Amar ou não amar?
Alguém me puxa com velocidade enquanto eu me debatia na piscina. Era impossível encontrar o chão, uma piscina olímpica para um garoto que era campeão em natação e representava o colégio, não era surpresa. A profundidade era extrema.
— Gilbert — ele me coloca na borda da piscina, os cabelos dele estão pingando e seus lábios estão trêmulos — onde está Margot?
— Você pulou na piscina sem saber nadar Anne — ele diz com indignação agora colocando o próprio corpo para fora — onde estava com a cabeça?
— Eu disse que sou devota as minhas amizades, pularia de um avião sem paraquedas se fosse para salvá-los.
— Você é maluca, isso sim.
— Onde está Margot? — me levanto tão apressada, que sinto o tornozelo latejando.
— Estou aqui Anne — ela aparece já enrolada em uma toalha.
Olho para quem a segura, Billy Andrews.
— Billy me pegou segundos depois que você pulou — ela o encara e ele sorri.
No mesmo instante vejo o olhar mortífero que Josie lança para os dois que estavam muito a vontade com a situação.
Tento caminhar até ela, mas sinto meu tornozelo repuxar, caio na mesma hora.
— Seu tornozelo. — Gilbert coloca a mão — você o machucou de novo?
— Acho que foi na hora que decidi pular, estava tão concentrada em ajudar Margot que forcei mais do que devia.
Ele novamente me pega no colo.
Droga, eu já estou ficando acostumada com o fato dele me carregar todas as vezes que eu precisar.
— O beijo — ele sussurra em meu ouvido — não foi com o consentimento mútuo, elas chegaram antes de eu dizer a Winifred que não sentia absolutamente nada por ela.
— Você é um ser desprezível Gilbert.
Sinto meu corpo tremer. Em segundos Ruby Gillis aparece com uma toalha.
— Roy pediu para eu levá-las ao quarto dele, ele vai dar roupas secas para vocês.
— Pode deixar que eu a levo Ruby — declarou Gilbert — acho que eu e Billy também precisamos de uma roupa seca, por sinal.
— Posso caminhar sozinha.
— Você não consegue se manter em pé Anne, pare de ser orgulhosa e me deixe ajudá-la por vontade própria.
— Você parece um cachorrinho pedindo atenção. Está ficando ridículo.
— Vale a pena parecer ridículo por você. — os lábios dele vacilam em um sorriso.
Meu coração acelera, no mesmo instante, as borboletas se apossam de meu estômago agora com mais intensidade. Ele me pega, seus olhos desviam para os meus.
Olhos verdes com manchas castanhas.
Altamente tóxico e sedutor.E inevitavelmente irresistíveis.
Daria tudo para que ele me beijasse naquele momento. Mas apesar de estar claro entre nós, e para qualquer um que estivesse próximo. As circunstâncias revelavam que ainda não era o momento adequado para o tão esperado beijo.
. . .
— Você foi muito corajosa em me salvar, mesmo sabendo que seria impossível — Margot da uma gargalhada — Anne, você realmente é impulsiva.
— Levando em consideração que você foi impulsiva xingar a Queen Bee e o Blythe — ergo os ombros — eu faria qualquer coisa se qualquer um de vocês estivessem em perigo.
Distribuo o olhar para Diana e Cole.
— Agora o fato — Gilbert senta do meu lado — eu não estava reatando com a Winifred.
— Isso significa que realmente terminaram aquele dia no refeitório?
— Sim e... Eu não a beijei aquela hora, ela me beijou e vocês duas — ele encara Margot e Diana — entenderam tudo errado. Eu falei para ela que eu não queria beijá-la pois eu não a amava.
— E você ama outra pessoa — Diana incita.
— Sim — seus olhos desviam para mim — não — ele fica com as bochechas vermelhas.
— Para de graça Gilbert — Cole lhe dá um soquinho — todo mundo sabe que você e a Anne...
— Cole Mackenzie — o repreendo e ele me encara assustado, era difícil eu chamá-lo por seu sobrenome completo.
— Certo — Margot se levanta da roda — tudo estava bom, a festa, as bebidas e até a piscina, mas são dez horas e eu preciso muito ir para casa.
— É acho que o dia já foi confuso demais hoje.
— Eu te levo Anne — Gilbert me ajuda a levantar.
— Não, não precisa. Cole está com o carro, e as meninas me levam até lá, não estou com o tornozelo quebrado apesar dele doer muito. Posso caminhar, acredite.
— Você tem certeza?
— Sim, absoluta — Diana e Margot param cada uma de um lado e eu me apoio nelas — obrigada por ter me ajudado na piscina.
Ele assente.
— Margot — Billy para na frente dela — eu, eu...
— O que é Billy, perdeu a língua? — Diana brinca.
— Não igual você e o francês lá nos fundos hoje.
Encaramos Diana que cora instantaneamente.
— Você e o francês lá no fundo? — instigo.
— Billy — Margot sorri para ele esperando certamente algum comentário.
— Adorei conhecê-la melhor hoje.
Ela sorri timidamente e responde:
— Eu também.
. . .
Assim que chego em casa pego minhas coisas e caminho até o chuveiro, um banho quente seria perfeito. Enquanto a água escorre por meus cabelos, lembro-me de cada palavra dita na noite.
O beijo não foi com consentimento mútuo.
Vale a pena parecer ridículo por você.
Eu não a amava.
"Sim" - e seus belos olhos entregando que ele me amava.
Quem estava se tornando ridícula era eu. Apesar de qualquer outra coisa. A confusão se instalava em minha mente a cada segundo, beijava Winifred, não gosta dela, lhe deu um fora, pulou na piscina, revelou a queda por mim, me carregou mais de uma vez, sorriu, encarou, tocou, desejou.
E uma mistura maluca de sentimentos se apossou de mim.
E agora? Eu estava amando Gilbert Blythe, ou não?
. . .
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CRUSH - SHIRBERT
Fanfiction* Concluída * Anne está no auge dos seus dezesseis anos, sua vida está caminhando conforme o que ela planejou. O que ela não sabia, era que na noite da festa a fantasia, ela se apaixonaria por um garoto. Gilbert Blythe, dezoito anos, Youtuber, nam...