.

- Vai ser um sucesso assim como o primeiro. Tenho certeza. – Ela baixou os olhos. – Você poderia autografar meu exemplar? – Perguntou tímida.

- Claro que eu autógrafo. – A menina sorriu pegando o livro dentro da bolsa. – Qual o seu nome?

- Samantha.

Meg pegou o livro abriu na contracapa o apoiou nas costas de Iam e fez uma dedicatória para a Samantha assinando no final, devolveu o livro junto com a caneta.

- Obrigada. – Ela sorriu agradecida. – Sinto muito pelo que aconteceu no lançamento e fiquei muito feliz por você e seu marido terem ficado bem. – Ela disse guardando o livro. – A propósito parabéns pelo casamento. - as garota falou tudo de uma vez.

- Obrigada por tudo. – Meg sorriu pra ela. – Até mais. – Falou se despedindo da menina.

Ela se virou e começou a caminhar em direção a saída com nós ao seu lado em silêncio.

- Quem diria que Henry Green seria um dia conhecido como marido de Margareth Taylor. – Iam falou enquanto entrávamos no seu carro. – Você está ganhando a fama que merece Meg. – Sorriu orgulhoso para ela que se sentava comigo no banco de trás comigo, deixando Natalie no banco ao lado dele.

- É verdade você merece muito reconhecimento. – Natalie se virou para trás afim de olhar para Meg enquanto falava.

- Temos uma amiga talentosa e famosa. – Falei colocando o cinto de segurança. - Estamos chiques.

- É muito estranho quando alguém me reconhece na rua pelo livro. – Ela falou enquanto Iam dirigia pelas ruas de Londres em busca de um restaurante com uma boa pizza, já que Natalie nos convenceu dizendo que está a com muita vontade de comer. – Não que aconteça com frequência, ainda assim é bem estranho, mas me deixa imensamente feliz quando vejo que alguém me reconhece pelo meu trabalho e não por ser casada com um homem rico e bem sucedido. Eu sinto que venci na vida e estou alcançando meus sonhos.

- Você merece tudo isso. - Falei tocando sua perna.

- Por falar nisso, já tem data para o próximo livro sair? – Iam quis saber. 

- ainda não.

Seguimos falando sobre a carreira de Meg e como está cada vez mais ganhando a visibilidade que ela merece, claro que não deixamos de fazer algumas brincadeiras.

**

Ellen...

Acabamos em um restaurante pequeno e aconchegante em uma rua um pouco afastada do centro da cidade, pedimos duas pizzas, uma de quatro queijos e uma portuguesa. Conversamos sobre assuntos triviais enquanto esperávamos o nosso pedido e bebericávamos de um delicioso vinho tinto, obviamente escolha de Meg, que as vezes parecia ter uma tara por vinho.

Assim que a comida chegou o barulho de conversar diminuiu dando lugar ao som de mastigar,  não sabia que estava com tanta fome até senti o cheiro delicioso de pizza em meus narizes e ouvir meu estômago roncar baixo fazendo a pele vibrar.

- Sabe as instituições que vocês escolheram para ajudar como forma de presente de casamento?  – Iam falou para Meg com um pedaço de pizza na mão.

- Sei. - Ela disse levando uma fatia de pizza até a boca.

- Então, na época que vocês estavam escolhendo eu visitei algumas com John. – Ele falou enquanto nós o observávamos. – Algumas delas eram orfanatos.

- Alguns deles já estavam inclusive na lista de instituições que a Corporação Green ajuda. – Meg comentou e levou a taça aos lábios.

- Eu tornei a visita-las enquanto vocês estavam vocês estavam de lua de mel, para ver se as doações estavam  em ordem. – Ele fez uma pausa, mordeu o pedaço de pizza em sua mão, mastigou lentamente e engoliu antes de voltar a falar. – Eu fiquei muito intrigado com os lugares, pensei no que eu poderia fazer por aqueles lugares, vocês sabem. – Ele fez um gesto com a mão livre e nos concordamos com a cabeça.

- Sim. – Natalie lhe sorriu.

- Nessa semana eu estava indo para casa por uma rota diferente depois do trabalho, tinha sido um dia difícil  e por isso eu dei voltas na cidade para relaxar, quando circulava pelos arredores da cidade, me deparei com uma construção antiga e iluminada, na frente do portão uma placa velha indicava que era um orfanato. – Percebi que ele estava emocionado pelo tom em sua voz e seus olhos cintilando de lágrimas contidas. – Então voltei lá bem cego no outro dia pela manhã, conheci o lugar, é um orfanato pequeno que não recebe muita ajuda e vive em boa parte sustentado pelos vizinhos. – Ele fez uma pausa e tomou um gole generoso de vinho. – Eu decidi que vou ajudar, posso não ter tanto dinheiro para fazer doações mensais generosas, mas tenho força de vontade e quero contribuir ativamente.

- Isso é maravilhoso. – Falei com orgulho do meu amigo.

- Eu quero conhecer o lugar. – Natalie esticou a mão em sua direção tocando a sua brevemente. – Quero ajudar.

- Também irei ajudar. – Eu e Meg falamos ao mesmo tempo. O oferecimento era de coração, pois nós somos amigos e nos ajudamos e também por que sabemos o quanto é importante para ele e para as crianças que precisam.

- Farei de tudo para que entre na lista de doações da Corporação e farei minha própria contribuição. - Meg falou.

- O estúdio está indo bem com a conta com a Sund novos clientes estão chegando e já estamos entrevistando novos candidatos, vou falar com o Adam e garanto que ele vai aceitar a ideia de fazermos uma doação.

- Obrigada gente, vocês são maravilhosas. – Ele falou com os olhos brilhando. – Eu nem estava contando para receber ajuda, era só pra contar mesmo,  por que é algo importante para mim. - Ele sorriu.

- Nós sabemos, e é justamente para isso que servem os amigos. – Falei e ele me olhou sorrindo agradecido.

Ele continuou contando sobre o orfanato, como o lugar era, a organização, as crianças lá residentes, as pessoas que tomavam de conta, estava muito animado enquanto falava. Confessou que me sentia culpado por não ter ajudado antes, por precisar que outra pessoa o chamasse até lá para então virar seus olhos para tal realidade.

No caminho de volta para casa ainda falávamos sobre o assunto, combinamos de ir todos juntos no próximo sábado conhecer o orfanato adotado por Iam.


**

Ellen...

Na segunda pela manhã quando entrei na Ilumine tirando meu casaco e me preparando mentalmente para uma manhã de entrevistas com candidatos a vaga de fotógrafo, me deparei com Heitor debruçado sobre a mesa de Ana conversando com ela enquanto brincava com uma mecha de seu cabelo.

Vi que alguns candidatos já tinham chegado e esperavam ansiosos pela sua entrevista. Sorri em direção deles e parei na frente da mesa onde meus dois funcionários conversavam.

- Bom dia. – Falei lhes chamando a atenção.

- Bom dia. – Se apressaram em me cumprimentar. Ana sorriu sem graça como uma criança pega fazendo algo que não devia.

- Heitor me acompanhe a minha sala por gentileza. – Ele assentiu, murmurou um sim senhora e se afastou me aguardando em frente a porta. – Ana assim que Heitor sair da minha sala pode enviar no primeiro candidato para a entrevista. – Sorri amigavelmente.

- Sim senhora. – Ela falou, abriu e fechou a boca tentando falar algo, mas pareceu não encontrar as palavras.

- Até mais tarde. – Sorri e sai de perto dela.

Abri a sala e entrei, Heitor entrou atrás de mim fechando a porta ao passar. Deixei meu casaco no cabide ao lado da porta e a bolsa sobre uma poltrona, me sentei e indiquei a cadeira a frente da mesa para o ruivo sentar, ele o fez sem falar nada.

- Senhora Williams, sei que me chamou aqui por causa de Ana. – Ele fez uma pausa. – Eu...

- Heitor. – O cortei. – Se acalme, sim, lhe chamei por isso, não foi a primeira vez que vi vocês dois conversando muito íntimos. – Apoiei os cotovelos na mesa e olhei para o jovem. – Relacionamento entre colegas não é algo proibido aqui no estúdio, por tanto não estou pedindo que parem de se ver. – Fiz uma pausa. – Mas, eu espero que seja o que for que esteja rolando entre vocês não interfira no trabalho de forma alguma, por que se tivermos que lidar com corações partidos e intrigas vai prejudicar o estúdio.

- Eu entendo e lhe garanto que não irá acontecer, não deixaremos que nossa relação atrapalhe o trabalho. – Ele fitou meus olhos e acrescentou.  – Eu gosto dela.

- Ótimo, Ana é uma garota incrível e doce. – Sorri. – Quero prezar pela estabilidade dos meus funcionários.

- Sim, ela é incrível. – Ele sorriu bobo. – Não causaremos problemas.

- Certo, isso é tudo. – Falei. – Pode ir. – Ele assentiu e se levantou. – Heitor, diga a Ana que venha me ver antes de mandar o primeiro candidato. 

- Sim, senhora.

Saiu em seguida, fechando a porta, me recostei na cadeira e esperei que Ana entrar para falar sobre o mesmo assunto que acabei de falar com Heitor. Gosto de deixar as coisas claras com meus funcionários e Ana é uma menina doce não quero vê-la sofrer.

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Meg sendo reconhecida pelo seu trabalho é um sonho realizado.

Iam vai ajudar um orfanato e com isso mobilizou as amigas, isso é ótimo.

Ellen conversando com seus funcionários sobre relacionamento é uma graça.

Até domingo. 🥰😘

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Um Toque de Confiança - Meu Clichê (Livro 2) (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora