Tenham medo... Porque estou aqui [VILLAIN DEKU]

66 - Vozes

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Deku On
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Todoroki olhou pra mim com um olhar sem emoção de novo. Era como se fosse um corpo sem alma.

- Midoriya...

- Hm?

- Você acha que se eu desaparecesse... Alguém iria se importar de verdade?

-...

Da forma que ele perguntou não era uma pergunta simples que pode ser respondida com um simples "Claro! Sua família, seus professores, seus amigos...". Não. É algo mais profundo que isso, ele quer uma resposta sincera o suficiente pra se sentir confortável daqui pra frente... E eu já sei o que dizer.

- Todoroki, eu não posso falar pelas pessoas. Não sei as reais intensões ou sentimentos delas mas tenho certeza de que seus irmãos seriam os mais machucados com sua perda. Pelo que você me contou sobre eles, parecem ser boas pessoas, bem diferentes do seu pai. - respondi desviando o olhar para o céu.

- Eu entendo.

- ...E eu também me importaria..

- Como disse?

- Eu também me importaria. Tipo, não é como se eu fosse aceitar fácil perder alguém que se tornou tão próximo de mim como você. Na verdade, você foi a segunda pessoa que se tornou tão próxima de mim na vida.

- A primeira foi o Bakugou, né?

- Infelizmente, não posso negar a presença dele na minha vida mas não preciso mais considerá-lo um "único amigo". Agora tenho você e já estou satisfeito assim.

Ele sorriu, e desta vez sorriu de felicidade.
Mais uma vez sinto um pequeno déjà vu ao ver seu sorriso raro.

Onde eu já vi isso...?

- Arigatō, Midoriya.

- Não tem de quê! - respondi devolvendo o sorriso.

- Acho que já devo estar te irritando de tanto agradecer ou pedir desculpas, né. - ele desvia o olhar.

- Não mesmo, fico feliz que tenha a educação que "alguém" não tem.

- Alguém, né?

- É... Alguém... Haha.

Após acabarmos de lanchar, ficamos mais alguns minutos ali conversando. O assunto foi tomando um rumo mais sério assim que nós nos lembramos "daquilo".

- Eu tive uma boa idéia. - disse eu.

- Por favor, diga-me.

- Vamos tentar algo leve, porém, eficaz. Que tal um veneno?

- ...

- O que?

- Isso vai matá-lo?

- Ah......... N-não-

- Então não vai adiantar.

- Ah! Você quer esperar eu terminar? - Ele se cala e me deixa continuar. - O veneno será preparado por mim mesmo. Farei uma primeira dose para enfraquecê-lo. Paciência é algo essencial para que tudo dê certo. Aos poucos, ele irá perecer e então, morrerá.