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As verdadeiras amizades.

— Um dia quando eu crescer, quero contar todas as aventuras malucas e arriscadas que me envolvi e quero que meus filhos saibam com clareza quem foi a Anne Shirley-Cuthbert — digo enquanto estou lavando as xícaras usadas em um café da tarde da igreja que fora na lanchonete.

— É bom saber que se orgulha de você mesma Anne — diz Margot preparando os últimos pães de queijo — eu queria ter histórias para contar aos meus filhos, mas minha vida é tão sem graça.

— Você terá — lhe aperto o punho carinhosamente — está comigo me ajudando com a ideia maluca de falsa identidade.

Ela da uma risada sem graça.

— E hoje, hoje tem uma festa bombástica que vai acontecer na mansão de Roy Gardner, todos vão. Você deveria ir também.

— Eu não sei, você sabe que eu não gosto de me envolver com aquele povo peçonhento.

— Se te conforta, todos vão. Inclusive Cole.

Sabia o quanto ela adorava a presença de Cole, certamente ele alegrava qualquer ambiente.

— Mas é quarta feira — ela hesita — e amanhã é quinta, temos aula e trabalho.

— Você mesma disse que está disposta  a viver algumas coisas para poder contar aos seus filhos.

— Está literalmente mudando tudo o que eu disse — ela repuxa os lábios em um sorriso — mas está certo. Prometa-me que Cole ficará ao meu lado.

— Diana e Jerry vão, Jane Andrews também, tirando as garotas populares, Ruby Gillis tem uma inocência encantadora, apesar de fazer parte do círculo das oxigenadas ela é uma ótima companhia.

— Ela não parece ser uma garota má.

— E ela não é.

— Mas e Gilbert Blythe... ele estará lá? — ela diz sugestiva enquanto erguia as sobrancelhas maliciosamente — não há nada confirmado mas parece que realmente ele e Winifred Rose terminaram.

— Isso me dá náuseas — respondo — não eles terminarem, o medo de que ele sinta algo por mim.

— Não são náuseas, são borboletas no estômago — ela diz contente — significa que definitivamente você está apaixonada por ele.

Apaixonada por ele.

No mesmo instante uma xícara escorrega de minha mão e espatifa no chão, milhões de fragmentos para todos os lados. E um grito estridente do Sr. Flyn cruzando a porta da cozinha com aquele olhar furioso capaz de cortar-me ao meio.

— Anne Shirley-Cuthbert — ele grita — é a segunda vez que você quebra uma xícara essa semana.

— Ontem foi um prato Sr. — respondo — me desculpe eu estava prestando atenção no...

— Em que?

— No rato Sr. Flynn — Margot o encara séria — tem um rato na cozinha que há dias estamos tentando matar.

— Sim, um rato — falo com concordando — ele é grande, bem grande.

— Acreditamos que está procurando um ninho — ela mente tão bem — para...

— A procriação — respondo — você tem que nos ajudar a matá-lo Sr. Flynn, isso acabaria com o nosso sucesso.

A expressão dele de séria passa a preocupada.

— Deveriam ter me avisado antes! — ele diz com espanto — fecharemos o final de semana para fazer uma detetização — ele pensa — e anunciaremos como uma reforma.

CRUSH - SHIRBERTOnde histórias criam vida. Descubra agora