Meg...
- A doutora Montgomery disse que andar ajudaria. – Henry estendeu a mão em minha direção me estimulando a levantar da cama.
- Estou nessa porcaria de hospital a 10 horas e só dilatei 4 centímetros. – Bufei de raiva, me sinto dolorida e irritada e só quero tirar Eva de dentro de mim logo. – Não acredito que andar vá ajudar em muita coisa. – Cruzei os braços.
- Vem meu anjo, mal não vai fazer. – Ele sorriu pra mim é minha vontade nesse momento era socar a sua linda cara. – Além do mais a doutora Montgomery é a especialista não você. – O olhei irritada.
- Tudo bem. – Peguei sua mão me levantando da cama a contra gosto.
Ele sorriu me ajudando a calçar meus sapatos, se endireitou e entrelaçou meu braço ao seu para sairmos do quarto, lentamente andamos pelo andar da maternidade do hospital, vi alguns quartos com mães segurando seus bebês.
- Nenhuma delas estava aqui quando eu cheguei. – Senti as lágrimas vindo ao meu rosto. – Isso não é justo por que o meu parto tem que demorar tanto.
- Calma meu anjo. – Fez carinho no meu braço. – Eu sei que é horrível. – O olhei. – Claro que eu não sei, imagino que deva ser, mas daqui a pouco vai passar e nós estaremos com a nossa linda garotinha nos braços.
- A menina nem nasceu e já está me dando trabalho. – Sorri.
- Olhe pelo lado bom, isso pode significar que ela não vai gostar de sair de casa. – Ele tinha uma pontada de diversão na voz.
- Sério Henry? – Não contive uma risada.
Algumas mulheres caminhavam pelos corredores amparadas por seus acompanhantes, algumas tinham caretas de dor, outras conversavam tranquilamente como se não tivessem um ser humano de 3 kg preste a passar por sua vagina.
- Eu aposto que elas vão parir antes de mim. – Resmunguei irritada.
- Sua hora vai chegar meu anjo.
Continuamos andando por mais alguns minutos, até eu me cansar e voltarmos para o quarto, me sentei e ele sentou ao meu lado na cama, meu amado marido não me deixou por mais de 5 minutos durante as horas que eu estive aqui, na verdade ele esteve sempre por perto, se preocupando e cuidando de mim desde que descobriu sobre a gravidez. Graças a ele não surtei quando senti dores no abdômen com 11 semanas de gestação, me acalmou e me levou ao médico para descobrirmos que se tratava de gases. Eu tive medo de perder o bebê no início e agora tenho medo de alguma complicação durante o parto, tanta coisa pode dar errado comigo, com ela ou com nós duas, saber que estou nas mãos da melhor obstetra do Reino Unido me deixa consideravelmente aliviada, mas ainda assim o medo persiste.
- Vai ficar tudo bem meu anjo. – Acariciou o meio das minhas sobrancelhas para desfazer o vinco que se formava ali.
- Eu espero que da próxima vez seja mais rápido. – Ele sorriu. Ouvimos uma batida na porta e minha sogra passou a cabeça pela brecha que abriu.
- Podemos entrar? – Ela perguntou calmamente.
- Claro. – Sorri, vendo-a acompanhada de minha mãe e minha vó entrando na sala.
- Vou pegar um café. – Henry beijou minha testa. – Eu volto rápido, te amo.
- Te amo.
Observei ele sai e virei meu rosto para as mulheres ali comigo, elas pareciam preocupadas e animadas.
- Está com dor, minha querida? – Minha vó se aproximou apertando minha mão.
- Não agora, mas é incômodo. – Parece que tem uma bola enorme dentro de mim querendo sair.
- Sabemos disso querida. – Marianne se posicionou perto dos meus pés. – Mas eu garanto que quando você olhar para o rostinho vai valer a pena. – Ela sorriu de maneira reconfortante.
- Estou com medo. – Confessei.
- Vai ficar tudo bem, você é forte. – Minha mãe também se aproximou. – O parto da Carol foi um tanto complicado, mas eu fiquei bem. Você também vai ficar e vai terminar muito antes. – Lembro do nosso pai dizendo que até pra nascer Carol deu trabalho, sempre que ela se metia em confusão na adolescência.
- Obrigada.
Elas continuaram por alguns minutos tentando me distrair de tudo aquilo, funcionou um pouco, me sentia bem mais relaxada quando elas saíram do quarto me deixa a sós com meu marido novamente. Só me resta esperar que meu corpo tenha a boa vontade de dilatar sozinho antes que eu precise tomar remédios para isso.
**
Meg...
Já nem sei mais a quantas horas estou aqui esperando uma dilatação que parece não acontecer nunca, me sinto cansada e dolorida, as contrações aumentaram bastante na última hora, minhas costas doem depois das constantes fisgadas que eu senti lá. Uma enfermeira entrou no meu quarto.
- Senhora Taylor vou verificar sua dilatação, meu nome é Saxton. – Ela se apresentou, estou aqui a tanto tempo que já aconteceu troca de turno.
Apenas assenti dando permissão para ela me examinar, a mulher com roupa lilás colocou uma luva cirúrgica nas mãos, ajustou o lençol e levou a mão enluvada pelas minhas pernas até que pressionou minha vagina e se retirou sorrindo.
- Você está pronta mamãe. – Tirou a luvas jogando no lixo perto da porta.
- Sério? Vai nascer? – Eu não conseguia acreditar.
- Sim, você está com dilatação total. – A mulher apertou um botão perto da cama e a reclinou.
- Isso é ótimo. – Henry se colocou ao meu lado.
- Finalmente. – Eu nem podia acreditar que aquilo realmente estava acontecendo.
- Vamos remove-la para a sala de parto, quando você se vestir adequadamente poderá acompanhar papai.
Henry apenas assentiu sorrindo enquanto mais pessoas entravam na sala, me transferiram para uma cadeira de rodas e me levavam para a sala de parto. Enfermeiros se moviam ao meu redor me deixando um pouco confusa e fazendo difícil de registrar os movimentos a minha volta, me colocaram em uma cama e a doutora Montgomery apareceu com um avental amarelo claro, touca, máscara e luvas.
- Chegou a hora.
- Finalmente. – Repeti sentindo uma contração vir.
Senti uma mão apertar a minha e virei a cabeça para o lado vendo Henry ao meu lado, em meio ao torpor da dor eu nem percebi sua aproximação, ele se vestia como os outros no centro médico e estava posicionado ao meu lado enquanto as outras pessoas se organizavam pela sala.
- Ótimo, você está pronta. – Doutora Montgomery me olhou. – Quando a próxima contração vier eu quero que você empurre com força.
- Tudo bem. – Assenti.
- Estou aqui com você. – Henry apertou minha mão.
- Não se envergonhe de gritar. – A médica falou.
Senti o aperto em minha barriga descendo em direção a pélvis acompanhado de uma dor que se irradiava da minha cintura até as coxas como se todos os meus ossos estivessem sendo quebrados, gritei de dor e apertei a mão de Henry tão forte que ele também gritou. Cai para trás na cama quando a dor passou.
- Muito Bem, continue empurrando. – Ela me encorajou.
Outra contração irrompeu em meu corpo antes que eu pudesse me recuperar, me fazendo gritar novamente, Henry se abaixou perto de mim, cai para trás quando a dor cessou, mas não tive tempo de respirar quando outra começou me fazendo ir para a frente ao empurrar a bebê para fora, minha testa se chocou com força com a de Henry e ele caiu para trás com o impacto indo de bunda no chão.
- Está tudo bem aí? – A doutora Montgomery perguntou olhando para ele.
- Sim, só preciso levantar. – Ele falou com um pouco de dificuldade.
