Capítulo 9

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De manhã acordei com as meninas enlouquecidas querendo abrir os presentes, coloquei o colete na Alice de novo mesmo com os protestos de que "é natal" e quando desci a árvore estava lotada, a mesa posta e a Natalie vindo da cozinha.

Alice: Mamãe... – correu para pular nela nela.

Eu: Alice... - ela parou - Não pode pular na mamãe, por causa da sua coluna.

Nat: Oi amor feliz natal minha princesa.- abaixou e a abraçou, encheu de beijos e carinhos. Logo veio até mim. - Oi amor – aproximou me abraçou forte e logo me beijou – Feliz Natal...

Eu: Feliz Natal.

Nat: Te amo.

Eu: eu também...

Julia: Vamos abrir os presentes mamãe – me puxou.

Eu: Sua mãe tá aqui filha não vai dar um abraço nela?

Julia: Não – ameaçou choro.

Eu: Tudo bem Pri... – falou sentida.

Alice: O papai noel veio mamãe, olha o tanto de presentes.

Julia: Ele comeu o biscoito e bebeu o leite também Alice olha – elas ficaram enlouquecidas com o copo vazio e o prato com farelos de biscoito. Fui lendo os nomes e a cada presente um grito estridente. Elas ficaram malucas com os presentes delas. Natalie tinha levado mais então elas ficaram doidas.

Eu: Vamos tomar café da manhã primeiro depois vocês brincam mais, tem o dia todo pra brincarem. – elas correram pra mesa, a Natalie a serviu eu me servi e ela também. Tomamos café sem conversar. Logo tirei a mesa guardei tudo coloquei a louça suja na lavadora e subi pra tomar um banho. A Natalie entrou no banheiro.

Nat: Como foi na casa da sua mãe?

Eu: Bem. As meninas se divertiram bastante e na grandma?

Nat: Bem também. Meus pais vem mais tarde ver as meninas.

Eu: Ok. – sai do banho.

Nat: Vamos conversar?

Eu: Pode falar.

Nat: Não podemos continuar assim Pri. Somos casadas, nos amamos, temos duas filhas.

Eu: Isso... Falou bem. Temos duas filhas, você tem a empresa que você deixou de lado pra ficar chorando pelos cantos e eu tenho o consultório que está fechado e o hospital que vou ter que deixar pra cuidar das meninas.

Nat: Eu não quero brigar Pri.

Eu: Nem eu Natalie, só que você já parou pra pensar como você tem sido egoísta? Eu não posso viver meu luto, eu não posso ficar um dia todo na cama sem fazer nada e chorar até me acabar, porque você está ocupada demais vivendo o seu luto. O Pedro era meu filho também, mas eu tive que me reerguer, tirar forças não sei de onde porque eu tinha que alimentar as meninas, dar banho nelas, explicar pra elas como seria daqui pra frente e ainda tinha que trabalhar e tentar estar aqui para você. E quando você só tem a missão de cuidar delas você enche a cara e toma seus remédios e nossas filhas vão parar no hospital com uma costela fraturada, e 7 pontos na mão, com fome porque passaram fome o dia todo porque você estava dormindo, apagada. E ontem véspera de natal eu tive a visita do serviço social pra ver se as nossas filhas estavam bem. Estamos sob o olhar do governo. Acha justo? Você está sendo egoísta Natalie. Essa dor não é só sua. - eu vomitei tudo aquilo nela. 

Nat: Eu sei Priscilla, eu sei que é difícil pra você e sei que não estou colaborando com você e que sou culpada pela morte do nosso filho... - eu virei e apontei o dedo pra ela. Não aguentava mais esse discurso de culpa.
Eu: Essa culpa é você que diz. Eu nunca culpei você... Se você não quer trabalhar mais Natalie ok, mas você no mínimo tem que cuidar das meninas e da casa, eu não estou dando conta e com o conselho tutelar em cima da gente agora ficou ainda mais difícil.

Nat: Eu não consigo mais fazer isso. Eu... – fez silêncio e suspirou – Eu acho melhor eu ir embora então Priscilla. – eu a encarei assustada.

Eu: Tá vendo o que você faz? Olha não vou discutir ainda mais, porque eu não quero me separar de você por você ser uma egoísta.

Nat: Eu to sendo egoísta Priscilla? É o meu filho – chorava. – Eu não consigo encarar você, eu não consigo encarar minhas filhas. Eu preciso sair daqui. Eu estou sufocada, eu preciso de tempo.

Eu: É O MEU FILHO TAMBÉM. – gritei – E eu to tentando seguir em frente Natalie, mesmo sentindo dor, sentindo falta dele todos os dias. Acha que é fácil pra mim? Claro que não. E você precisa de tempo? Você quer ir embora Natalie? E eu? E as meninas?

Nat: Você me culpa pelo que aconteceu... E elas ficarão bem com você. Eu vou voltar, eu só preciso de tempo.

Eu: Não... VOCÊ, se culpa pelo que aconteceu e joga em cima de mim pra justificar sua atitude de ficar pelos cantos chorando como se o mundo tivesse acabado como se a família toda tivesse morrido. E não ficaremos bem. Eu amo você. Você é minha mulher é a mãe das minhas filhas, mas se você sair por aquela porta, você não volta mais Natalie. Você não tem mais 15 anos, você não pode tomar uma atitude irresponsável e agir como se fosse normal, arrumar suas coisas e sair por ai sem rumo e me deixar com duas crianças pra cuidar e uma empresa que eu nem sei lidar, porque eu sou médica e não arquiteta e menos ainda engenheira. E o que vai dizer para as meninas?

Nat: Ele não saiu de você, você nunca vai sentir a mesma dor que eu. E eu vou voltar, eu vou dizer que preciso fazer uma viagem longa e que eu vou demorar, mas vou voltar.

Eu:Minha dor não é menor por eu não ter gerado ele Natalie. Se você visse a Alicedebaixo daquela poltrona como eu vi a sua dor seria menor que a minha porquevocê não a gerou? Não seja ridícula. Acaba esse casamento, você sai dessa casa,você faz o que quer da sua vida alias você já tem feito isso a quase quatromeses enquanto eu to assumindo todas as responsabilidades sozinha. Eu estou desaco cheio de brigar. Quer ir embora? Eu não vou me humilhar e nem rastejar ainda mais aosseus pés para voltar, porque você está sendo fraca, você está sendo egoísta.Então vai embora. Sai dessa casa, mas não volte mais e seja honesta com as suasfilhas diga que você está indo embora porque você não sabe ser adulta e lidarcom toda essa situação. Que você age como um rato num navio afundando, FOGE... – ela saiu do quarto e foi ver as meninas.

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EITAAAAA... Espero que esse capítulo não tenha doído tanto em vocês... Mas só por precaução... Vocês estão bem gente?

NATIESE EM: A CULPAOnde histórias criam vida. Descubra agora