29

2K 246 288
                                    

Situações complicadas que não devem ser reveladas.

— Que desgraça! — Diana diz assim que termino de contar tudo que havia acontecido.

— Diana, você acha que eu estou fadada a sofrer? É predestinação? O que eu posso fazer?!

— Pensei que fosse mais inteligente — ela ergue os ombros — desculpe, eu não queria te ofender, eu juro. — ela se senta ao meu lado — Mas escute... Se desde o começo você tivesse dito para ele que era a mulher gato, ele revelaria que ele era o fantasiado. Você não podia prometer a Prissy tal segredo, se você e Gilbert viram, outra pessoa poderia ter visto — ela respira — uma sala de aula... Não é lugar para certas coisas! Roy Gardner é uma pessoa odiosa, certamente você não o beijou na festa, sabe? Não combinam nenhum pouco. Você não sentiria tanta conexão.

Concordo movimentando a cabeça.

— E Winifred, você deveria tê-la matado. Uma vez minha mãe brigou com uma mulher e ela disse que deveria tê-la matado.

— Que horror Diana, mas por que?!

— Porque mortos não falam. — ela da uma risada maldosa e depois franze o cenho encarando-me.

Plano B poderia se resumir em um assassinato premeditado de Winnie? Eu vou pensar nisso com carinho.

Eu vou fingir que você não falou isso. — a encaro.

No mesmo instante sinto uma lágrima que a pouco estava presa, cair. Permito que elas fluam, eu não podia aguentar tudo aquilo em silêncio, as lágrimas além de aliviar a alma, expressava o que estava dentro de meu coração. Cada gotícula minha, estava afundando em um poço sem fim, a sensação de estar caindo e nunca chegar a um final é horrível. Meu corpo só caia, caia e caia, e eu não desejava nem um pouco sentir o impacto do tombo.

— Não precisa ficar assim — Diana me abraça — sei que você vai superar isso, como superou todas as outras coisas. Você é uma garota forte Anne.

— Anne vim correndo assim que sai da aula — Margot entra no banheiro — sinto muito por Gilbert.

— O que houve com ele?

Ele encara Diana enquanto morde o lábio inferior, pensativa.

— Duas semanas de suspensão.

— E Roy?

— Também! — ela senta no chão, as duas me abraçam — oh Anne, sinto muito por tudo.

— Obrigada meninas, vocês não sabem o quanto é importante para mim ter vocês comigo.

Nos levantamos e depois de eu ter certeza que estava cem por cento bem, saímos em direção as aulas. A vida já estava um fiasco, não podia ficar para trás nesse quesito também.

. . .

— Não tenho nem mais um minuto de paz aqui! — Margot disse saindo da cozinha abruptamente.

Me viro para ver o que está acontecendo, mas tenho os pensamentos interrompidos por uma senhora que entra na lanchonete com passos lentos e modulados. Imediatamente, caminho até ela e a conduzo até a uma mesa.

— Você é a garota que estava em um impasse aquele dia, não é?

Me concentro nela assim que ouço a pergunta.

— Sim, sou eu.

— E como estão as questões do coração?

CRUSH - SHIRBERTOnde histórias criam vida. Descubra agora