Capítulo 40

1.1K 70 14
                                    

4 DIAS MAIS TARDE...

Era dia de tirar a Alice do coma. Minha mãe acordou um dia antes, estava reagindo, estava assustada, então a mantinham mais dormindo que tudo. Ela estava fora de perigo. A Alice saiu do isolamento e foi para a UTI normal. Mesmo assim a gente se precavia, tomava todos os cuidados. Ela foi acordando aos poucos e quando ela se deu conta começou a rejeitar o tubo.

Hernandez: Hei, calma... Fica calma. Vamos tirar isso de você tá? – ela estava agitada.

Eu: Filha é a mamãe – ela me olhou. – Vamos tirar o tubo de você, se acalma a mamãe está aqui – a segurei e logo tiraram. Ela chorava muito. – Está tudo bem filha a mamãe está aqui – colocaram o oxigênio nela. – Não tenta falar, fica calma, está tudo bem, a vovó está bem. Você lembra o que aconteceu? – ela balançou a cabeça positivamente. – A vovó está aqui do lado, ela está bem, já perguntou de você fica tranquila. A mama vai vir te ver daqui a pouco e a mamãe vai ficar aqui com você amor – ela não soltava minha mão. Ela foi levada para exames e eu fui junto o tempo todo. Mandei uma mensagem pra Natalie falando que ela tinha acordado e ela ia pegar a Júlia no colégio e ia para o hospital.

Hernandez: O coração dela está legal, o pulmão vai demorar um pouco ainda, mas ela vai se recuperar. Ela está fora de perigo – eu respirei aliviada. – Ela está responsiva, ela lembra de tudo. Ela vai ficar no oxigênio o tempo todo até quando for para casa, ela vai usar por um tempo o oxigênio o pulmão dela precisa se recuperar disso. Vamos mantê-la mais dois dias na UTI se ela continuar reagindo bem a gente a coloca no quarto e mais uma semana ou 10 dias ela vai pra casa.

Eu: Obrigada – sorri – Obrigada por tudo. - Voltamos para UTI. Deram o banho nela na cama como faziam, colocaram fralda, ela queria resistir, mas ela não poderia ir ao banheiro sozinha tão cedo. Ela se alimentou bem pouco, mas se alimentou sem sonda pela primeira vez. A Natalie chegou com a Júlia.

Nat: Oi filha – a beijou – Que saudade de você meu amor, que bom que está bem. Logo você vai pra casa tá – sorriu.

Júlia: Oi Lice... Que bom te ver assim acordada – sorriu emocionada.

Alice: O... senhor que... bateu na... gente...

Eu: Ele está na Uti também filha. Vai para o quarto hoje acredito. A polícia vai conversar com ele assim que possível.

Alice: A gente... quase... caiu lá... de cima mamãe...

Eu: Eu sei filha... Mas já passou vocês estão aqui com a gente... – a noite ela foi sedada, para dormir a noite toda já que ninguém poderia ficar com ela na UTI pernoitando. Estávamos em casa deitadas já.

Nat: Eu te amo – eu travei o corpo. – Eu não consigo esconder isso mais.

Eu: Natalie... A gente quase perdeu nossa filha. Mais uma vez a gente quase perdeu um filho pra um bêbado. Não diga coisas no calor da emoção.

Nat: Priscilla, eu não estou agindo no calor da emoção. Eu sei o que eu sinto e eu estou sentindo a muito tempo. A gente vai ficar negando o que está rolando até quando? Vamos ficar brincando de casinha e fingindo que nada aconteceu, que não somos divorciadas, que não tivemos outros relacionamentos? – levantou. Eu acendi a luz e me sentei na cama.

Eu: Natalie, eu quase perdi minha mãe e a minha filha.

Nat: Eu também quase perdi minha filha e eu perdi o meu filho, eu sei exatamente o que você sentiu, a nossa diferença é que o meu filho morreu. – praticamente gritou – E eu demorei a me recuperar.

NATIESE EM: A CULPAOnde histórias criam vida. Descubra agora