Capítulo 5.

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Ellen...

Me olhei no retrovisor conferindo se meu batom estava no lugar e se minha pele não estava muito brilhante com a oleosidade, mesmo que esteja frio, mas, passei a tarde inteira sob a luz forte de refletores fazendo fotos de última hora para uma campanha de primavera/verão. Confirmando que tudo estava em ordem apertei o casaco em meu corpo, peguei minha bolsa e sai do carro.

Me identifiquei na portaria do prédio e subi diretamente para o andar da agência, tirei o casaco dentro do elevador e o pendurei na bolsa. Quando as portas do elevador se abriram procurei a sala de Iam com os olhos, como não vi sua sala, nem ele, olhei em volta procurando a sala com o nome do presidente na porta.

- Com licença. – Uma mulher simpática de pernas grossas e sorriso cativante falou comigo.

- Oi. - Lhe sorri em cumprimento.

- Posso ajudar? – Ela pergunta prestativa.

- Sim, sou Ellen Williams e estou procurando a sala do senhor Brolin.

- Claro, me acompanhe. – Ela disse se virando. – O senhor Brolin, o senhor Block e a senhorita Brown já estão a sua espera. – Ela falou por cima do ombro e sorrindo acrescentou. – Me chamo Ella Geller.

- Um prazer conhece-la, Ella. – Sorri em sua direção.

Ela me conduziu por entre baias, até uma sala visivelmente maior do que as demais, falou com um assistente do lado de fora da porta me identificando, falou comigo sorrindo e se virou saindo. Assim que o homem liberou minha entrada me encaminhei para a porta.

- Gostosa estávamos apenas esperando você. – Adam falou assim que eu entrei na sala de John. Vi John olhar de mim para Adam com uma sobrancelha erguida como se perguntasse o que era aquilo.

- Boa tarde, me desculpem a sessão demorou mais do que eu havia previsto. – Sorri para as pessoas na sala, estavam Adam, Carol, John  e um homem grisalho que eu supôs ser advogado de John.

- Boa tarde. – Eles responderam.

- Vamos ao que interessa? – John acrescentou sério.

Conversamos por alguns minutos sobre o contrato e os termos apresentados, as mudanças que foram feitas e o que foi mantido.

- Todos de acordo com os termos? – Carol falou olhando para nós três.

- Sim. – Respondemos.

- Ótimo, só falta as assinaturas. – O homem grisalho falou. – Quem vai assinar primeiro?

- Primeiro as damas. – John disse me fazendo revirar de leve os olhos, mas apenas assinei.

Todos assinamos o contrato e John propôs um brinde para comemorar, ele entregou um copo com conhaque para cada um de nós. 

- A novas parcerias. – Disse levantando o copo. – Que possam prosperar.

Saudamos e batemos os copos antes de virar o conteúdo de uma vez na boca, fiz uma careta quando o líquido forte e amarelo desceu queimando em minha garganta.

- É muito forte para o seu gosto? – John perguntou sorrindo.

- E ruim. – Falei ainda sentindo tudo queimando. – Espero que a nossa parceria seja melhor que isso. – Todos riram do meu comentário.

- Será com certeza. – Ele falou com um sorriso de lado. – Podíamos todos sair pra jantar assim comemoramos.

- Acho ótimo. – Adam foi o primeiro que concordou. - Estou faminto.

John ligou para o Salt a fim de pegar uma mesa pra 5 e Carol disse que pegasse mesa pra 6, pois Beatriz iria conosco.

- Podíamos aproveitar que ela vai e dar uma entrevista sobre a parceria. – Adam comentou rindo enquanto saíamos da sala de John indo em direção ao elevador. – Seria bem útil. – Beatriz é repórter diferente de seu irmão Mike e do resto de sua família que seguiram carreira policial.

Eu apenas sorri batendo no seu ombro enquanto entrávamos no elevador. Seguimos para o restaurante cada um em seu carro, Beatriz nos esperava do lado de fora quando chegamos.

Durante o jantar conversamos sobre trabalho, sobre coisas triviais e terminamos falando sobre política, nesse momento Beatriz se empolgou e se integrou rapidamente na conversa tomando a frente das discussões, foi uma noite agradável.

**

John...

- Vê se não derrubam a casa meninos. – Meg falou com uma mãos na cintura e uma bandeja na outra. – Molly deixou comida para vocês na cozinha não sujem o sofá.

- Você tá parecendo uma mãe. – Falei rindo.

- Talvez por que vocês pareçam crianças as vezes. – Ela levantou as sobrancelhas.

- Você nos tem em muito baixa conta Margareth. – Tyler falou. 

- Vai sair? – Iam perguntou com curiosidade.

- Não, vou me trancar no quarto com isolamento acústico e terminar de escrever o livro sem interrupções. – Ela falou nos olhando. – Ele já deveria estar em edição.

- Bom trabalho meu amor. – Henry a abraçou lhe beijando.

- Bom jogo. – Ela sorriu beijando seu rosto, dá pra ver o quanto se amam.

- Boa escrita. – Falei e ela sorriu para mim agradecendo.

Beijou o marido mais uma vez e jogou três beijos no ar em nossa direção subindo as escadas em seguida. Pegamos algumas cervejas e comida e fomos para a sala de TV assistir um jogo de rugby do campeonato europeu, nos sentamos no grande sofá caramelo enquanto Henry colocava no canal certo.

Foi só o jogo começar e as conversas paralelas morreram e nos falamos somente algo referente ao jogo, xingando um jogador aqui e outro ali e lamentando uma jogada perdida.

- Como você está com o namoro da Grace com o Nathan? – Perguntei a Henry depois que o jogo terminou, sabia que assim que soube ele não ficou nem um pouco contente com isso. 

- A vida é dela não posso me meter. - Ele deu de ombros.

- Mas, vai dizer que não é estranho que o ex da sua esposa namore a sua irmã? – Tyler falou.

- Claro que é,  não contente em ver a minha irmã pelada. – Tyler desviou os olhos. – Ele já viu minha esposa nua também.

- Mas, isso é passado, você ainda tem ciúme dele? – Iam perguntou abrindo uma cerveja.

- Acho que em parte eu sempre vou ter ciúmes. – Henry respondeu. – É irracional eu sei, eu não tenho ciúmes dele em si, mas do que eles dois tiveram, por que eu sei que ele esteve do lado dela em um momento difícil e tentou ajuda-la.

- Se fosse comigo eu não iria ter esse ciúme todo, não é como se ela não tivesse um passado. – Tyler falou, como se ele soubesse o que ése apaixonar, revirei os olhos.

- Concordo com você Tyler. – Iam falou. – E quanto a Grace, acho que se ela e Meg se entenderam e ela está bem é o que importa.

- Eu fiquei chateado por ela não ter me falado. – Henry falou emburrado.

- Você pode culpa-la? Olha só o drama todo que está fazendo agora. – O Iam as vezes é tão sensato que dava raiva, quero ver do dia que se envolver de verdade com alguém se vai se manter sensato. Por que dar palpite na vida dos outros é fácil.

- Não posso, mas isso não torna as coisas mais fáceis. – Henry virou sua cerveja de uma vez. – Não gosto que ela esconda coisas de mim e me sinto mal por ela não ter se sentido a vontade para falar algo tão importante.

- Ela gosta mesmo dele não é? – Tyler falou.

- Sim, ela o ama, eu espero que o infeliz não faça ela sofrer. - Falou abrindo outra cerveja. - Eu assando o pescoço dele.

- Pelo pouco que Meg falou dele e pelo que pude ver Nathan é um bom homem e ama sua irmã. – O senhor sensato falou.

- Eu sei disso, ele falou comigo depois que voltamos de lua de mel. – Olhei pro Henry surpreso, não sabia disso. – Ele disse que queria fazer as coisas corretamente com a Grace e detestava o fato de terem se escondido tanto tempo, pediu desculpas, disse o quanto amava aminha irmã e que daria a vida pra fazer ela feliz. – Ele fez uma pausa. – O infeliz praticamente pediu minha benção pra namorar a minha irmã. Tem como dizer não pra uma merda dessas?

Quando ele falou nós não aguentamos e começamos a rir enquanto Henry resmungava que o cunhado era a merda de um médico perfeito que tinha dormido com a sua mulher e salvo sua vida.

- Então já se acostumou com a ideia dele fazendo parte da família? – Perguntei depois que consegui parar de rir.

- Estou em processo de evolução, mas acostumado ou não ele já faz parte.

- Eu acho que nunca me acostumaria a olhar pra ele. - Confessei.

- Você é ciumento demais. – Henry disse. – Muito pior que eu.

- Não é pra tanto. - Me defendi. - Falando assim parece que sou um daqueles personagens possessivos e loucos de filmes.

- Como não? – Tyler falou se levantando pra pegar mais cerveja no frigobar. – Você tem ciúme até da própria sombra. – Debochou. – Você tinha mais ciúme de Grace do que o próprio Henry quando éramos mais novos. – Sempre tive Grace como uma irmã e tinha mesmo ciúme dela, ainda tenho, tive que me segurar para não ir falar com o Nathan e dizer a velha frase "se você fizer ela sofrer eu te quebro".

- Ela é como uma irmã pra mim.

- Se é  assim, tenho é pena se tiver uma filha. – Iam falou rindo.

- Vai ser freira. – Falei rapidamente, não que ter filhos esteja nos meus planos futuros. - Se não for só namora depois dos 30 e aí do homem que olhar pra ela.

- Em que século você vive? – Henry me olhou indignado.

- Quero ver se fosse sua filha. – Me defendi bufando.

- Imaginária. – Iam enfatizou.

- Se fosse minha filha, uma ruivinha linda como a mãe. – Ele suspirou. – Eu ia adorar amedrontar os garotos que tentaram se aproximar antes dos 18.

Continuamos aquela  conversa estranha por mais algum tempo e Tyler falou que achava muito legal gêmeos e Iam disse que ficava feliz em ser o tio legal dos nossos filhos.

Continuamos conversando na sala de TV enquanto passava um programa de comentários de esportes ao qual não dávamos atenção. Falamos sobre coisas triviais e assuntos variados.

- Atende o telefone pra mim, já que você vai se levantar. – Henry falou quando eu me levantei para ir no banheiro e ouvimos o telefone tocando na sala.

Assenti e fui na direção do toque, peguei o fone e o levei a orelha para atender.

Ligação on *

- Alô. – Falei.

-Henry? – Uma voz suave falou do outro lado da linha.

- Não, é o John.

- Ah! Oi John, é a Ellen. – Sorri. – Está tudo bem? – Perguntou um pouco preocupada.

- Está sim. – Lhe afirmei. – Estávamos até a pouco vendo um jogo de rugby.

- Não consigo falar com a Meg. - Ela disse em seguida.

- Ela se trancou no quarto acústico para escrever. – Falei. – Desde antes do jogo começar ela está lá.

- Ela dias ela comentou mesmo que ia terminar o livro. – Ela pareceu relaxar. – Obrigada John, era apenas isso.

- Por nada, foi um prazer falar com você. – Sinto necessidade de me aproximar dela, conhece-la.

- O prazer foi meu. – Ela deu um risinho de algo que ouviu ao fundo, pois ouvi outra voz feminina, que supôs ser de Carol. – Tenha uma boa noite.

- Igualmente.

Ligação off*

Devolvi o telefone para a base e fui ao banheiro,  quando voltei Henry quis saber quem era, eu disse e nós falamos um pouco sobre ela e a parceria recente com a Sund. Perto das 10 da noite nos despedimos do nosso amigo.

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A parceria está selada, muitos trabalhos juntos a partir de agora. 😏

Parece que John é um pouco ciumento. Ellen que lute. 😂

A música da mídia é a música da Ellen. DinReezi quem me ajudou a escolher ela e das outras personagens também.

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Até terça. 😘😍

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Um Toque de Confiança - Meu Clichê (Livro 2) (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora