Ellen...
A cerimônia de casamento da Grace com o Nathan foi maravilhosa, tudo estava perfeito, os dois pareciam brilhar de tanta felicidade, assim que a cerimônia acabou os convidados foram levados para o salão de festa onde ocorre a recepção e nós como padrinhos ficamos para assinar os papéis necessários.
- Pronto o último papel já foi assinado. – O homem com as pastas falou.
- Ótimo, estamos liberados? – Perguntei ansiosa por entrar no salão e ir me sentar.
- Sim.
- Ótimo, vejo vocês lá dentro. – Falei sorrindo e sai.
- Espera vamos junto. – Natalie falou, ela e Meg se aproximaram de mim.
- Ia fugir de nós? – Meg sorriu.
- Talvez. – Ela riu. – Preciso sentar.
- Vou acompanhar as damas. – Iam falou vindo até nós.
Andamos nós quatro para dentro do hotel e de lá para o salão, como nos velhos tempos quando éramos nós contra o mundo, um sentimento de nostalgia me invadiu nesse momento, eu amo esses três como irmãos, e jamais quero me separar deles na minha vida. Não importa o quanto tudo vai mudar agora com casamento e filhos eu os quero pra sempre comigo, pois somos famílias, nós todos, os velhos e novos amigos.
- Eu estava lembrando de quando tínhamos somente um ao outro. – Falei enquanto nos aproximávamos do salão.
- Eu também. – Eles falaram.
- Muita coisa mudou, não é? – Meg falou.
- Mas a gente não. – Natalie falou.
- Eu amo vocês. – Iam disse sorrindo.
- Nós também. – Falamos ao mesmo tempo.
Entramos no salão sorrindo, ele estava lindo, uma luz amarelada preenchia o lugar, lustres dourados pendiam do teto alto, mesas redondas com toalhas rosas e grandes arranjos de rosas no centro. Em uma das laterais tinha um pequeno palco onde uma banda tocava e a frente dele uma pista de dança. As pessoas estavam em suas mesas ou circulavam pelo lugar, avistei de longe Henry e John conversando com um senhor de cabelos grisalhos e Tyler ao lado dos pais. Antes que tivéssemos a chance de chegar a nossa mesa Marianne e Jô chegaram até nós.
- Como vai a minha netinha? – Marianne colocou a mão na barriga de Meg exibindo um enorme sorriso.
- Um pouco agitada. – Meg riu.
- Isso é ótimo. – Tirou a mão da barriga de Meg e colocou na minhas, as gêmeas pareciam querer dar um oi pois se mexeram assim que ela tocou minha barriga. – E as minhas sobrinhas?
- Estão dando um oi. – Sorri. – Elas estavam quietas até agora.
- Oi queridas, não vejo a hora de ver as três correndo no meu quintal.
- Vocês estão ótimas grávidas. – Jô falou rindo pra nós.
- Me sinto imensa e cansada. – Meg falou e eu concordei.
- É normal a gravidez está bem avançada. – Ela sorriu pra Meg. – Será que a bebê vai ser ruiva como você? – Ouvi-la falar aquilo me incomodou um pouco.
- Henry tem certeza que é. – Meg riu. – Ele falou que é uma garotinha parecida comigo, porém com os seus olhos.
- Se for parecida com qualquer um dos pais vai ser linda. – Marianne falou sorrindo e se virou pra mim. – Nos dois casos.
Sorri agradecendo e nos afastamos em direção a nossa mesa, fiquei feliz por finalmente estar sentada, meus pés estão começando a inchar devido a gravidez e ficar muito tempo de pé não ajuda nisso. Tyler foi o primeiro a se juntar a nós, logo em seguida Henry e John vieram, dizendo que conseguiram se livrar dos homens com os quais conversavam.
- Os outros padrinhos vêm pra cá? – Tyler olhou em volta a procura dos três homens.
- Eu espero que não. – Iam falou.
- Iam que maldade. – Natalie o repreendeu sorrindo.
- Iam nada, aqueles três só falam de medicina, enquanto esperávamos a hora de entrar, até mesmo durante a cerimônia. – Falou irritado.
- Eu vi mesmo eles falando enquanto assinávamos os papéis. – Meg falou.
- Que fiquem longe então. – John falou rapidamente nos fazendo rir.
Os recém casados não demoraram a entrar no salão sob uma salva de palmas de todos os presentes, eles sorriram e se dirigiram à área destinada às fotos para começar, só de lembrar o quanto essa parte é chata me dá um arrepio.
**
Ellen...
A festa está correndo bem, o jantar foi servido, assim como o bolo, tirando o fato de eu ter ido ao banheiro pelo menos umas duas vezes na última hora tudo está muito bom. Os noivos nesse momento estão dançando, logo os padrinhos vão se juntar a eles, Iam me dá a mão e nos dirigimos até a pista de dança.
Assim que a segunda música começa a todas nós entramos da pista, ele se move devagar acompanhando meu ritmo um pouco mais lento devido a barriga imensa que está pendurada no meu corpo. Olhei para o lado vendo o sorriso enorme de Grace, espelhado nos olhos de Nathan, virei um pouco a cabeça eu vi Meg com a cara fechada enquanto o homem a sua frente ria.
- Eu não acredito que aquele infeliz estar dando em cima dela. – Resmunguei e Iam seguiu meu olhar.
- Guther estava de olho em você durante a maior parte do jantar. – Ele falou me olhando. – Por isso eu insisti de usarmos os mesmos pares da entrada.
- Obrigada.
- Não tinha percebido ele olhando para a Meg.
- Vamos até borda da pista.
Ele apenas assentiu e girou o corpo nos levando para mais perto da borda da pista fiz um sinal com a cabeça na direção de John e Henry e os dois nos olharam confusos, indiquei para os dois se aproximarem e assim fizeram.
- Dance comigo Henry. – Falei assim que ele chegou.
- Tudo bem. – Sem questionamento ele assentiu e tomou o lugar de Iam. – Por que você está fazendo isso?
- Aquele homem está dando em cima da sua mulher. – Virei a cabeça.
- Filho da puta. – Disse baixo.
- Vamos nos aproximar e você vai discretamente trocar de par. – Falei calmamente. – Não queremos uma situação chata no casamento da Grace.
- Tudo bem.
Assim fizemos, dançamos até perto dos dois e Henry trocou com ele falando que queria dançar com a esposa. Assim que o tal Mark tocou minha mão sorrindo John chegou falando que era hora de dançar com a mulher dele, me levou pela pista deixando o idiota plantado no meio dela sozinho. Quando giramos para o lado eu vi Iam e Natalie dançando sorridentes, perto deles Carol e Beatriz dançavam abraçadas
Quando a música terminou a cerimonialista chamou a atenção de todos falando que era hora de jogar o buquê, enquanto os homens eram organizados nós voltamos para nos sentar a nossa mesa.
- Vocês estão fazendo o que aqui? – Perguntei vendo Iam e Tyler se sentar.
- Sentando. – Tyler disse na maior cara de pau do mundo.
- Podem já voltar pra lá. – Meg tinha um tom autoritário.
- Mas... – Iam começou.
- Agora! – Nós duas falamos.
Eles resmungaram e se levantaram indo se juntar aos demais bem na hora que Nathan jogou a liga que se prendeu na cabeça do irmão dele, fazendo todos no salão soltarem gargalhadas. Os homens se dispersaram e as mulheres foram organizadas no local que antes eles ocupavam, na hora que o buquê foi jogado eu o vi voar direto para os braços de Beatriz que sorriu para a noiva.
- Nem tem graça vocês já vão casar. – Natalie riu com uma taça na mão.
- Você nem estava tentando pegar. – Carol falou enquanto se aproximavam de nós.
Todos voltaram a se sentar e conversamos animadamente entre nós, os noivos pararam ao nosso lado para se despedir e em seguida se despediram dos demais e saíram do salão.
- Que tal irmos também? – Olhei para o meu marido ao meu lado.
- Adoro a ideia. – Ele sorriu.
Nos despedimos dos nossos amigos e saímos do salão, estou cansada, com sono e meus pés doem consideravelmente devido o tempo que eu fiquei de pé. Passamos pelas portas do salão e ele parou se virando para me encarar.
- A gente podia dormir aqui no hotel essa noite, assim nós não precisamos pegar um táxi pra casa, já que eu bebi.
- Tudo bem, eu acho que é uma boa ideia. Assim a cama está mais perto.
- Ótimo.
Quando chegamos na recepção ele se afastou indo falar com a atendente por alguns segundo até que a mulher sorriu e lhe entregou uma chave, um pensamento passou pela minha cabeça nesse momento. “Ele ainda mantém aquele quarto no hotel?”
- Você ainda mantém um quarto aqui? – Perguntei assim que entramos no elevador. – O seu quarto aqui. – Enfatizei.
- Não. – Falou rapidamente se virando para me encarar. – Eu mandei esvaziar aquele quarto naquele dia que você me levou ao parque, lembra, depois que tivemos a nossa primeira noite e você ficou me evitando, assim que nos acertamos eu me desfiz dele. – Vi sinceridade em seus olhos.
