Capítulo 55.

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John... 

Ligação on*

- Você acha que levá-la ao parque de novo vai parecer falta de criatividade? – Perguntei me sentindo nervoso.

- É um lugar especial pra vocês, pode ser o lance de vocês. – Henry falou do outro lado da linha. - Por exemplo, eu e Meg, praia é o nosso lance.

- E o que eu falo? Devo fazer um discurso?

- Eu só disse o que sentia sem discurso, nem nada. – Ele fez uma pausa. – Só seja espontâneo.

- Eu quero que seja perfeito. – Falo nervoso, venho pensando nisso a dias, tentando bolar o pedido perfeito.

- Vocês se amam é o mais importante. – Ele disse depois de um tempo.- É só você falar o que sente por ela e que deseja passar o resto da vida ao seu lado.

- Tudo bem, obrigada, amanhã eu te ligo, quero ajuda pra preparar tudo no parque, caso seja realmente lá.

- Tudo bem. – Ele sorriu e desligou.

Ligação of *

Parei o carro na frente da imobiliária e sai travando as portas e me encaminhando para dentro do prédio, quero falar algo importante com meu pai, vou para o elevador seguindo direto para o andar onde fica sua sala. 

Durante a viagem de Ellen eu pensei demais sobre nós dois e cheguei a conclusão que eu já sabia, que ela é a mulher da minha vida e que eu quero passar o resto dos meus dias ao seu lado, tomado por esse sentimento lhe comprei um anel e estou planejando o pedido de casamento, quero que ele saia perfeito, queria pedir ainda ontem no aeroporto, mas não era o momento. Talvez ela ache isso rápido demais e é algo que me preocupa, mas a gente pode marcar o casamento pra daqui a um ou dois anos se ela preferir, mas eu quero que ela saiba que desejo um futuro ao seu lado e formalizar isso.

Sou tirado de meus pensamentos quando as portas do elevador se abrem, saio da caixa de metal e caminho pelo hall luxuoso até as portas duplas de madeira que separa a antessala do meu pai do resto do andar, algumas pessoas me olham, mas ninguém me para. Paro em frente a mesa da secretaria, uma mulher de meia idade com cabelo loiros tingidos, ela esta tão entretida em seus afazeres que não percebe a minha aproximação. 

- Boa tarde. – Falei lhe chamando a atenção, ela ergueu os olhos e endireitou a postura.

- Bom dia senhor. – Respondeu pousando a caneta em suas mãos sobre a mesa.

- O meu pai está?

- Sim, senhor, o senhor Brolin está em sua sala. – Fez um gesto na direção da porta.

- Obrigada.

Passei por ela entrando na sala do meu pai, ainda maior do que a antessala, com um sofá em um canto, uma mesa de café da manhã, uma estante, um aparador sobre o qual ficam algumas bebidas e  uma grande mesa toda em madeira antiga e detalha, atrás da mesa sentado em uma cadeira de espaldar alto e com seus óculos de leitura.

- Meu filho. – Falou se levantando.

- Pai. – Sorri chegando perto e o abraçando.

- Sente-se. – Apontou para uma das poltronas a frente da mesa e voltou a se acomodar em sua cadeira. – O que você queria falar comigo?

- Então, em alguns meses o novo prédio fica pronto né. – Comecei a falar. – As salas que a Ellen aluga para o estúdio praticamente não são mais suficientes e eles logo logo terão de expandir.

- E você pensou em sugerir que ela leve o estúdio para o prédio novo.

- É exatamente isso. – Fiz uma pausa. – Sabe, assim tudo ficava perto, no mesmo lugar, em família. Como o prédio vai ter uma creche já vai facilitar a nossa vida quando tivermos um bebê. – Assim como Henry e Grace tem creches na editora e na emissora para uso dos funcionários nós teremos no prédio novo.

- A Ellen está grávida? – Perguntou surpreso.

- Não pai, ela não está. – Mas eu não reclamaria se estivesse. – Só estou pensando no futuro.

- Aaah tudo bem. – Ele pareceu um pouco decepcionando.

- Então está tudo bem eu chamar ela pra dividir o prédio entre a gente?

- Claro que sim, tudo ótimo, ela pode pegar quantos andares forem necessários, ela é da família.

- Obrigada pai.

- Não por isso.

- Vou chamar ela hoje mesmo. – Falei animado. – Assim eu vou dizer alguma coisa e ela vai pensar que era isso que eu escondia.

- O que? – Meu pai me olhou com as sobrancelhas franzidas.

- Eu vou pedi-la em casamento, essa semana. – Comecei a contar. – Mas, obviamente é surpresa, ela ontem quando saímos pra jantar me perguntou se eu estava querendo falar algo e foi difícil fazê-la acreditar que não tinha nada demais e hoje vou jantar na casa dela.

- Meu filho, esse é um grande passo. – Ele falou me olhando. – Está certo disso?

- Nunca estive tão certo de algo na minha vida.

- Meus parabéns meu filho, vocês serão muito felizes. Vamos comemorar.

Meu pai se levantou e foi até o aparador pegando dois copos e colocando whisky, me entregou um e ficou com o outro, batemos os copos um no outro ele me desejou felicidade e bebemos.

**

Ellen...

Olhei pela milésima vez se tudo estava em ordem, o Cheesecake na geladeira, a salada sobre o balcão, o macarrão no forno, a mesa estava posta, um prato grande com pequenos corações e um branco sobre ele, os talheres ao lado,  dois vasinhos com folhas e algumas velas, tinham velas por todo o apartamento para deixar uma áurea romântica, algumas pétalas de rosas estavam espalhadas pelo chão.

Coloquei o champanhe no gelo e fui me trocar, meus cabelos tinham cachos abertos e despojados, meu rosto estava maquiado com uma pele bem preparada, olho esfumado, delineado bem feito, cílios postiços e batom vermelho. Tirei o robe vesti uma lingerie vermelha que consistia em uma calcinha minúscula e um espartilho sem alças, vesti uma saia preta soltinha que ia até o meio das coxas e uma blusa branca transparente deixando o espartilho a mostra, calcei sapatos de salto. Dei uma última olhada no quarto vendo as flores sobre a cama e fui acender as velas, pois John deve estar chegando.

Estava acendendo as velas sobre a mesa quando ouço batidas na porta, deixo o acendedor sobre o balcão e o mando entrar me pondo parada em frente a mesa. A porta de abriu e ele passou por ela usando uma calça jeans, uma camisa azul escura e sapatos pretos, olhou em volta e vendo tudo aquilo.

- Uau. – Ele falou vindo em minha direção. – Isso tudo é pra mim? – Perguntou sorrindo.

- Pra nós, você gostou? – Perguntei nervosa.

- Adorei, está tudo muito lindo e romântico. – Disse passando os braços pela minha cintura. – Tem algum motivo especial para isso tudo? – Senti uma ponta de nervosismo em sua voz.

Sorri e o beijei, nossas bocas se encaixando perfeitamente como sempre, inspirei seu cheiro almiscado e aconchegante. Desde ontem que eu acho ele um pouco estranho, mas talvez eu quem esteja estranha por conta de hoje.

- Bem. – Me afastei um pouco lhe olhando. – Eu conversei com a minha mãe sobre nós e ela me fez perceber algumas coisas, me ajudou a colocar nós dois e a nossa relação em perspectiva. – Ele me olhava de um jeito confuso. – Me fez perceber o quanto eu te amo, que quero estar ao seu lado em todos os momento e que devo ficar feliz com cada conquista. – Fiz uma pausa. – Eu percebi que não devo ficar com medos e paranoias, pois eu te amo e não quero ir a lugar algum.

“Chegou a hora, coragem garota.” Grito pra mim mesma, olho pra ele sorrio, passo as mãos suadas em minha saia me sentindo instantaneamente nervosa, me abaixo ficando de joelhos.

- Ellen? – John me olha confuso.

- Eu te amo. – Falei o interrompendo. – Quando você entrou em minha vida tudo que eu queria era me manter longe de relacionamentos, para não me magoar novamente, mas você em pouco tempo entrou em minha vida e em meu coração de uma maneira que me assustava e me instiga a ao mesmo tempo. – Lágrimas escorriam pelo meu rosto. – Eu já havia começado a pensar que o amor não era pra mim. – Minha voz começou a falhar. – Mas com você... eu... eu.. sinto que... é certo. – Eu não conseguia continuar tamanho era minha emoção. – Eu não consigo terminar, que droga. – Falei e meio a um soluço.

- Tudo bem, eu falo. – Disse se ajoelhado a minha frente e pela sua voz percebi que estava chorando também. – Eu consigo, calma. – Falou me fazendo rir, fungou um pouco antes de continuar. – Eu te amo, de um jeito que... que eu não acreditei ser possível. – Falou ainda chorando, me apoiei nos calcanhares o olhando. – Você me faz querer ser melhor, me faz querer mudar, me faz ter medo de errar, me faz querer ser perfeito, esses dias que você esteve fora eu pensei demais  em nós, na nossa relação, no pedido que eu estava pronto pra fazer. – Sorri ouvi-lo falar. – Eu quebrei a cabeça pensando no que iria dizer, onde seria e como eu faria, queria que fosse perfeito, pois você merece nada menos que a perfeição, mas eu percebi que o mais importe somos nós dois, eu te amo e você me faz mais feliz do que eu jamais pensei ser possível, se você me permitir vou passar o resto da minha vida tentando fazê-la assim tão feliz. – Ele pega as minhas mãos. – Então aceita se casar comigo?

- Sim, sim, mil vezes sim. – Me joguei em seus braços. – Isso não saiu como eu planejei também, mas foi perfeito. – O beijei.

Me afastei e estendi a mão para a mesa pegando uma pequena caixa azul escondida sob o guardanapo, abri a caixa revelando um anel  de ouro com detalhes geométricos e o mostrei a ele.

Um Toque de Confiança - Meu Clichê (Livro 2) (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora