Capítulo 70.

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Ellen...

Depois de muita espera vamos fazer o exame de ultrassom que deve mostrar o sexo dos bebês, Meg mesmo estando com a gravidez mais avançada que a minha resolveu esperar para fazermos o exame juntas, ela disse que descobrimos juntas então deveríamos dar outros passos juntas também, fiquei tocada pelo seu gesto.

Quando chegamos ao hospital ela e Henry já tinham chegado, bem como Natalie e Tyler, Iam chegou enquanto esperávamos a médica nos chamar para o exame.

  - Palpites de última hora? – Tyler perguntou.

- A nossa é menina eu já falei. – Henry falou convicto, ele colocou na cabeça que é menina, por causa de um sonho que teve tempos atrás, ninguém tira essa ideia dele.

- Até eu já comecei a acreditar nisso. – Meg disse com a mão sobre a barriga.
- Se os do John forem meninos um deles pode namorar com a filha de vocês. – Iam falou rindo.

- Se for ciumento igual o John ela terá uma bela de uma dor de cabeça. – Falei recebendo um olhar indignado dele como se eu estivesse mentindo, vê se pode.

- Se ela tiver a personalidade da Meg ele que lute. – Henry falou sorrindo.

- Como você pode ficar tão calmo pensando na sua filha namorando? – John falou encolerizado.

- Vai acontecer, ela vai crescer e se puxar a mãe vai ser atirada e linda, vai me dar dor de cabeça. – Ele disse rindo.

- Claro por que o pai é um santo né? – Meg retrucou batendo no seu ombro e todos nós rimos. – Até parece.

- Se as minhas forem meninas eu vou querer manda-las pra colégio só de meninas. – John falou e eu o olhei incrédula. 

- Até parece que as garotas nessas escolas são celibatárias. – Natalie falou com sarcasmo. – Você sabe de existe sexo além do heterossexual né. 

- Mesmo assim...

- Olha aqui. – O interrompi com um tapa no braço e nervosa comecei a falar. – Se forem meninas você pode ir parando de palhaçada, vai mais vezes na terapia, toma remédio, conversa com quem for preciso, só pare. – Falei irritada, tenho andado com o humor um pouco oscilante ultimamente. – Não quero minhas filhas sofrendo com o seu ciúme, já basta o que eu passei. Você quer isso pra elas? – Joguei na sua cara o vendo baixar os olhos. – E se algum dia você pirar de ciúmes com uma filha nossa ou a tratar diferente só porque ela tem uma vagina eu sumo no mundo com as crianças. – Todos ficaram em silêncio e eu comecei a chorar.

Estou começando a odiar essas oscilações de humor, qualquer coisa boba é motivo pra briga ou choro, não que esse agora seja um motivo bobo, eu sinceramente tenho receio da reação do John se forem meninas.

Nossos amigos se levantaram e saíram em silêncio para nos dar privacidade, eu ouvi Tyler resmungar que deveria ter se mantido de boca fechada.

- Minha linda me perdoe por falar aquelas coisas idiotas, era brincadeira. – Ele falou pegando minhas mãos.

- Não era. – Solucei controlando meu choro.

- Tudo bem, mas falei sem pensar, em um rompante de ciúme. – Ele falou, levantei os olhos para encarar seus profundos olhos verdes e vi sinceridade neles.

- Você vai ama-las se forem meninas? – Senti o choro se formando novamente em minha garganta e meus olhos ardendo pelas lágrimas não derramadas.

- Claro que vou, pelo amor de Deus Ellen! – Exclamou parecendo chateado. – Como você pode perguntar uma coisa dessas? Eu já amo os bebês mais do que tudo nesse mundo. – Seu tom estava magoado. – Nunca duvide disso. 

- Desculpe. – Me joguei em seus braços chorando. – Eu sou uma idiota. – Falei entre soluços.

- Não é não. – Se afastou para me olhar nos olhos. – Você é perfeita, apenas está confusa e afetada pelos hormônios. – Falou pacientemente. – Olha eu sei que falei besteira e também sei que vou morrer de ciúmes se forem meninas, mas vou ter muito tempo pra trabalhar a questão de deixá-las livres, eu vou morrer de saudade quando saírem de casa, sejam meninos ou meninas, vou sentir falta deles em casa todos os dias, por que eu sou assim ciumento e um pouco possessivo, mas não vou afetar a vida delas, eu quero o melhor para as nossas crianças. – Eu podia sentir a emoção em sua voz e vê-la em seus olhos. - Só não vou gostar do cara. – Falou sério. 

- Obrigada. Eu te amo tanto e me sinto tão boba por ter explodido, desculpa. – Ele tocou meu rosto.

- Está tudo bem? – Ouvi a voz da doutora Montgomery a nossa frente e levantei os olhos em sua direção. Ela usava uniforme roxo da obstetrícia e pediatria e jaleco branco por cima, seus cabelos presos em um rabo de cavalo alinhado.

- São essas malditas mudanças de humor. – Reclamei.

- Está tudo bem minha querida é normal.

- Mas a Meg não tem isso. – John se ajeitou sentando ao meu lado. – Não desse jeito. – Senti novamente vontade de chorar.  

- Minha querida. – Ela se sentou ao meu lado. – Eu já lhe disse cada mulher é diferente da outra. – Pegou a minha mão. – Cada gravidez é diferente da outra, está irritadiça, mais sensível ou oscilar entre os dois é normal, não se culpe, não tem problemas com você ou com os bebês. 

- Obrigada doutora.

- Por nada meu bem, agora que tal vocês tomarem uma água e esperarem enquanto faço o exame da Meg, você precisa se acalmar.

- Tudo bem. – Concordei.

- Ótimo, venha pra minha sala enquanto John pega uma água pra você.

Concordei e deixei que ela me conduzisse para o seu consultório enquanto conversava sobre gravidez e como é comum ter sentimentos conflitantes durante o período, em decorrência da descarga de hormônios em meu organismo, nós sentamos no sofá da sua sala enquanto conversávamos e ela me acalmava aos poucos, quando John voltou com minha água ela se foi pra atender Meg, nós deixando em privacidade.

**

Ellen....

Quando uma enfermeira veio nos chamar para o exame eu já estava bem mais calma, John tinha pedido desculpa outras vezes e eu não estava mais tão chateada com ele. Caminhamos de mãos dadas até a porta da sala de exames onde nossos amigos esperavam do lado de fora.

Henry e Meg saíram de dentro da sala com rostos vermelhos de quem estivera chorando, mas suas expressões eram impassíveis, não demonstrava nada.

- E então? – Natalie perguntou ansiosa.

- Vocês deviam ter combinado de fazer aquele tão de chá revelação aí me escolhiam pra saber o sexo dos bebês e contar só no dia. – Tyler falou.

- O que? – Iam levantou uma sobrancelha.

- É legal. – Eu e Meg nos entreolhamos. – Pelo menos parece.

- Primeiro. – Ela começou. – Não obrigada, não achamos nem um pouco legal essa prática. – Tínhamos conversado sobre isso na semana passada. 

- Até por que se nós vamos amar o bebê independente de ser menino ou menina não tem motivo para fazer uma festa pra revelar o sexo. – Falei dando de ombros.

- Exatamente, então jamais passou pela nossa cabeça. – Meg o fitou. – Não achamos algo legal a se fazer.

- E segundo por que você seria o escolhido pra saber? – Falei.

- Sério entre todos você? – Meg parecia incrédula.

- Olha, como advogado eu sou bom em guardar segredos. – Ele disse indignado.

- E como portador do segredo você teria que organizar a festa. – Meg o olhou.

- E então, é menino ou menina. – Ele mudou de assunto fazendo todos nós começarmos a rir da sua cara.

- Eu falei que é uma menina. – Henry falou orgulhoso. 

- Nossa pequena Eva. – Meg pousou uma mão sobre a barriga protuberante. 

Como Henry estava convicto que seria uma menina eles já tinham escolhido o nome, Eva em homenagem a Avó de Meg que sempre a apoiou e é graças a ela que minha amiga está onde está hoje.

- Parabéns! – Quase gritamos ao mesmo tempo. 

Todos abraçamos os futuros pais e conversamos um pouco antes de eu ser chamada para o exame, me preparei para o ultrassom deitei na cama e esperei pela médica.

- Você está mais calma, minha querida? – Ela perguntou verificando alguns exames.

- Estou sim, me desculpe pela cena. – Falei envergonhada.

- Está tudo bem mamãe. – Ela sorriu. – Sabe o que também está bom? Seus exames ela falou em um tom brincalhão nos fazendo rir. – Você está bem saudável isso é ótimo para os três.

- Que bom. – John respirou aliviado.

- Vamos ao exame.

Deixou o tablet de lado, puxou os equipamentos para perto da maca, colocou luvas, levantou minha blusa revelando barriga que crescia rápido.

- Vou colocar o gel, você vai sentir algo gelado. – Despejou um pouco de gel gelado sobre minha barriga. – Agora vai sentir uma pressão quando eu mover o equipamento. – Falou pegando um objetivo eu apenas assenti. – Você tem certeza que está bem de pé? – Perguntou a John provavelmente se lembrando do seu desmaio.

- Estou obrigada. – Falou sério.

Ela pressionou o objeto na minha barriga e o moveu lentamente com os olhos fixos na tela, depois de alguns minutos ela parou a imagem e tirou o objeto da minha pele.

- Os bebês estão ótimos, se desenvolvendo bem, com todas as médias certas para o tempo de gestação. – Disse parecendo animada. – Aqui está um bebê e o outro. – Mostrou os dois, dava pra ver bem as cabeças e os corpinhos.

- Graças a Deus. – Falamos juntos.

- Vocês querem saber o sexo? – Nos olhou em expectativa.

- Sim. – Respondemos.

- Ótimo, são duas meninas. – Sorriu e nos deixou sozinhos.

- Meninas. – John sussurrou e eu me virei para ele apreensiva, ele tinha sorriso imenso nos lábios e lágrimas nos olhos.

- Nós vamos ter duas meninas. – Falei com a voz fraca.

- Sim vamos. – Ele me abraçou apertado.

- Você está feliz? – Perguntei em meio às lágrimas.

- Claro que estou. – Ele segurou rosto em suas mãos. – Sou o homem mais feliz do mundo com as três mulheres da minha vida. – Beijou meus lábios e depois a minha barriga. – O papai ama muito vocês, mais que a própria vida. – Eu não conseguia falar apenas chorava sem parar, ele também chorava por que eu senti lágrimas caindo na minha pele. – Eu prometo que vou sempre tentar ser o melhor pai do mundo pra vocês.

- Eu te amo. – Consegui falar.

- Eu te amo. – Me abraçou e assim permanecemos.

- Está tudo bem aqui? – A doutora Montgomery falou retornando à sala.

- Está sim. – John falou sorrindo.

- Ótimo, querem ouvir os batimentos?

- Sim, por favor. – Falei animada.

Quando os batimentos fortes e ritmados encheram a sala voltei a chorara, John pegou minha mão e a beijou, quando olhei seu rosto ele estava chorando também. 

**

John...

Ellen está esperando duas meninas, eu vou ser pai de duas garotinhas, não vou ser hipócrita e falar que não estou apavorado com a ideia de vê-las crescer e um desgraçado partir seus corações, mas estou muito feliz também, sempre quis ter um filho ou filha e vou ter duas de uma vez, isso é maravilhoso. Eu sei que tenho muito o que aprender e melhorar para ser um bom pai, companheiro e não um controlador, mas eu sei que vou conseguir e sei que a minha linda esposa vai me ajudar com isso. Aposto que meu pai vai adorar saber que são garotinhas, ele sempre quis mais filhos, uma menina já que já tinha filhos.

Saímos de mãos dadas da sala de exames, os dois com os rostos inchados de tanto chorar, nossos amigos nos esperavam ansiosos do lado de fora, são todos curiosos e eu sei disso, estamos todos no mesmo barco.

- Então? – Iam perguntou quando não falamos nada.

- São meninas. – Dissemos ao mesmo tempo sorrindo.

- Eu ganhei! – Natalie exclamou olhando pra Tyler. – Falei que eram meninas. – Disse olhando para nossos amigos. – Droga, eu devia ter aceito a aposta, teria um Maserati agora.

- Vocês apostaram sobre o sexo dos meus bebês? – Falei incrédulo.

- Eu não acredito que você apostou sobre as minhas filhas Natalie! – Ellen colocou as mãos na cintura claramente irritada.

- Eu não, o Tyler que queria e eu me recusei. – Natalie arregalou seus olhos azuis e falou rápido.

- Eles ficaram o tempo inteiro teimando. – Meg falou.

- Aí Tyler propôs a aposta. – Iam completou.

- Achei que era meu amigo. – Tyler olhou pra Iam que apenas deu de ombros. – Fofoqueiro do caralho. – Ele sussurrou.  

- Se eu fosse você batia neles. – Henry instigou levando um tapa de Meg.

- Isso irrite a grávida raivosa. – Falei recebendo um olhar mortal de Ellen. – Olha amor eles queriam apostar com as nossas bebês dá pra acreditar? – Falei rapidamente tentando tirar o foco de sua fúria de mim, todos caíram na gargalhada amenizando os ânimos.

- Nos desculpe. – Natalie falou com olhar suplicante. 

- É, foi idiotice. – Tyler se aproximou.

- Tudo bem, só por que eu estou de bom humor.

Rimos tão alto que chamou atenção das pessoas que passavam pelo corredor. Antes que ela pudesse reclamar, a doutora Montgomery chamou as duas grávidas pra conversar. Voltamos para a sala de espera, afim de esperar as duas voltarem.

- Então como se sente com o resultado do exame? – Henry perguntou assim que a Natalie se afastou em busca de um banheiro. 

- Estou feliz. – Falei sorrindo.

- Sério mesmo? – Tyler perguntou. 

- Sim, é claro que estou. – Afirmei. – Por que eu não estaria?

- Sei lá pelo que disse mais cedo. – Iam me fitou intensamente como se tentasse me ler.

- Pelo amor de Deus, eu falei uma idiotice, eu sou ciumento é claro, mas não sou um idiota machista que só ficaria feliz que fossem meninos. – Falei irritado. – Achei que me conhecessem. – Talvez eu também esteja com problemas de humor ou só a incredulidade deles me irrite muito.

- Conhecemos, só queríamos ter certeza. – Henry falou.

Antes que continuássemos no assunto Natalie retornou, enveredamos por outros assuntos, eu mais ouvida do que falava, e mesmo assim não ouvia quase nada do que falavam, estava nervoso com a demora delas em voltar, pensando que poderia ter algo errado. Quando finalmente voltaram com envelopes nas mãos e um sorriso nos lábios.  Depois que saímos do hospital fomos a uma sorveteria comemorar as bebês, não fomos para outro lugar por que elas queriam sorvete.

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Finalmente o sexo dos bebês revelados. Três meninas, 😍😍😍😍.

Até domingo. 🥰😚

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Um Toque de Confiança - Meu Clichê (Livro 2) (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora