Capítulo 62.

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Ellen...

- Eu fui com você contar para os seus pais, você vai fazer o mesmo comigo e pronto.

- Mas querida, seu pai tem acesso a armas. – Ele fala me fazendo rir.

- E você estará protegido pela tela do celular. – Ri da cara dele.

- Você ainda rir de mim. – Ele fez um bico lindo que dá vontade de morder.

- Anda vem. – Coloquei o celular no suporte sobre a mesa de centro e me sentei no sofá o chamando.

Decidimos contar pros nossos pais hoje sobre o bebê, almoçamos com os pais de John e contamos a novidade, o pai dele ficou visivelmente feliz e muito animado disse que ia aproveitar que tinha uma creche na empresa e ia levar o bebê pra trabalhar com ele, ensinar os negócios pra criança. A mãe dele nos parabenizou, foi bem simpática e pareceu animada com a ideia, mas algo me diz que ela ficou pensando na cor da criança.

Agora é início de noite e estamos no meu apartamento, vamos ligar pro meus pais e eu sei que eles vão ficar muito felizes, mas John botou na cabeça que meu pai vai ficar bravo, mesmo que eu tenha dito que isso é pouco provável.

- Vem logo. – Chamei de novo ele tá na cozinha enrolando.

- Tô indo. – Ele vem e se senta ao meu lado.

Assim que ele está acomodado faço uma chamada de vídeo pra minha mãe, alguns toques depois ela atende e eu vejo só sua testa.

Ligação on*

- Oi filha. – Ela falou e continuo vendo só sua testa. – Oi genro.

- Oi senhora.

- Oi mamãe. – Sorri. – Mãe só tá aparecendo sua testa. - Falou entre risadas. 

- Pronto? – Ela apareceu por completo.

- Agora pronto. – Falo olhando pra ela. – O papai já tá em casa?

- Está sim.

- Chame ele quero falar com vocês. – Acrescento. – Queremos.

- Richard. – Minha mãe chama e eu posso ouvi meu pai ao fundo falando alguma coisa. – Vocês marcaram a data do casamento? – Tenta adivinhar.

- Ainda não.

- Então o que é?

Antes que eu respondesse alguma coisa meu pai aparece por trás do sofá onde ela está sentada.

- Minha princesa.

- Oi papai. – Ele se senta ao lado da minha mãe e fixa os olhos  em nós.

- Rapaz.

- Boa noite senhor Williams. – Percebo John tenso ao meu lado.

- Agora fale logo. – Minha mãe estimula.

- Então. – Começo a falar. – Temos uma coisa pra contar. – Fiz uma pausa e olhei pro John, mas claramente ele não estava em condições de ajudar no momento. – Nós vamos ter um bebê.

Meus pais nos olham incrédulos, no instante seguinte minha mãe solta um gritinho animado, eles se abraçam e nos olham sorrindo.

- É verdade? – Ela pergunta.

- Sim, a Ellen fez exame de sangue e tudo. – John falou finalmente.

- Eu vou ser avô, meu primeiro neto. – Meu pai falou animado. – Desde que você veio aqui eu esperava que nos contasse algo assim.

- Por que? – Perguntei curiosa.

- Sentido de pai. – Ele sorriu.

- Estou tão feliz. – Minha mãe sorriu.

- Nós também estamos muito felizes. – John falou pegando minha mão.

- Você cuide bem da minha princesa e da criança rapaz. – Meu pai falou em seu tom de ameaça, mas seus olhos estavam marejados.

- Daria minha vida por eles.

- Aí que lindo, o filho de vocês vai ser tão lindo. Meu Deus. – Minha mãe falou começando a tagarelar. 

Conversamos por mais alguns minutos, eles quiseram saber tudo que sabíamos e como eu tinha descoberto, já repeti tanto a história que estou pensando em grava-la e apenas rodar a fita quando alguém perguntar. Quando meu estômago roncou nos despedimos dos meus pais.

Ligação of*

- Viu como deu tudo certo? – Perguntei o beijando.

- Eu vi. - Suspirou parecendo aliviado. - Como sempre você tinha razão minha linda. – Me abraçou apertado.

- Eu sei disso.

Estávamos nos beijando quando ouvi a porta do apartamento se abrindo,  nos separamos e eu vi Carol passando por ela com sacolas na mão, Beatriz vinha logo atrás com mais sacolas.

- Boa noite pombinhos. – Carol falou jogando a chave no recipiente sobre o móvel ao lado da porta.

- Boa noite. – Beatriz falou fechando a porta.

- Boa noite. – Respondemos.

- Trouxe comida para a grávida. – Carol levantou as sacolas. – Mas deixo você  comer também.

Elas passaram para a cozinha com as sacola e nós as seguimos.

- Parabéns minha amiga. – Beatriz veio me abraçar assim que deixou as sacolas sobre o balcão.

- Obrigada querida. – Carol veio até mim e pousou a mão na minha barriga.

- Oi bebê, aqui é a tia Carol eu trouxe bolo de chocolate e sorvete de morango. – Falou pra minha barriga. – Sou a tia mais legal, você me ama mais que os outros.

Comecei a rir lembrando de Adam falando a mesma coisa outro dia, Natalie ontem disse até que ia acobertar as farras do bebê quando tivesse adolescente. Ainda rindo fomos arrumando a mesa ora jantar.

**

John...

Acordo um pouco mais cedo que Ellen, quero preparar café da manhã antes de irmos para o trabalho, afinal de contas tenho que alimentar bem a minha mulher e o meu bebê. Levanto e vou pra cozinha, pego os ingredientes pra fazer panquecas e começo a bater a massa, cortei morangos e coloquei dentro. Vi que tinha morango em calda e tirei pra colocar nas panquecas.

- Que cheiro gostoso. – Ouvi a voz de Ellen atrás de mim e senti seus braços em volta da minha cintura.

- Fiz panquecas pra você. – Virei a última panqueca e me virei pra ela a abraçando.

Formei três pilhas de panquecas, e coloquei a geleia, levei duas pra mesa com torradas e algumas frutas, suco e café.

- Nossa que café da manhã lindo. – Ela disse se sentando.

- Tudo pra você. – Sorri me servindo café.

- Obrigada meu amor.

Ela cortou um pedaço de panqueca e levou até a boca com um sorriso nos lábios, comemos em silêncio apreciando a companhia um do outro. Quando ela comeu o último pedaço de panqueca me olhou com uma cara estranha.

- O que foi querida?

Ellen não disse nada apenas afastou a cadeira e saiu correndo em direção ao quarto, assustado levantei e corri atrás dela, a ouvi vomitando no banheiro. “Será que a minha comida fez mal a ela?”

- Minha linda. – Entrei no banheiro.

- Sai daqui John. – Balançou a mão em minha direção.

- Claro que não, você está passando mal, eu vou ficar ao seu lado. – Segurei seu cabelo e passei a outra mão em suas costas. "É bem capaz de eu deixar ela sozinha".

- Você é adorável, mas eu não queria que visse isso. – Ela reclamou e se encolheu vomitando mais.

- Acho que é melhor a gente ir no hospital. - Comecei a ficar preocupado.

- Eu estou tendo enjoo John, é comum em mulheres grávidas. – Disse se levantando.

- Isso é normal?

- Sim e vai acontecer muito por algum tempo.

- Certo, você se sente melhor? – Fez que sim com a cabeça.

Voltei para o quarto e esperei que ela escovasse os dentes, ela voltou sentou ao meu lado e eu a abracei.

- Você está bem mesmo?

- Estou sim. – Ela me abraçou.

- Você tem que comer.

- Não quero.

- Mas precisa. – Me levantei. – Vou buscar algo pra você comer.

Sai do quarto e voltei pra sala, peguei algumas torradas, suco de laranja  e duas maçãs. Passei por Carol e Beatriz saído do quarto.

- Fiz café da manhã. – Falei pra elas. – Está tudo no balcão.

- Obrigada. – Carol falou.

- Está tudo bem? – Beatriz perguntou.

- Sim ela teve enjoo.

- Deve ser ruim. – Carol franzi o cenho.

Elas assentiram e eu entrei no quarto, Ellen estava sentada na poltrona, levei a bandeja e pus sobre suas pernas e fui tomar banho enquanto ela comia.

**

Ellen... 

Eu me pergunto se o nome dessa porcaria é enjoo matinal por que eu estou tendo essa droga o dia inteiro? Hoje pela manhã fui agraciada com meu primeiro enjoo, vomitei todo o meu café da manhã, John foi maravilhoso, ficou preocupado e me ajudou mesmo eu o mandando embora, segurou meu cabelo, me fez comer algo e ainda ligou pro Adam se certificar que eu fosse almoçar.

- Oi gostosa. – Adam entrou na minha sala falando, levantei as olhos do computador e foquei nele.

- Oi. – Sorri pra ele e o vi com uma sacola na mão.

- Lhe trouxe o café da tarde.

- Café da tarde? – Levantei uma sobrancelha. – Eu nunca como nada a tarde, no máximo só café.

- Mas o bebê precisa se alimentar bem e você vomitou o almoço. – Deu de ombros e tirou de dentro da sacola um potinho de iogurte me entregou junto com uma colher. – Coma. – Sentou a minha frente pronto para só sair dali quando eu comesse.

Comi todo o iogurte, nem sabia que eu estava com tanta fome até sentir a primeira colherada na minha boca, comi tudo devagar com medo de precisar correr para o banheiro a qualquer momento.

- Muito bem, agora come essa maçã. – Me entregou a fruta.

- Mas...

- Come. – Nunca vi o Adam tão mandão.

- Tá bom. – Peguei a maçã. – Era só o que me faltava vocês dois me vigiando. - Reclamei dando uma mordida na fruta.

- A gente te ama.

- Eu também amo vocês. – Comi a maçã e fiquei me sentindo bem, agradeci por não ter que correr para o banheiro dessa vez.

- Vou indo. – Beija minha testa e sai da sala. 

O resto da tarde se passou normalmente, trabalhei muito, não vomitei, comi mais uma maçã e tudo ficou bem. Quando terminei o experiente juntei minhas coisas e sai direto para o meu carro, dirigi até o apartamento de John, quando subi ele ainda não tinha chegado, deixei minha bolsa na sala e subi pro quarto com o celular mandando uma mensagem para John, pedi que ele trouxesse comida chinesa pois estou com vontade de comer. Deixei o celular sobre o móvel ao lado da cabeceira e fui pro banheiro tomei banho, vesti uma calcinha confortável e uma camisa de John, deitei na cama e coloquei uma série pra assistir.

O episódio estava quase no fim quando eu ouvi a porta da frente se abrindo, pouco tempo depois John entrou no quarto sorrindo, pausei a série.

- Trouxe sua comida.

- Que bom, tô com vontade e com fome. – Sorri ao falar. – Obrigada. – O beijei.

- Vou tomar banho e a gente come tudo bem?

Concordei e ele foi para o banheiro, continuei vendo o episódio, quando este terminou ele estava se trocando no closet, quando ele voltou descemos para jantar, John me perguntou como foi meu dia, se eu comi, se passei mal e ficou muito contente ao saber que Adam me fez comer direitinho. Durante o jantar continuamos conversando sobre o nosso dia, a comida estava ótima e eu muito satisfeita ao comer o estava querendo o dia inteiro. Depois de jantar ajudei John a levar as coisas para a cozinha e pegamos sorvete.

- Minha linda, eu estava pensando. – John começou enquanto nos sentamos nas banquetas na frente do balcão. – Pensando sobre o nosso casamento, a data que a gente estava pensando vai ser mais ou menos quando o bebê vai nascer. – Comecei a fazer as contas mentalmente e a verdade é que desde que eu descobri a gravidez não tenho pensado no casamento.

- É verdade, eu não tinha pensado isso. – Coloquei um pouco de sorvete na boca.

- Se a gente esperar o bebê nascer para casar vai demorar mais de uma ano.

- Eu não queria demorar tanto pra casarmos. - Confessei.

- Nem eu. – Pegou minha mão. – Por isso eu estava pensando a gente podia adiantar o casamento.

- Adiantar pra quando? – Olhei em seus olhos.

- Eu pensei em uns dois meses, assim a barriga ainda não estaria grande, você não estaria cansada e a gente ia conseguir ter uma lua de mel. – O olho surpresa.

- Quando você pensou tudo isso?

- Hoje. – Falou rindo pra mi.

- Você acha que dá tempo? – Perguntei incerta.

- Eu liguei para a cerimonialista e ela disse que consegue fazer tudo a tempo.

- Ainda não vai tá tão frio a gente poderia fazer um casamento ao ar livre como tínhamos pensado.

- Ficaria lindo. – Ele beijou minha mão. – Então você acha que dá certo?

- Acho que sim.

- Ótimo, nos casamos em dois meses então? – Perguntou animado.

- Sim.

Ele me abraçou feliz, nos beijamos e ficamos alguns minutos abraçados, me afastei descendo do banco.

- O que foi?

- Vou ligar pra Natalie, se eu demorar a avisar ela me mata.

Falei e sai da cozinha, subi as escadas e fui direto ao quarto, peguei meu celular e liguei para a Natalie voltando a me dirigir para a sala enquanto chamava.


Ligação on *

- Oi amiga. – Natalie falou assim que atendeu.

- Oi amiga. – Falei entrando na cozinha.

- Você tá bem?

- Estou sim. – Me sentei de volta ao lado de John. – É sobre o casamento.

- O que foi?

- Vamos casar em dois meses. – Ela arfou do outro lado. – Da tempo pra fazer os vestidos?

- Então, o seu eu já tenho alguns esboços, você só precisa escolher. – Falou pensativa. – Quanto as madrinhas, quantas vão ser.

Olhei pra John perguntando se seria do jeito que a gente tinha conversado antes de descobrimos a gravidez, ele gesticulou falando que gostaria.

- Então, nós queremos 4 casais de cada lado. – Se fosse pra chamar todos os nossos amigos ainda seria mais do que isso.

- Isso seria 8 vestidos.

- Na verdade 9, um dos meus  casais é Carol e Beatriz. 

- Certo, a gente pode ver o que consegue fazer, vai da certo. – Falou me deixando mais calma. – As cores vão ser mesmo branco e laranja?

- Sim, branco e laranja.

- Tudo bem. Mais alguma coisa?

- Não, apenas isso.

- Vocês estão bem?

- Sim, estamos, tive enjoos a maior parte do dia, mas agora estou bem. - Sorri mesmo sabendo que ela não podia ver.

- Que bom. – Ela disse parecendo aliviada. – Boa noite.

- Boa noite.

Ligação of *

- Tudo certo? – John perguntou.

- Tudo sim. – Sorri. – O que você acha de vermos alguns lugares para o casamento?

- Acho ótimo.

Ele levantou, colocou a louça pra lavar e seguimos para o escritório, afinal temos que começar a ver o quanto antes as coisas para o casamento se não vai ficar em cima da hora e ser a pior. Mandamos um e-mail para a cerimonialista falando que tínhamos decidido a data e começamos a procurar um lugar.

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Enjoo matinal deve ser horrível né.

Vamos ter casamento mais cedo do que  esperávamos.

Até amanhã. 😘😍

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Um Toque de Confiança - Meu Clichê (Livro 2) (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora