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Situações difíceis que carregavam a pior dor.

Levanto apressada para ir ao hospital. Eu não queria conversar com Marilla, nem com Matthew, o que fizeram comigo foi injusto demais e eu tinha que demonstrar minha insatisfação.

— Desde ontem não diz nada — Marilla fala entrando na cozinha — está tudo bem?

— Não, eu não estou bem. John me deu uma semana, somente isso — falo com tristeza — e daqui uns dias eu começo a estudar no colégio de lá, e eu não quero. Quero continuar no colégio de Avonlea, com os meus amigos.

— Anne, isso não é discutível.

— Querem me obrigar a fazer algo! Isso é muito injusto, você sabe bem que tudo que amo está aqui, inclusive vocês.

— Já são dez da manhã, você não vai ir visitar a Diana?

— Vou, mas antes, quero que saibam que estou muito magoada com vocês — distribuo o olhar para ela e Matthew — essa foi a primeira vez que vocês taparam os ouvidos e não me escutaram. E isso dói muito em mim.

Pego o celular e Cole já está na porta.
Que alívio vê-lo, meu coração se encheu de alegria. Aquela sensação de nostalgia invadiu meu interior, como eu queria que isso fosse possível também daqui uma semana.

— Bom dia princesa Merida.

— Bom dia Cole — lhe dou um beijo na bochecha.

Ele me abraça, e sinto suas lágrimas descendo por meu braço.

— Anne, estou tão preocupado com a Diana. A mãe dela me disse que é gravíssimo.

Sinto meu coração em descompasso. O que exatamente estava acontecendo com Diana?

— Mas não disseram o que é?

— Não, parece que já descobriram mas não se sentem confortáveis a revelar.

Ele liga o carro e vamos rumo ao hospital.

. . .

Odiava aquela sensação de descontrole, vulnerabilidade. Eu gostava de saber tudo que acontecia, e com isso, conseguiria arrumar um jeito para que não fosse tão ruim. Mas não, a Sra. Barry caminhava de um lado para o outro e o Sr. Barry fazia o mesmo. Continuo sentada na cadeira desconfortável do hospital, quando vejo Gilbert cruzando a soleira rapidamente. Nossos olhos se encontram, o tempo parece parar, todos aqueles sentimentos de raiva e rancor, se vão, e eu novamente sinto o amor, o desejo e a saudade dentro de mim. Por que? Por que olhos tão expressivos e sorriso tão enlouquecedor?

Respiro fundo. Ele vem até mim, cada passo mais próximo sentia meu coração prestes a explodir.

— Como vai, Anne?

Cole me cutuca tirando-me de meu transe.

— Ótima. Apesar de estar muito preocupados com Diana.

Não faço questão de perguntar como ele está. Mas sinto que ele espera por isso.

— E você, como está?

— Vivendo a medida do possível.

Eliza para com sua inquietação assim que o médico cruza o caminho dela. O Sr. Barry se junta a eles, e então, em segundos ouço o pranto agudo dela ecoando pelo corredor. Meu corpo congela, o que estava acontecendo?

CRUSH - SHIRBERTOnde histórias criam vida. Descubra agora