Capítulo 88

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No domingo ela me ignorou o dia inteiro. Sentou no quarto que seria do bebê e ficou desenhando. As meninas chegaram no fim da tarde fui ver se ela queria sair pra comer ou se pedíamos alguma coisa.

Eu: Amor, vamos sair pra jantar ou comer uma pizza ou pediremos algo em casa?

Nat: Melhor pedir, não estou a fim de sair. – continuou rabiscando sem olhar pra mim.

Eu: Está nesse quarto o dia todo.

Nat: Estou desenhando o quarto do meu filho.

Eu: Nosso filho.

Nat: Tanto faz, você entendeu... – achei melhor não bater boca. Desci pedi 2 pizzas, tomei banho desci as meninas brincavam com os gatos. Logo a pizza chegou, a Natalie saiu do banho e desceu. Ela não falou nada a noite toda. So ficou ouvindo as meninas falando do final de semana.

Alice: A Júlia desmaiou.

Júlia: Bocuda.

Eu: Filha...

Júlia: Foi mal mãe eu esqueci de comer.

Eu: Júlia você está emagrecendo demais, está ansiosa, o que está acontecendo? Em dois meses você já desmaiou 4 vezes filha. Isso não pode continuar assim.

Júlia: Não é nada eu estou bem. Eu desmaiei e acordei pouco depois. Obrigada boca grande. – saiu da mesa.

Eu: Júlia volta aqui...

Julia: Já terminei de comer boa noite.

Alice: E foi assim o final de semana todo. Ficava sozinha, esquisita.

Nat: Sabe de alguma coisa que não sabemos filha?

Alice: Não... Eu não sei de nada, não estou entendendo. Mas com certeza tem a ver com a Hanna.

Nat: Mas elas não terminaram?

Alice: Sim, e a Hanna mudou de colégio. Ai ela começou a andar com a turminha do mal do colégio e se ela tiver fazendo merda eu não duvido.

Eu: O que quer dizer com estar fazendo merda?

Alice: Todos daquela turminha fumam maconha, uns cheiram cocaína também e todo mundo sabe. E não estão achando a Júlia ansiosa demais, esquisita, dispersa?

Eu: Era só essa que faltava.

Alice: Melhor ficar de olho... – terminamos de comer. Fui no escritório fiz umas coisas e depois fechei a casa subi para o meu quarto escovei os dentes e deitei. A Natalie já estava dormindo. Dei um beijo no rosto dela.

Eu: Te amo... Muito... – sussurrei. Virei para o lado e dormi. Na manhã seguinte me arrumei tomei café deixei as meninas no colégio e fui trabalhar. Fui para a minha sala e logo o doutor Hernandez chegou.

Hernandez: Bom dia.

Eu: Bom dia.

Hernandez: Aqui os contratos dos novos médicos. Já devem estar pelo hospital. Aqui amanheceu agitado. – veio com 8 pastas.

Eu: Por que não me disse que ia contratar a doutora Maria Clara Rolim?

Hernandez: A conhece?

Eu: Sim. Muito bem por sinal e a minha esposa não fala comigo desde sábado por isso. – suspirei.

Hernandez: Ah meu Pai... Você e a doutora Maria Clara já foram namoradas?

Eu: Não... Não exatamente isso. A gente saia juntas, transava, mas namoro nunca firmamos. Na verdade nunca rotulamos. Ficamos envolvidas por 5 meses a uns 4 anos atrás.

Hernandez: Se for um problema pra você, podemos trazer a cirurgiã do CopaDor pra cá, e muda-la pra lá.

Eu: Não... Não é um problema pra mim, só me pegou de surpresa e agora a Natalie não fala comigo. Mas não tenho problemas com ela. A Maria Clara é uma pessoa maravilhosa, minha esposa que não ouça isso. Não teremos problemas.

Hernandez: Que bom então, porque conseguimos uma obstetra e uma cirurgiã fetal num só pacote.

Eu: É... Isso é ótimo para o hospital.

Hernandez:Isso é tudo que precisávamos. –conversamos sobre cada médico e ele saiu. Falei com todos os médicos. A MariaClara foi a ultima a vir falar comigo, ela chegou e já foi fazer uma cirurgiafetal. Logo bateu na porta.

Eu: Pode entrar...

Maria Clara: Bom dia, ou melhor boa tarde já passa do meio dia – sorriu.

Eu: Boa tarde – sorri de volta – Sente-se. – era quase uma da tarde, nem vi a hora passar. Ela estava linda, com uma calça de alfaiataria branca, uma blusa azul marinho de seda, um salto não muito alto no tom da blusa, bem maquiada, e com o jaleco em cima já com o crachá dela, cartão de acesso pendurados, e bordado o nome dela. Ela estava impecável como sempre. O perfume suave e maravilhoso. – Aqui o seu contrato, pode ler ver se está de acordo com tudo. – ela lia o contrato, mas percebi seus olhos em cima de mim as vezes.

Maria: Acho que sua mulher não foi muito com a minha cara?

Eu: Oi?
Maria: A Natalie. Ela parece não ter gostado muito de mim.

Eu: Ela sabe quem você é. E não fala comigo desde sábado por isso – ri sem graça.

Maria: Fala pra ela que eu não ofereço risco nenhum ok? – piscou pra mim.

Eu: Maldita mulher bonita. – sussurrei.

Maria: O que disse?

Eu: Eu? Nada... – ela ficou mais cinco minutos lendo enquanto eu checava alguns pacientes pelo tablet, pegou a caneta.

Maria: Está perfeito. – assinou tudo, eu assinei também, dei a cópia dela.

Eu: Bem vinda ao Barra Dor – apertei a mão dela.

Maria: Eu quero um abraço – veio até mim e eu levantei da cadeira rindo e nos abraçamos. Ela deu uma leve apertada na minha bunda. – Bumbum continua sensacional – riu.

Eu: Não faz isso... Por favor... Sejamos profissionais – falei séria.

Maria: Relaxa chefe... Vou ser profissional. Estou indo almoçar aqui no restaurante do hospital mesmo vamos? A doutora Luíza com a doutora Gabriela também vão.

Eu: Vamos... – peguei meu celular e sai com ela.

Maria: Quanto tempo a Natalie está?

Eu: 15 semanas – sorri. – Estamos empolgadas.

Maria: Nunca pensei que você voltaria com a sua ex mulher, você parecia tão magoada.

Eu: É, nem eu. Mas ela é o amor da minha vida.

Maria:Está nos seus olhos mesmo –sorriu. Chegamos no restaurante do hospital nos servimos e sentamos com asmeninas. Almoçamos conversando muito, e logo eu fui para o escritório de novo.Eu não ia atender aquele dia, ia só cuidar da burocracia. 

NATIESE EM: A CULPAOnde histórias criam vida. Descubra agora