Capítulo 69

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20 DE DEZEMBRO...

Eu sentia alguns enjoos e o sono era meu inimigo número um. Não resisti e comprei um teste de gravidez. Acordei antes da Priscilla fui fazer xixi e aproveitei pra fazer o teste. Fiz minha higiene enquanto esperava o resultado. Quando saiu eu não acreditei.

Eu: Ai meu Deus... – andei de um lado para o outro. – Priscilla... – fechei a porta do quarto pra não acordar as meninas e pulei na cama – Priscilla acorda... Priscilla – batia na cara dela.

Pri: Hei o que foi? Por que tá me batendo? – acordou assustada.

Eu: Eu tô grávida... Deu positivo. Eu tô grávida – coloquei uma mão na boca rindo sem parar e a outra mão eu mostrava o teste a ela.

Pri: Meu Deus... Meu Deus... Meu Deus... É sério? É de verdade?

Eu: É claro que é retardada... Eu estou grávida... Deu certo – me joguei nela e a beijei.

Pri: Calma não se joga assim... Meu Deus, já ligou pra doutora Vera?

Eu: Não, eu acabei de acordar e ela falou pra não fazermos um teste de farmácia.

Pri: É verdade. Temos consulta amanhã então segura a emoção.

Eu: A gente vai ter um bebê. – sorri.

Pri: A gente vai ter um bebê – me beijou. A Pri já levantou tomou banho, ela estava de folga então fomos ao shopping comprar os presentes que faltavam. Ficamos o dia todo fora. Ela ia fazer plantão no réveillon, fiquei triste, queria passar com ela e as meninas a virada do ano, mas agora ela é chefe. No dia seguinte fomos a consulta antes dela ir para o hospital.

Vera: Vejo que temos duas pessoas muito ansiosas e não sei por que, mas tenho certeza absoluta que vocês fizeram um teste de farmácia porque 99% das mães fazem quando eu peço para não fazerem – riu.

Eu: É... Pode ser que eu tenha feito – falei rindo sem graça.

Pri: Sim, ela fez ontem e deu positivo... – ela fez inúmeras perguntas eu me troquei, ela me examinou e fez a ultra.

Vera: Sim... Você está grávida sim de menos de um mês, temos um saco gestacional ainda não dá pra ver nada porque não tem nem um mês. Vamos fazer um Beta HCG hoje e em uma semana faremos outro – me explicou muitas coisas. Não íamos contar a ninguém até fazer 12 semanas. Eu fiz o exame de sangue e a Pri me deixou em casa.

Pri: Vai trabalhar hoje?

Eu: Sim, só vou comer alguma coisa e vou.

Pri: Ok, eu nem vou descer, eu tenho uma cirurgia agora.

Eu: Tá bom mamãe – sorri e a beijei – Te amo.

Pri: Te amo mamãe – sorri. Entrei em casa as meninas ainda estavam dormindo, estavam de férias já, eu comi um pouco e voltei a dormir, estava morta de sono. Resolvi ir trabalhar só a tarde. Acordei com as meninas brigando. Levantei e fui ver o que era.

Eu: Qual o motivo da gritaria, pelo amor de Deus?

Júlia: Ela pegou minha blusa emprestada e manchou olha isso?

Alice: Foi sem querer e eu vou te dar outra eu já falei.

Júlia: Ah tá, e você vai pra Miami comprar outra? Porque você não vai achar aqui.

Alice: É só uma blusa Júlia, você não precisa criar a terceira guerra mundial por causa da droga de uma blusa que saco – as meninas tem brigado tanto ultimamente que as vezes ficamos sem saber o que fazer.

Eu: Filha é só uma blusa, ela te dá o dinheiro da blusa ou compra outra que você queira no shopping. Ela já pediu desculpa. Não fica gritando por causa disso. – falei calma.

Júlia: É só uma blusa pra ela. Era uma blusa que eu gostava. Eu não uso as coisas dela e estrago – começou a chorar.

Eu: Ok... Isso é mais do que uma blusa. – a puxei e a abracei – Por que está chorando? Não é por causa da blusa.

Júlia: Eu e a Hanna brigamos feio ontem a noite.

Eu: E por que vocês brigaram?

Júlia: Ela começou com aquele papo de ser milionária e chique de novo por causa do natal aqui em casa. E eu sinceramente estou cansada de brigar por coisa fútil e inútil mãe. – chorava sentida.

Eu: Oh eu entendo... Mas as nossas ceias são tão descontraídas sem frescuras.

Júlia: Mas ela não pensa assim. Isso é chato mama, isso me faz pensar que sou uma completa idiota, patricinha. Ficou me perguntando se eu aceitaria um presente comprado na Renner ou na Riachuello ou se eu só aceito coisas da Forever 21 ou Sephora pra cima. Isso machuca mãe, eu não sou assim, pelo amor de Deus, ela me conhece a quase um ano e ainda está nisso. Ela dorme aqui, eu durmo na casa dela, ela convive com a gente não é possível que ela ainda tem esse pensamento relacionamento a mim. Isso é irritante e frustrante pra mim, porque parece que eu vivo com ela pensando ser uma coisa, mas ela acha que eu sou outra totalmente diferente. – falava nervosa.

Eu: Júlia, eu acho que vocês estão convivendo demais. – ela me encarou. – Eu sei que estudam no mesmo colégio, na mesma sala e seria uma boa opção mudarem de sala no próximo ano, se quiserem manter o relacionamento de vocês ou pelo menos se darem espaço. Vocês passam mais tempo juntas que eu e a sua mãe. Vocês se veem de segunda a sexta no colégio. Pelo menos umas 3 tardes na semana vocês estão juntas, isso quando ela não dorme aqui ou você lá, além de passarem os finais de semana, quase todos eles, juntas. Vocês estão ficando muito tempo juntas. Quando você saiu com suas outras amigas, ou saiu com a sua irmã pra ir a praia como vocês sempre faziam, ou só ficava em casa com ela vendo um filme ou uma série. Ou até mesmo iam na tia Alisson? Faz tempo filha. Acho que essas brigas bestas com a Alice estão acontecendo assim sem parar por causa disso. Você e a Hanna criaram um mundo só para vocês, e você esqueceu que sua irmã existe.

Júlia: Não é assim mama...

Eu: É assim sim Júlia. Acha que a Alice não fica triste com você? Lógico que ela fica filha, ela só não fala nada então a frustração dela por não ter mais a irmã dela como antes vira essas discussões bestas e quando você se frustra com a Hanna você desconta nela também então vocês agora não param de bater de frente. – ela ficou pensativa. – Fala com ela depois tá? E se entenda com a Hanna o natal tá chegando. – dei um beijo na testa dela e fui tomar um banho pra refrescar e animar. Me troquei e desci, almocei com as meninas e fui trabalhar.

NATIESE EM: A CULPAOnde histórias criam vida. Descubra agora