Capítulo 109

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NATALIE NARRANDO...

A Priscilla perdeu um dos bebês e como aquilo doeu na alma. E pior que isso tudo foi não saber o que ela estava sentindo com tudo isso. Ela não falou uma só palavra comigo e sequer olhou pra mim. Seu olhar era pesado. Em casa contei as meninas que ficaram muito tristes com tudo isso dei mama para a Zoe que sempre mama no peito para dormir e fui dormir com ela no hospital. Na manhã seguinte ela recebeu alta e ficaria 7 dias em casa descansando. Ela continuava muda e isso nos preocupava muito.

Maria Clara: Qualquer coisa me liga.

Eu: Tá. Obrigada por tudo – a abracei.

Maria Clara: Não tem o que agradecer. – a levei para o carro e fomos para casa. No caminho ela não disse nada do mesmo jeito. Levei as meninas ao colégio e quando voltei, a ouvi chorar muito com a caixinha na mão. Vamos enterrar a tarde. Ela abriu a caixinha e chorava copiosamente.

Pri: Eu sinto muito meu filho, me perdoa se algum dia eu me desesperei por ter você e seus irmãos ao mesmo tempo. A mamãe ama muito você meu amor, muito. Me perdoa – meu coração doeu. Eu achei melhor não entrar lá. Fui ver a Zoe, ela estava acordando.

Eu: Bom dia bebê... tá suada – a beijei – Vamos trocar a fralda? – sequei minhas lágrimas a peguei, troquei a fralda dela desci fiz uma mamadeira dei um pãozinho pra ela e a coloquei no sofá vendo um desenho. Subi até meu quarto a Priscilla estava deitada. – Amor não comeu quase nada.

Pri: Não estou com fome. – suspirou.

Eu: Está sentindo dor?
Pri: Não.

Eu: Quando as meninas chegarem, vamos enterrá-lo na roseira.

Pri: Tá... – ela fechou os olhos, eu desci com a bandeja tomei café fiz algumas ligações, avisei a mãe dela do ocorrido, avisei meus pais também. Logo chegou a hora do almoço, dei comida a Zoe escovei os dentinhos dela e a coloquei na cama com a Priscilla que via um filme qualquer concentrada e com aquele semblante pesado.

Eu: Eu vou buscar as meninas no colégio, pode olhar a Zoe?

Pri: Tá... – eu sai peguei a chave do carro e fui buscar as meninas.

Juh: Como ela tá?

Eu: Não fala nada. Está fechada no mundo dela, não olha nos olhos parece com raiva. Chorou pediu perdão bebê. Se sente culpada.

Alice: A culpa parece perseguir essa família – suspirou. Ela não estava errada. Chegamos em casa, almoçamos a Pri não quis almoçar na mesa, levei a comida pra ela e ela quase não comeu. Fomos ao jardim fazer o enterro a Priscilla viu tudo da janela do quarto, ela não quis descer. Olhei para a janela e aquele semblante serio ainda estava lá. Ela logo fechou a cortina.

Juh: Isso não vai ser fácil.

Eu: Não – suspirei. – Mas vamos ter paciência tá? – peguei a Zoe e entrei em casa. No dia seguinte eu levantei tinha uma reunião cedo. – Amor bom dia. A Lia ainda tá doente, pode cuidar da Zozo só ate a minha reunião?

Pri: Eu fico com ela o dia todo, pode trabalhar tranquilar.

Eu: Eu vou cuidar de você.

Pri: Não preciso de cuidados. Eu estou bem, e posso cuidar da minha filha sozinha fica tranquila – virou para o canto. Eu suspirei fui tomar banho me troquei passei no quarto da Zoe e ela dormia pesado. Desci tomei café com as meninas as levei para o colégio e fui trabalhar. É muito difícil lidar com sentimentos que ainda não foram expostos e a Priscilla estava grossa, para mascarar o que ela sentia.

NATIESE EM: A CULPAOnde histórias criam vida. Descubra agora