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Uma ameaça, uma acusação, e um plano nada agradável para Gilbert.

Saio do auditório com o sangue fervendo, Diana Barry, o que você pensa que está fazendo? Respiro fundo, tento me recompor. Certamente ela teria um bom motivo. Ela vem até mim, correndo com um sorriso de fora a fora.

— Anne, como foi a disputa?

— Desisti nos cinco minutos do segundo tempo.

— Que pena.

— Mas você Diana me deve uma belíssima explicação.

As bochechas dela coram instantaneamente. Eu não conseguiria poupar minha curiosidade e minha mente. Precisava perguntar a ela o motivo antes que meu cérebro se auto-destruísse.

— Estava ameaçando Prissy Andrews para que eu ganhasse o concurso?

— Do que está falando?

— Do seu bilhete para ela.

Mostro o pedaço de papel.

— Oh, meu bilhete para ela... — ela amassa o papel e coloca no bolso — estava tentando ajudar.

— Como Diana? Eu falei que era um segredo! Como posso confiar em você se você da uma vacilada dessa?

— Anne, escute-me — ela segura meus braços que estavam agitados — você estava arrasada com tudo que estava acontecendo, sua vida estava indo por água abaixo e eu não sabia o que fazer. Me senti uma amiga inútil, seu plano estava saindo fora do controle, Winifred tirou Gilbert de você, Josie o jornal e agora Prissy o seu projeto de química.

— Diana, eu entendo você, mas você não tem o direito de brincar com alguém como fez com ela. Está sendo difícil para todos nós, mas eu jamais faria isso. Eu prometi que guardaria o segredo dela.

— Eu não me conformo em como você pode defender alguém que há pouco tempo caçoava a seu respeito, e não confiar no que digo pelo simples fato de que era um segredo.

— Parece até que você quer se intrometer para acabar com tudo, é, talvez você me odeie e tudo que quer é ser melhor do que eu.

O rosto dela inteiro ruboriza.

— Como ousa dizer coisas tão injustas sobre mim? Eu estava tentando te ajudar mas como vejo, a única coisa que precisa é de um belo chute na bunda. Acho que ninguém aguenta mais ficar perto de você com essa sua desconfiança.

— Não queria te acusar.

— Mas fez.

Ela se vira e sai, com passos rápidos, corro atrás dela mas não adianta.

Eu e minha grande facilidade em acabar com tudo.

. . . 

— E então, ela saiu como se jamais fosse me perdoar — confesso arrasada para Margot que preparava um café.

— Bom, você deveria falar com ela, são amigas há muito tempo Anne. Sei que ela vai entender o motivo de sua tristeza.

— Mas Mag, você acha que foi certo o que ela fez?

— Não, eu não acho. Ameaçar alguém que está em profundo desespero não é uma atitude bonita, contudo, veja por outro ângulo, ela pensou que de certa forma estaria a ajudando a melhorar.

— Sim. Eu sei.

— Trabalhar que é bom nada — Josie Pye revira os olhos quando passa ao nosso lado.

CRUSH - SHIRBERTOnde histórias criam vida. Descubra agora