33 - Sombras

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Deku On
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Tudo aconteceu tão rápido. Quase não me lembro do dia de ontem. Me lembro apenas daquela cena traumatizante dentro do quarto. Eu, possivelmente, não vou conseguir entrar lá por muito, muito tempo.

O que me aliviou foram as palavras serenas do doutor. Okäsan estava gravemente ferida mas não morreria. Eles conseguiram salvá-la minutos antes dela quase...

Ela havia sido perseguida e atacada dentro de casa. Não se sabe quem fez isso, não há pistas, provas, matéria ou qualquer coisa que possa ajudar a polícia a encontrar o homicida de merda.
Agora, está internada e, pelas palavras do doutor, ela não poderia sair de lá tão cedo. Disse que ela teve sorte do assassino – ou assassina – não ter acertado nenhum ponto vital de seu corpo, e que era uma mulher forte por ter conseguido suportar até 4 facadas.

Obviamente eu não dormi. Meu semblante estava mais sombrio. Chorei a noite inteira. Não só de preocupação, frustração ou de tristeza... Mas de raiva... Muita raiva. Tudo tem seu preço. Cheguei até a me culpar por não estar ao seu lado quando isso aconteceu, mas minha consciência estava limpa de mais pra isso. Eu só conseguia culpar duas pessoas...

— Garoto? — ouvi a voz do doutor ao meu lado que se inclinava um pouco para falar comigo, e me despertando dos meus devaneios.

— Hm...?

— Sinto muito, mais é jovem de mais para ficar aqui no hospital sozinho. — disse ele — Tem algum outro parente que possa acompanhá-lo?

— Eu não-... Bem... Tem o meu pai mas eu não sei onde ele está. — minha voz falha por ter chorado tanto.

— Entendo. Me perdoe, mas terá que ir pra casa agora.

— Eu não vou.

— Você ainda é de menor, não pode ficar aqui sozinho sem um adulto.

— Não vou sair de perto dela de novo, não vou! — Acabo por gritar fazendo com que alguns seguranças me olhassem de lado.

— Fique calmo, okay. — diz ele com a mesma voz tranquila — Sua mãe está bem agora, estamos cuidando e supervisionado ela a todo momento. Vai dar tudo certo, eu te prometo isso.

— *suspirei*...

Por algum motivo, inacreditavelmente, suas palavras me tranquilizaram naquele momento. Mas ainda insisti em ficar.

— Olhe... — Ele retira um cartão de seu bolso — Este é o meu número. Prometo ligar três vezes ao dia para dar notícias dela.

— A-arigatō... — respondi pegando o cartão.

— Não precisa se preocupar, certo? Ela vai voltar pra casa. Vai sair deste hospital muito melhor que antes. — disse sorrindo.

— Hai.

— Quer que eu peça a algum segurança te acompanhar até sua casa?

Eu iria aceitar, sem querer. Meu lado "Deku" parece ainda estar em mim nesses momentos. As vezes, eu esqueço que sou de uma liga de vilões com um plano mirabolante em prática.

Tenham medo... Porque estou aqui [VILLAIN DEKU]Onde histórias criam vida. Descubra agora