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Uma estrela.

— Bom dia rainha da neve — olho através da janela — gracioso Pai celestial, se está me ouvindo agora eu peço com todo meu coração que Diana possa suportar tudo isso e se recuperar o quanto antes.

Recebo a ligação de Eliza dizendo que eu podia visitar Diana.

Eu não estava preocupada em faltar a faculdade, estava preocupada em estar com ela.

— Independente do que for dito Anne — Marilla para na porta de meu quarto — dê a ela a força a qual ela necessita.

— Farei isso Marilla, eu prometo.

Ela vem até mim e me dá um beijo na testa.

— Tudo dará certo, acredite.

— As coisas acontecem da forma que devem acontecer, eu acredito fielmente nisso.

— Então sabe que está acreditando da maneira certa — ela da um sorriso sútil.

. . .

Procuro não deixar minha preocupação transparecer, mas não consigo, estar dentro da casa de Diana sem apreciar as alegrias as quais faziam parte da nossa rotina era extremamente árduo.

Assim que cruzo a porta do quarto vejo seus belos olhos verdes e arregalados, seu rosto pálido sem o rubor natural em suas bochechas. Meu mundo desaba.

— Minha amiga — caminho até ela e sou recebida por um caloroso abraço.

— Não precisa poupar suas palavras — ela diz assim que me sento um pouco distante — isso aqui está sendo uma merda.

— Eu sinto muito — obrigo minhas lágrimas a permanecerem presas.

— Não sinta, estou aproveitando o tempo que me resta para dizer umas verdades — ela da um sorriso largo.

Como era bom vê-la sorrindo.

— Tem uma vida inteira pela frente, Di.

Ela morde o lábio inferior e não aguenta, em segundos as lágrimas brotam de seus olhos, em seguida o mesmo acontece comigo. Nós duas chorávamos por aquilo, a vida estava sendo injusta demais com a gente, seguro nas mãos dela tentando dar o máximo apoio que eu conseguia, mas como apoiar alguém se você sabe que não vai adiantar?

— Que baixo astral que está nesse quarto — Margot diz invadindo o espaço — bom Diana, você ainda não pode sair então eu fiz uma coisa terrível e eu sei que a sua mãe vai me matar.

Encaro Margot que está com os olhos brilhando.

— O que você fez Mag?

— Prometemos algo há alguns dias atrás — a ruiva solta o ar e ensaia pra falar a ponto de se distrair com a sua própria cutícula.

— Fala Margot! — Diana pressiona.

— Como você não pode ir até o tatuador eu o trouxe até você — ela fala sem pausas com um largo sorriso sem graça — até você não, até nós.

Ela me lança um olhar fofo.

— Eu não acredito — levo a mão a testa ainda perplexa — como você conseguiu trazer ele aqui?

— Eu não posso fazer tatuagem — Diana lembra — sabem que em breve voltar a fazer quimio.

— Mas eu e a Anne faremos a permanente, você fará a de Henna. Eu já planejei tudo, e não se preocupe, você não terá gasto algum, e não será prejudicada.

CRUSH - SHIRBERTOnde histórias criam vida. Descubra agora