Entre nós.
— Eu poderia taxar milhares de defeitos que encontro nesse garoto — falo para Margot que me encara.
A lanchonete estava vazia, faltavam poucos minutos para dar oito horas e eu não via a hora de chegar em casa. O dia tinha sido muito corrido, e novamente não comi. Meus pensamentos estavam congestionados de dúvidas, eu deveria mesmo acreditar que meu avô estava me procurando?
Assim que termino de limpar o balcão Margot se levanta.
— Você acredita mesmo que hoje ele veio aqui só pra beijar Winifred na minha frente?
— Anne — Margot posiciona as mãos no meu ombro, o que me impede de continuar ladeando de um lado para o outro enquanto reclamo — eu posso estar errada eu sei, mas eu acho que ele gosta de te provocar e você gosta dele por isso se importa.
— O que? — penso enquanto sinto a pontada da verdade vindo em minha direção sem que eu consiga brecar.
— Eu vou me trocar preciso ir embora, você fecha hoje? — ela ergue a chave do vestiário.
— Sim Margot, pode deixar.
Ela some de minha vista, termino de limpar o balcão, conto o dinheiro no caixa.
— Até amanhã Anne — ela sai.
— Até amanhã Margot.
Caminho até a porta para tranca-la, e assim que encaixo a chave e viro a plaquinha para "fechado" vejo um par de pés parado frente ao vidro. Evito erguer os olhos, eu sabia bem de quem era aqueles pés, e quem era que usava aquele tipo de sapatênis preto formal.
O ser, da três batidinhas no vidro da porta. Elevo meus olhos até os dele, que sorri torto.
Alerta alerta alerta.
Aponto para a placa escrito:
FECHADO.
Ele ergue os ombros, e junta as mãos como se estivesse implorando para que eu o deixasse entrar. Nego. Ele continua. Parecíamos duas crianças fazendo mímica, se alguém nos visse pensaria que estávamos brincando.
Viro-me de costas, estava tentada a abrir a porta. Caminho rapidamente até o vestiário, olho por cima do ombro e ele continua lá na porta apoiado sobre uma perna com um sorriso sarcástico.
O que você está aprontando Blythe?
Pego minha roupa, começo a me despir quando ouço a voz dele.
— Anne.
Olho para cima, ele está pendurado na janela com o olhar bobo como se tivesse visto muito mais do que eu queria ter mostrado.
— Que droga!
Coloco rapidamente a camiseta. Apago as luzes pego minhas coisas e vou em direção a porta dos fundos. Durou segundos para que ele aparecesse.
— Você não sossega não é? — lhe dou uma olhada séria — meu Deus o que sua namorada vai pensar se te ver vindo atrás de mim como um cãozinho sem dono?
— Ela não vai dizer nada porque ela não sabe.
Começo a caminhar.
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CRUSH - SHIRBERT
Fanfiction* Concluída * Anne está no auge dos seus dezesseis anos, sua vida está caminhando conforme o que ela planejou. O que ela não sabia, era que na noite da festa a fantasia, ela se apaixonaria por um garoto. Gilbert Blythe, dezoito anos, Youtuber, nam...