10 DE NOVEMBRO...
Chamei a Luíza para conversar na minha sala.
Luíza: Chefe? Mandou me chamar?
Eu: Oi, sim, entra por favor – ela entrou e sentou. – Como está com a gravidez?
Luíza: Fora os enjoos e o Rodrigo surtando comigo a cada 5 minutos por nada eu estou bem. – sorriu.
Eu: Rodrigo é o Rodrigo né? – rimos.– Te chamei, porque quero te perguntar duas coisas, primeiro como anda sua relação com a Gabriela? – ela me encarou um pouco assustada.Luíza: Como sabe que nós duas...
Eu: Eu sei de tudo. E a maneira como se olham entregam horrores vocês duas.
Luíza: Ela é uma ótima pessoa, e eu gosto dela de verdade e acho que ela sente o mesmo por mim. A gente tem ficado a um mês mais ou menos e ela está tranquila com relação a minha gravidez, o Rodrigo super torce por nós. Enfim, é isso. Mas somos profissionais aqui dentro. – virei a ficha pra ela.
Eu: Que bom então. Quero manter a Doutora Gabriela conosco no staff. Ela foi a única que recebeu excelência na nota e eu já pensava antes mesmo de tomar posse como chefe, em mantê-la como staff, já que você subiria como chefe da cirurgia geral e ela assumiria um cargo como staff da geral. O que acha?
Luíza: Eu acho uma excelente ideia. Ela anda preocupada, ela tem propostas, do São Vicente e de 3 hospitais públicos também, além de uma clinica particular, mas já expressou inúmeras vezes o desejo de ficar aqui. Eu concordo de mantê-la aqui. Ela é focada, cuidadosa demais com os pacientes, rigorosa quanto a diagnosticar e tratar, tem uma técnica muito boa em cirurgias.
Eu: Ok... – mandei uma mensagem pra ela a Luíza saiu para atender um paciente e logo a Gabriela chegou.
Gabriela: Chefe?
Eu: Oi, entra e sente-se por favor. – ela o fez. – Como vai?
Gabriela: Bem e a senhora?Eu: Ótima. Como sei que o hospital tá uma loucura hoje vou ser breve. Gabriela, eu quero te oferecer um cargo de staff na cirurgia geral desse hospital e ai aceita? – ela arregalou os olhos.
Gabriela: Isso é sério?
Eu: Claro que é. Você continua como residente até o dia 31 de dezembro que é de praxe e no dia 1 de janeiro já assume como atendente.
Gabriela: Meu Deus... Claro que eu aceito... – ria e chorava.
Eu: Gostamos muito de você e você se destaca muito entre todos aqui, sua perícia, suas técnicas, seu cuidado. Então bem vinda ao staff da cirurgia geral do Hospital Barra Dor – estendi a mão a ela e ela apertou.
Gabriela: Obrigada, muito obrigada. Confesso que eu já estava sofrendo só de pensar em sair daqui – riu.
Eu: Eu imagino – ri – Mas antes mesmo de ser chefe da cirurgia eu já tinha planos pra você aqui dentro, eu disse que lutaria por você aqui.
Gabriela: Obrigada chefe. - Trabalhei o dia todo nem vi a hora passar. A noite jantamos todas juntas em casa eu fiquei fazendo um checklist para o dia seguinte e a Natalie fazendo algumas coisas no notebook dela sentada ao meu lado na cama.
Nat: O que acha de termos um filho? – eu parei de digitar.Eu: Você quer ter outro filho?
Nat: Se você quiser, eu quero. Você pode engravidar. Era nosso plano, ter 2 seus e 2 meus. Espera, essa frase não soou correta.
Eu: Eu entendi amor. – ri – Somos perfeitamente saudáveis, só não sei se eu engravidar agora é uma boa, porque eu acabei de assumir a chefia do hospital. Mas quem sabe daqui 2 anos.
Nat: Eu tento agora... O que acha? Hoje eu tive consulta com a ginecologista e perguntei se eu poderia engravidar numa boa, mesmo tendo já 35 anos e ela disse que sim que eu sou saudável, meu corpo é saudável. E daqui 2 ou 3 anos você tenta o que acha?
Eu: Quer a casa cheia é isso mesmo?
Nat: É – sorriu. – Podemos tentar uma inseminação caseira. Funciona assim... – ela me cortou.
Eu: Eu sei como funciona amor – ri.
Nat: É verdade. A Alice foi inseminação caseira, já tinha esquecido. Pode dar certo. A gente pode tentar agora no fim do mês. A gente se casa janeiro, eu fico alguns meses em casa.
Eu: Quer mesmo isso? Tem certeza? – segurei o rosto dela.
Nat: Sim, eu tenho certeza. – sorriu.
Eu: Ok – a beijei – Vamos tentar então. Mas saiba, que tem riscos de não dar certo, de aborto espontâneo, e você se culpa até quando um copo cai na cozinha da casa dos seus pais lá no Sul amor, por favor, vamos trabalhar o psicológico pra isso para eventuais problemas.
Nat: Eu sei amor eu faço terapia duas vezes na semana e já comecei a falar sobre isso. Inclusive as meninas já até sabem da vontade de ter um bebê.
Eu: Ah sabem? E o que elas acharam?
Nat: Elas odiaram – riu.
Eu: Então vamos ter um bebê só de birra – eu ri.
Nat: Ai que maldade – demos gargalhada.
NATALIE NARRANDO...
Era fim de novembro, fiz todos os exames necessários, já estava ovulando então depois de escolhermos o doador, fizemos a inseminação. Optamos pela artificial, que era mais segura e em 15 dias teríamos o resultado. As meninas não estavam curtindo a ideia de ter um irmãozinho mexendo nas coisas delas. Eu praticamente moro na casa da Priscilla, e já arrumei uma compradora para a minha casa. Luíza César decidiu ficar com a minha casa. Vou vende-la com os móveis. Só vou pegar algumas coisas que eu gosto mais como vasos e quadros, coisas mais pessoais. Ela mora num apartamento Na Barra da Tijuca e não quer que o filho cresça num prédio e a casa era ideal pra ela, com jardim, piscina, e a irmã dela ia morar com ela também. Eu e a Pri resolvemos nos casar no dia 05 de janeiro numa pousada linda na saída do Rio de Janeiro as 10 da manhã. Todos os convidados ficariam hospedados na pousada, com entrada no dia 04 pela manhã e saída até o dia 06 ao meio dia. Vamos fazer uma viagem para Itália de uma semana, ela tinha que trabalhar e eu também. No dia 05 de dezembro montamos nossa imensa árvore de natal. O natal seria na nossa casa esse ano, com a minha família, a família da Natalie e a família da Hanna, no caso a mãe, e as irmãs dela. O resto da família dela mora em outro estado então como elas decidiram não viajar as convidamos para passar o natal com a gente.
Júlia: Eu estou exausta. Essa árvore é muito grande, quanto mais enfeite eu coloco mais tem pra colocar, não acaba nunca. – se jogou no sofá.
Alice: Cheguei família – ela tinha ido comprar o presente da mãe dela que ela encomendou e já tinha chegado então ela foi buscar e como ela disse que tinha pra mim também, ela não queria que eu a levasse. – Por que você tá com galhos de veado na cabeça? – olhou pra Júlia.
Júlia: São renas, não são veados.
Alice: Pra mim é a mesma coisa... Olha o que eu comprei pra gente usar no dia 25 de manhã – abriu a sacola e pegou 4 pijamas quadriculados em preto e vermelho iguais. Elas amavam o natal, e a cada ano a árvore ficava maior e mais cheia de enfeites. Com a nossa separação, passávamos todo o dia 25 juntas. Tomávamos café da manhã e almoçávamos. Duas vésperas que as meninas passaram comigo, porque a Priscilla ficou de plantão.
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NATIESE EM: A CULPA
FanfictionMeu nome é Priscilla Álvares Pugliese Felix, tenho 34 anos, sou médica cardiologista e cirurgiã geral, atualmente moro num condomínio na Barra da Tijuca no Rio de Janeiro. Sou divorciada de Natalie Kate Smith de Almeida 35 anos arquiteta e engenheir...