Capítulo 90

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Ela estava fazendo lição de casa. Podemos?

Júlia: Se eu disser que não, vocês vão entrar do mesmo jeito.

Eu: Júlia, não estamos entendendo esse seu comportamento. Por que tudo isso, queremos entender filha. Estamos deixando faltar alguma coisa pra você? Estamos muito ausentes na sua vida?

Nat: É comigo filha? Eu estou forçando você a me aceitar? – ela já estava chorando.

Júlia: Parem com isso... – ela olhou pra mim – Não estão ausentes, não está me faltando nada mãe. – olhou pra Natalie – Mama, eu te amo com todo meu coração e eu te aceito e te aceitei a muito tempo não fala isso. – soluçou – Eu... – respirou fundo – Eu só não estou conseguindo ser eu. Eu não sei o que eu estou fazendo comigo. A Hanna era tudo pra mim. Eu sei eu tenho quase 16 anos eu sou uma criança e não deveria depositar tudo num relacionamento, mas ela foi importante e agora ela está de volta. Eu não sei o que eu sinto.

Eu: Júlia, você gosta dela, vocês duas estão assim por coisa idiota filha. Se você a ama, não a deixe ir. Ela também te ama e ela disse isso hoje pra mim no colégio. Ela estava com a mãe dela quando eu cheguei na escola. Ela não quer ver você se destruindo filha, foi ela que te denunciou sabia? – ela me olhou assustada. – E ela fez o que ela achou certo e ela disse que te ama demais pra te ver acabar assim. Você é linda, tem tudo é inteligente, não pode se acabar assim filha. Vai atrás da Hanna, conversem, volte a ser você. Em algumas semanas o vôlei recomeça, sabe que você pode ser pega no antidoping e ser cortada do time não sabe?

Júlia: Sim eu sei... – soluçou abraçando as pernas. Eu me aproximei e a abracei e a Natalie fez o mesmo.

Nat: Não queremos ver você assim filha. Aqui a gente senta e conversa sobre tudo. A gente não sofre calada ok? Eu te amo, sua mãe te ama, sua irmã te ama. Você não é essa garota rebelde sem causa, você não é essa menina que tem demonstrado ultimamente. Volta pra terapia semanal, conversa comigo e com a sua mãe. Conversa com a Hanna, você a ama. E se não for para voltarem, bola pra frente, só não fica assim, não se acabe desse jeito amor.

Eu: A dependência química é muito triste filha. Na sexta feira eu atendi um garoto da sua idade, e ele morreu de overdose. Não conseguimos salvá-lo. Você não tem noção da dor dos pais dele. E ele tinha uma vida incrível, não seja mais uma dessas pessoas. Você pode fazer diferente.

Júlia: Me perdoem – chorava.

Eu: Eu te perdoo filha, só não faça mais isso e se sentir vontade de fazer, vem falar com a gente.

Nat: Eu te perdoo amor, mas vem conversar com a gente, não faça mais isso. – logo descemos para jantar eu subi escovei os dentes, fiz algumas coisas no notebook e deitei. – Acha que ela vai parar?

Eu: Ela pareceu sincera.

Nat: Espero que sim. De verdade.

Eu: Eu também espero.

Nat: Como está trabalhar com a sua ex?

Eu: Ela não é minha ex, a gente não namorou só ficávamos e está normal. Somos profissionais Natalie. Não venha com esse tom, porque eu sinceramente não quero brigar com você amor, esse ciúme bobo não, por favor.

Nat: Sabe que eu ainda não engoli essa história dela trabalhar com você ne?

Eu: Amor, ela é uma médica no meu hospital, apenas isso, sem excessos, sem qualquer intimidade que você pensa. Eu sou casada e muito bem casada. - Eu tinha certeza que isso iria longe. 

NATIESE EM: A CULPAOnde histórias criam vida. Descubra agora