Capítulo 40.

1.7K 218 20
                                    



John...

Fazem semanas desde que Ellen se afastou de mim, tudo que eu tenho feito durante esse tempo é pensar em como eu posso tê-la de volta e como eu pude ser tão idiota para perde-la. Estou tentando trabalhar minha possessão e meu ciúmes na terapia, mas não tem sido fácil, mesmo assim estou progredindo, um passo por vez, meu terapeuta diz que meu caminho é logo e eu concordo com ele.

Eu nem acreditei quando recebi um vaso com lírios da paz e o convite para a exposição, junto de um cartão falando que ela sentia a minha falta e que minha presença no evento é indispensável. Meu coração se encheu de esperança com aquelas palavras, durante esse tempo trocamos algumas mensagens e eu sempre mando flores com bilhetes de amor para ela, mas nunca tinha recebido nada além de algumas mensagens de agradecimento e conversas triviais. Estava perdido em pensamentos quando ouvi batidas na minha porta.

- Pode entrar. – Iam abriu a porta e entrou.

- Bom dia, vim trazer a proposta do cliente do Banco. – Falou me entregando uma pasta e um pendrive.  – Flores? – Falou surpreso passando os olhos pelo vaso com flores sobre a minha mesa.

- Ellen me mandou flores junto do convite para a exposição. – Falei com um sorriso nos lábios. 

- Então ela te convidou. – Ele sorriu. – Que bom, isso é uma prova que ela gosta de você e que vai te perdoar.

- Você acha? - Perguntei esperançoso.

- Acho sim, eu falei que ela ia lhe convidar não falei? – Balancei positivamente a cabeça. – Agora você só precisa não fazer nenhuma besteira que vai ter ela de volta.

- Não vou mais falar besteira. – Falei convicto. - Ou fazer algo idiota.

- Isso é ótimo. – Ele disse em um tom que era quase uma ameaça. – Agora vou voltar ao trabalho.

Quando o Iam descobriu o que tinha acontecido brigou comigo e disse que só não tava brigando comigo na mão porque a Ellen tinha feito ele prometer que não estragaria a nossa amizade e o prejudicaria no trabalho por isso, mas deixou bem claro que se eu a fizesse sofrer de novo ele ia fazer de tudo pra me manter longe dela, e só passou a me ajudar depois que ficou convencido que eu queria mudar.

Quando o Iam saiu eu fiquei remoendo o que ele disse, tudo que eu mais quero é ter ela de volta e não vou fazer besteira pra perder ela novamente, sofri demais esses dias sem ela e partiu meu coração vê-la sofrer e saber que eu fui a causa, eu que jurei nunca machuca-la.

Vou aproveitar a exposição e mostrar a ela que eu quero e estou mudando, que eu estou lutando por nós, vou me comportar, não fazer cena de ciúme, deixar ela segura ao meu lado, mostrar o quando a amo e que serei seu parceiro  na vida.

**

Ellen...

Finalmente chegou o dia da exposição, minhas fotos impressas em tamanho grande para todos verem, estou em uma ansiedade tão grande que vomitei meu café da manhã e passei a maior parte da manhã sentindo meu estômago estranho, por sorte consegui almoçar direitinho sem ter enjoos. Depois do almoço eu, Natalie, Meg e Pria fomos para o salão, arrumamos o cabelo, fizemos as unhas e fiz até uma massagem para relaxar.

- Eu entendo o seu nervosismo, no dia do lançamento do meu livro eu estava uma pilha de nervos. – Meg falou ao meu lado na tentativa de me acalmar.

- Eu me lembro disso. – Falei sorrindo.

- Eu não quero nem pensar como vai ser no meu primeiro desfile. – Natalie falou sorrindo.

- Você vai pirar de nervosa, mas vai ser perfeita, porque você é incrível.  – Falei e ela sorriu agradecendo.

- Na minha primeira cirurgia eu derrubei a pinça dentro no paciente. – Pria falou.

- Mentira. – Natalie virou o pescoço para ela e eu pude ver a manicure arregalar os olhos.

- A mais pura verdade, eu era uma interna inexperiente do primeiro ano, por sorte nada foi atingido. – Falou se explicando.

- Por sorte mesmo. – Meg falou.

A tarde foi passando com Pria contando sobre alguns casos que ela pegou na emergência do hospital, os difíceis, os que ela não conseguiu salvar, os que parecia que não tinha mais jeito e ela conseguiu salvar. Como ela amava a sua profissão, como era a coisa que ela mais queria fazer no mundo desde que tem idade para saber o que quer da vida e como é feliz exercendo ela.

- Fazer o que se ama é muito bom, é o primeiro passo para se tornar um excelente profissional. – Falei.

- É verdade eu tenho certeza que se eu tivesse continuado a faculdade de Medicina eu seria uma péssima profissional e uma pessoa frustrada. 

- Você cursou medicina. – Pria perguntou a Meg em um tom surpreso.

- Sim, era o sonho da minha mãe, ela acabou não seguindo para ajudar meu pai com o negócio dele e passou seu sonho pra mim, meu pai entrou na onda e como ele gosta de ter o controle de tudo praticamente me forçou a seguir o plano deles pra mim. – Meg falou.

- Mas você foi forte e seguiu seu sonho. – Pria disse.

- Não antes de anos de sofrimento e um curso malfeito. – Meg falou. – Mas depois que eu decidi chutar o balde e ir atrás do meu sonho foi libertador.

- Seguir nossos sonho é maravilhoso. – Natalie falou sorridente. – E não importa o que os outros digam, se é o seu sonho, a profissão/curso que te faz feliz Você deve fazer.

- Sim, por que é a sua vida e mais ninguém vai viver ela por você, então o importante é ser feliz. – Falei sorrindo.

As manicures nos olharam por alguns segundos enquanto conversávamos e uma delas pareceu muito pensativa depois que falamos sobre sonhos, espero que ela siga o seu.

Quando finalmente saímos do salão já era fim de tarde e tínhamos que ir pra casa, caso contrário não nos arrumaríamos a tempo. Meg levou Pria e eu e Natalie fomos no meu carro, assim que chegamos em casa tomei um suco de laranja e fui pro meu quarto. Tomei banho sem molhar os cabelos e sai do banheiro vestindo um roupão, sentei em frente a penteadeira para me maquiar, preparei a pele de forma discreta e natural, olhos delineados e batom vermelho.

Vesti uma calcinha de renda preta e deslizei pelo meu corpo um vestido preto, longo com um decote profundo e um detalhe na lateral que deixava parte da pele da minha cintura e quadril a mostra. Calcei um sapato de salto preto, peguei uma bolsa pequena e estava pronta.

Um Toque de Confiança - Meu Clichê (Livro 2) (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora