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Sinceridade é um prodígio.

— Ficar sem comer não é uma opção Anne — Marilla diz atormentada enquanto me entrega alimento — preste atenção nas suas escolhas, isso pode prejudicar você.

— Prometo que não farei mais isso — encaro-a na tentativa de convencê-la.

— Se você continuar com isso serei obrigada a interferir nessa sua ideia maluca de líderes de torcida.

— Não, por favor — imploro — não faça isso, é importante para minha admissão.

— Então, alimente-se adequadamente Anne. Não poderá ir a faculdade se cair morta em uma vala.

Mordo o lábio inferior, sim ela tinha razão. Onde eu chegaria se nem ao menos era capaz de organizar meu próprio estômago?

— Certo, prioridades.

— Espero que isso seja o suficiente, alimente-se e deixe o prato para lavar amanhã. É importante que descanse.

— Farei isso Marilla, acredite.

Ela sorri e sai do quarto. Desvio os olhos para o pequeno prato com ensopado a minha frente, feito de última hora provavelmente. Observo a peruca preta, espero que Gilbert não tenha entendido o motivo de uma peruca estar ali. Puxo o celular, olho o grupo e faço a ligação.

— Eai mona — Cole fala com aquele sorrisinho bobo.

— Anne você está bem? — Diana fala aproximando o celular de seu nariz. Posso ver perfeitamente seus pequenos poros.

— Eu nem sei por onde começar.

— Do início querida, temos a noite toda. Amanhã é sábado.

— Eu sei, mas eu trabalho amanhã.

— Vai, vai, vai.

— As coisas foram bastantes esquisitas hoje, eu... Eu trabalhei muito, e no final do expediente Gilbert Blythe estava na porta, que já estava fechada. Margot disse para mim que provavelmente eu sinto algo por ele - antes de ir embora e ele aparecer no final do expediente - depois que eu não permiti que ele entrasse, ele me viu só de sutiã porque estava pendurado na janela do vestiário.

— What?

— Sim Cole — reviro os olhos — ele estava lá pendurado fazendo não sei o que. Depois disso, assim que sai ele veio atrás de mim como um foguete, parecia que sabia que algo estava errado comigo. Conversamos por uns minutos, eu e toda minha delicadeza.

— Delicada como o coice de um cavalo — Diana murmura.

Ergo os olhos para ela, e ela sorri sem graça.

— E então, eu desmaiei e ele me colocou no carro dele e me trouxe para casa, ainda me carregando no colo ele me colocou na minha cama e tenho a impressão de que ele viu a suposta peruca preta da mulher gato que deixei em cima da escrivaninha porque amanhã é sábado e eu estava deixando tudo pronto para a primeira aparição da mulher gato.

— Espera — consigo ver o suspiro ofegante de Cole através da tela — ele te carregou no colo?

Diana solta burburinhos como se fosse uma risada silenciosa.

— Sim, ele me carregou no colo. E eu não sei o que aconteceria comigo se ele não estivesse lá naquele momento.

— Isso é um enigma — declarou a morena — provavelmente roubariam suas coisas e você seria encontrada no hospital como indigente.

CRUSH - SHIRBERTOnde histórias criam vida. Descubra agora