Uma gargalhada saiu da minha garganta apesar da dor que sentia em meu ventre. Uma enfermeira o ajudou a levantar e lhe trocou as luvas enquanto eu ainda esboçava um sorriso.
- Que bom que te divirto. – Henry falou levando a mão a testa que tinha uma marca avermelhada. – Isso doeu.
- Sério? Você está com dor? – O olhei incrédula. “Estou a um ponto de deixar minha filha órfã”.
- Desculpe. – Ele sussurrou. – A médica disse pra empurrar, aperte minha mão. – Falou tentando me distrair.
A médica sorriu enquanto eu empurrava. Empurrei de novo e de novo sentindo como se meu ventre estivesse sendo rasgado de dentro para fora. Gritei a cada empurrada, senti uma coisa se comprimir contra meu corpo e a dor aumentou em minha vagina.
- Empurra forte agora está coroando. – A dor veio forte e eu empurrei. – Pare! – Olhei para frente vendo a médica mexer em algo a sua frente. – Empurre.
Empurrei novamente me sentindo como se estivesse sendo rasgada, a sensação diminuiu e um chorinho baixo invadiu a sala me deixando com lágrimas nos olhos. Me joguei para trás ofegante.
- Quer cortar o cordão papai? – Ouvi a voz da medica.
- Sim.
Pela voz do Henry eu senti que ele estava chorando também, o vi se mexer a minha frente e fechei os olhos por um segundo me sentindo cansada e dolorida, uma movimentação perto de mim me fez abrir os olhos.
- Olha a pequena Eva. – A mesma enfermeira que estava no meu quarto se aproximou com um embrulhinho nos braços. – Quer pega-la?
- Sim. – Minha voz saiu fraca e chorosa.
Ela me entregou meu bebê, era uma coisinha pequena e rosada ainda suja do parto, ralos fios ruivos cobriam sua cabeça completamente. Olhando para ela se movendo descoordenadamente me senti completa, amor me inundou de uma forma que eu nem imaginava ser possível e naquele momento sabia que esse serzinho em meus braços é o centro do meu mundo o mais importante, o que eu tenho de mais precioso.
- Ela é perfeita. – Henry se inclinou tocando suas mãozinhas.
- Sim, ela é, é linda e foi a gente que fez. – Levantei os olhos para ele e vi refletidos neles o meu amor que eu sentia. – Eu te amo.
- Eu te amo meu anjo. – Ele sorriu. – Amo vocês duas.
Se inclinou tocando meus lábios com os seus em um beijo rápido.
**
Henry...
Acomodei o pacotinho em meus braços e me mexi balançando a cadeira para frente e para trás, o emaranhado de cabelos ruivos que despontava da cabeça da minha filha eram lindos. A olhando eu sei que é a coisa mais importante da minha vida.
Meg está dormindo tranquilamente na cama ali perto, cansada demais depois de todo o esforço do parto, quando trouxeram ela da sala de parto para o quarto ela já veio dormindo, a médica me garantiu que é normal e que além do cansaço nada está errado com ela, por isso eu tentei me acalmar, mas me sentirei melhor quando ela acordar e eu puder constatar que ela está bem. Posicionei a cadeira de balanço de frente para a cama de modo que eu pudesse olha-la enquanto embalo Eva.
Eva se agitou em meus braços e a embalei um pouco mais, ela esticou uma das mãozinhas e encostou em meu peito como se tivesse me tocando de propósito, abriu seus olhos e me olhou, seus olhos eram de um azul profundo, um deles com uma pequena mancha amarronzada igual os meus, sorri tocando seu nariz.
- Oi minha linda. – Sussurrei. – Lembra de mim? É o papai. – Continuei falando com ela me sentido cheio de amor. – Eu prometo que vou tentar ser o melhor pai do mundo. – Toquei seus cabelinhos. – Vou ser um homem melhor por você, vocês duas são o meu mundo, eu amo vocês demais.
- Eu também de amo. – Ouvi Meg falar e levantei a cabeça a vendo sorri enquanto nos observa.
- Olha minha pequena a mamãe acordou. – Me levantei e caminhei até a cama. – Como se sente meu anjo?
- Como se um ser humano tivesse passado por minhas entranhas. – Falou sorrindo. – Estou cansada e um pouco dolorida, mas estou bem.
- Isso é ótimo. – Toquei seus cabelos. – Vou chamar a médica.
Ela só assentiu estendendo os braços para pegar Eva no colo, depositei-a em seus braços e ela se recostou na cama dizendo o quanto nossa filha é linda e o quanto a ama. Chamei a médica que não demorou muito a chegar ao quarto, examinou Meg.
- Você está bem e saudável. – A doutora Montgomery disse sorrindo. – Daqui pouco precisa comer, vou mandar lhe trazer uma refeição. – Meg só assentiu entretida com nossa filha. – A Eva está saudável, que tal tentar a mamada?
- Tudo bem.
A doutora Montgomery ajudou a Meg posicionar nossa filha nos braços e guiar o seio até sua boca, a garotinha fez o resto sozinha e começou a sugar, levou uma mãozinha até o seio de Meg e ali a deixou enquanto mamava. A medica saiu nos deixando sozinhos.
Quando ela terminou de mamar a peguei e segurei junto ao meu ombro para lhe fazer arrotar, enquanto Meg alimentava a si mesma, pois tinham acabado de deixar sua refeição.
- Tá todo mundo lá fora querendo ver vocês. – Falei depois que Eva tinha arrotado e ela terminado de comer.
- Podei deixar eles entrar. – Colocou a bandeja na mesa ao lado.
Balancei a cabeça, deixei Eva em seus braços e fui chama-los, nossas mães e a avó de Meg foram as primeiras a entrar ficaram rodeando a bebê, se revezando para toma-la no colo e perguntando a Meg como se sentia, quando elas saíram nossos amigos entraram todos de uma vez deixando o quarto praticamente lotado.
- Vocês sabem que não é permitido tantas pessoas de uma vez no quarto né? – Meg falou se divertindo.
- Quero ver quem vai nos impedir. – Natalie falou se adiantando para a cama e estendendo os braços. – Agora me dá aqui a minha sobrinha.
Pegou Eva no colo e a embalou, a menina passou de mão em mão e eu já achava que minha filha ia acabar tonta por tanta troca de mãos, Ellen estava mais próxima a mim, pegou Eva no colo e a embalou até que parou de repente e se virou pra mim.
- Henry pegue a sua filha, porque as minhas pelo visto querem conhece-la. – Peguei a bebê sem entender muito o que ela falava até ouvir o barulho de líquido caindo e olhei para baixo vendo que a bolsa dela estourou.
- Mas ainda é cedo. – John quase gritou quando a pegou em seu braço para lhe guiar quarto a fora.
Todos se apressaram em sair da frente para deixá-lo passar e depois saíram nos deixando a sós, sorri me sentando com Eva na beira da cama de Meg. “Essas duas levaram a sério esse negócio de engravidarem juntas”. Olhei para o lado e me inclinei beijando os lábios da mulher minha vida, me senti tão feliz naquele momento com elas duas que tive medo de explodir.
========Finalmente a Eva nasceu. Agora as gêmeas vem. Alguma dúvida de que serão melhores amigas? Kakakkaka
Domingo eu finalizo o livro.
Feliz Ano Novo!!!! Que 2021 seja melhor.
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Um Toque de Confiança - Meu Clichê (Livro 2) (Concluída)
RomanceEllen Williams é uma mulher romântica, e protetora que ao longo dos seus 28 anos de idade se viu pular de um relacionamento ruim para outro, parecia que era somente ela se apaixonar que o príncipe virava sapo. Depois do seu último namoro que termino...