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Your love's not bronken.

Minhas malas estavam prontas, e meu coração ainda estava partido por essa ser a última vez em que ficaria tão próxima aos meus amigos. Estava decidido, Marilla não me deixaria ficar em Avonlea. Roy Gardner e eu, depois da discussão fomos suspensos, mas por uma grande sorte, não fomos proibidos de ir ao resort. Mesmo sendo a pessoa que me socorreu, Diana ainda estava com a opinião formada sobre mim, não queria nem tão cedo me dirigir a palavra  e isso estava me deixando cada dia mais desesperançada, e minha partida acarretaria em uma única coisa, a separação indesejada de tudo que me deixava feliz.

Olho através do vão da janela, e observo o sol em direção ao seu ápice. As nuvens esbranquiçadas com formas e tamanhos distintos. Respiro fundo, e contemplo o que se projeta diante de meus olhos, o nascer do sol, as diversas cores do céu e minha despedida eterna do lugar que mais amo em todo o mundo, o meu lar já não era mais meu, talvez se eu parasse para pensar, nada mais era igual.

E tudo foi por ele, o suposto garoto que em uma noite qualquer, cruzou meu caminho e cravou uma flecha dentro de meu coração. Eu precisava de Gilbert, cada batida de meu coração pertencia a ele, e cada célula minha precisava dele para completa-las. Suponho que o amor possa invadir, e então fazer uma bagunça em tudo que você sabe, na sua vida.

Seguro a boneca que foi minha companheira desde meu nascimento, a boneca de pano com perninhas desgastadas, sorte que Marilla me ajudou a consertar as roupinhas que vestia, estavam tão velhas e amareladas, se assemelhavam a mim antes de eu chegar aqui.

O celular toca, observo a tela.

Margot:
Já sei de tudo, sinto muito! Billy e eu podemos buscá-la para ir a viagem, você quer?

Anne:
Estou tão confusa com tudo Mag.

Margot:
Certo, nós passaremos aí já já.

. . .

Barulho, ânimo, sorrisos. O ônibus da viagem tinha excesso de alegria, e lá no meio, eu. Afundando a cada passo na areia movediça que havia se tornado minha vida.

Procuro por Gilbert, e ele ergue a sobrancelha para mim, ainda ao lado de Winifred, apesar de tudo ser uma farsa, cada partícula minha sentia a dor de estar sendo deixada por ele. Olhos e mais olhos, dentre eles, os olhos verdes de Diana que me observavam ao longe no último banco, ao lado de Cole, que me manda um beijo no ar.

— Ei Anne, estou sozinho — uma mão amiga no meio de um ninho de cobras.

— Obrigada Rick.

Ele se levanta para que eu sente na janela.

— Como está com tudo isso?

— Péssima, eu estou sentindo que o mundo inteiro está contra mim.

— Você sabe que as pessoas são cruéis, mas deve lembrar que nada pode tirar de você aquilo que é.

— Tem razão, mas é tão difícil.

Ergo os olhos assim que vejo Roy atravessar o corredor do ônibus.

— Ele não vai encostar em você Anne, eu prometo.

— Ele não vai fazer isso, porque ele sabe que eu não estou sozinha — seguro na mão de Rick — obrigada por tudo, e me desculpe por ter sido tão injusta no começo com você. Estava tão apaixonada e envolvida, pensei que você só seria mais um querendo que meu romance acabasse.

CRUSH - SHIRBERTOnde histórias criam vida. Descubra agora