- A tanto tempo assim? – O encarei quando as portas se abriram, ele segurou as portas com uma mão.
- A gente desce agora mesmo e lhe mostro os registros, eu nunca manteria aquele quarto estando com você.
- Eu acredito em você. – Sorri me aproximando. – Só fiquei surpresa.
O abracei beijando seus lábios, ficamos no meio das portas e elas começaram a fazer barulho, rimos saindo do elevador e ele me levou pela não até o quarto.
- Não deu pra ser a suíte presidencial por que está com os noivos. – Ele disse.
- Está ótimo.
Assim eu entrei me livrei dos sapatos e me virei para jogar os braços pelos seus ombros lhe abraçando a ele e beijando seus lábios me conduzindo lentamente a cama.
**
John...
Acordei olhando em volta para o quarto com decoração clássica e móveis de madeira levando alguns segundos para perceber que não estava em casa, mas sim na suíte do hotel que ocupamos ontem. Procurei por Ellen ao meu lado na cama para descobri-lo vazio.
Virei a cabeça em direção ao banheiro vendo uma luz fraca passando pela porta entreaberta. Me sentei na cama girando os pés para fora dela, olhei em volta no quarto constatando que a luz que o preenchia era proveniente do sol que já havia nascido, me levantei da cama e caminhei nu até o banheiro, Ellen estava nua em frente ao espelho com as mãos sobre a barriga.
- Bom dia. – Me coloquei atrás dela, envolvendo seu corpo até minhas mãos estarem sobre as dela.
- Bom dia. – Ela sorriu se virando nos meus braços para me abraçar passando os braços por meu pescoço.
- Está tudo bem? – Perguntei vendo uma ruga no meio das suas sobrancelhas.
- Está sim. – Ela me afirmou, mas não fiquei completamente convencido.
- O que você fazia de frente para o espelho?
- Só pensando em nossas filhas. – Falou se virando novamente para encarar o espelho. – Será que elas vão se parecer comigo ou com você?
- Espero que se pareçam com você. – Falei sorrindo. – Vão me dar trabalho na adolescência, mas serão lindas.
Sorrimos e nos olhamos pelo espelho. A puxei para o banheiro e lavei seu corpo cuidadosamente e depois a ajudei a se lavar, pedi nosso café da manhã enquanto nos vestimos e em pouco tempo a comida havia chegado. Comemos em meio a conversas sobre o casamento e como estamos felizes por nossos amigos, depois de comer fomos embora.
Durante o trajeto para casa eu percebi que ela estava mais quieta que antes e parecia pensar em algo que não a agradava pois o vinco entre suas sobrancelhas voltou a se formar.
- Você acha que sua mãe vai amar nossas filhas de elas se parecerem comigo? – Falou se sentando no sofá, me virei para encara-la. – Se forem negras.
- Por que você estar perguntando isso minha linda?
- Ela disse que se a bebê da Meg se parecesse com ela seria bonita, mas não falou nada quanto as nossas. – Vi lágrimas saindo de seus olhos. – Ela vai amar nossas filhas se forem negras? – A essa altura ela chorava de soluçar e eu começava a ficar mais preocupado.
- Meu amor, olha pra mim. – Me ajoelhei ao seu lado no chão. – Ellen olha pra mim. – Me olhou através das lágrimas. – Ela vai amar nossas filhas independente de suas aparências, por que serão suas netas. – Pousei uma mão em seu rosto. – E principalmente nós vamos amar nossas filhas, isso é o mais importante.
- Você acha mesmo que ela não vai se importar? – Seu rosto estava banhado em lágrimas, essas mudanças de humor acabam comigo.
- Claro que sim minha linda, ela precisava ser muito idiota para não as amar. – Falei com sinceridade.
A abracei e confortei sentindo uma raiva crescer dentro de mim por minha mãe fazer Ellen pensar que nossas bebês não seriam aceitas por elas, preciso conversar com ela depois. Ellen aos poucos foi se acalmando até que parou de chorar e me deixou tirar suas roupas e a levar para a cama a fim de faze-la descansar.========
Festa de casamento terminada com sucesso.
Espero que essa questão com a mãe do John se resolva logo.
Feliz Natal para todos. Espero que ainda estejam descansando de tanto comer ontem.
Até domingo. 🥰💜
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Um Toque de Confiança - Meu Clichê (Livro 2) (Concluída)
RomanceEllen Williams é uma mulher romântica, e protetora que ao longo dos seus 28 anos de idade se viu pular de um relacionamento ruim para outro, parecia que era somente ela se apaixonar que o príncipe virava sapo. Depois do seu último namoro que termino...