Um dia longo e decisivo.
— Você realmente tem talento para criar encrenca e se desfaz delas com tanta classe quanto entra — disse Margot preparando um suco — olha eu queria muito ter visto tudo isso.
— É verdade dona Margot, onde você estava?
— Se eu te contar, você não vai acreditar.
— Billy? — digo impulsiva — não me diga que você e Billy.
— Depois da primeira aula, ele me levou até o campo e ficamos ouvindo algumas músicas, confesso que ele tem um gosto peculiar para músicas, mesmo assim eu adorei. Ele me contou que ele e Josie não tem nada, apesar dela dizer que eles tem.
— Eu não acho que tenham, de verdade, para que ele mentiria?
— Ele é encantador, e passei meu telefone para ele.
Olhamos para a porta assim que vemos o esquadrão das oxigenadas entrando.
— Eu vou — ela diz — você, atenda o Blythe que vai entrar daqui a pouco — ela aponta para fora e eu vejo ele trancando o carro.
Por que diante de todos os locais do centro de Carmody, todos escolheram essa lanchonete para frequentar?
Gilbert senta no banquinho frente ao balcão, bem longe das oxigenadas, graças a Deus. E Margot caminha até elas com aquele semblante de autoridade, ah como eu queria ser só um pouco como ela.
— Não pude agradecê-la por ter me livrado de uma advertência hoje — diz Gilbert, sua mão encosta na minha e sinto um choque percorrer por minha espinha.
— De nada — falo imediatamente — é...
No mesmo instante, enquanto tento me concentrar no garoto formoso a minha frente, escuto ao longe quatro vozes irritantes com risadas eufóricas. Meu cérebro para, e só tenho ouvidos para elas.
— Como se sente dando em cima de um garoto comprometido?
— Nada do que as amigas dela não tenham ensinado, farinhas podres, do mesmo saco.
— Não fique com esse olhar de cachorro sem dono, vira-lata tem que se acostumar com isso.
— Oh pobrezinha, vocês estão ferindo os sentimentos da garçonetezinha.
— Traga meu suco de morango sem sementes, cadela.
— Anne.
Gilbert passa a mão frente aos meus olhos e vejo Margot saindo com os sentimentos claramente feridos. O garoto encara as quatro meninas com um olhar furioso, e eu vou até elas com passos fortes, o que foi bastante doloroso. Meu tornozelo latejava. E minha sanidade se esvaía.
— Se você continuar ofendendo a nossa funcionária deverá se retirar, Winifred Rose — falo — isso não se faz.
— Eu não disse nada que não fosse a verdade.
— Eu gostaria de lhe dizer umas verdades mas eu não farei isso, por respeito ao meu trabalho — bato a mão na mesa, incontrolada — espero que de fato você saiba o significado de respeito.
— Isso não está sendo uma boa ideia, Anne. Você não tem noção do que está fazendo consigo mesma se colocando no lugar de rival a mim.
— Eu não tenho medo de suas ameaças Winifred, eu tenho pena — digo ávida — você se põe nesse lugar de autoridade para que as pessoas se sintam inferiores e se rebaixem para você. Elas sentem medo, e não amor — sinto meu corpo fervendo de raiva — e isso realmente é deplorável.
VOCÊ ESTÁ LENDO
CRUSH - SHIRBERT
Fanfiction* Concluída * Anne está no auge dos seus dezesseis anos, sua vida está caminhando conforme o que ela planejou. O que ela não sabia, era que na noite da festa a fantasia, ela se apaixonaria por um garoto. Gilbert Blythe, dezoito anos, Youtuber, nam...