Capítulo 82

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Eu entrei de novo no trauma, os residentes tentavam manter o Rodrigo vivo.

XX: Doutora, ele precisa ir pra cirurgia. Ele vai morrer aqui...

Eu: Não tem como a gente sair daqui... Vai na sala aqui do lado, tem um kit cirúrgico lá, precisamos tirar essa bala dele.

XX: Doutora, aqui não é esterilizado.
Eu: A gente enche ele de antibiótico, mas ele precisa viver pra isso. Precisamos tirar essa bala dele.

Rod: Pri... – falava com dificuldade.

Eu: Fica quieto Rodrigo, poupa sua energia. Fica acordado, por favor, você vai ficar.

Rod: Olha... pra mim... – falou com dificuldade.

Eu: Calma vai ficar tudo bem, vamos tirar essa bala de você... – ele segurou minha mão.

Rod: Meu...filho... Cui...da... de...le pra mim... Não deixa a Lui...za sozinha... por favor...

Eu: Para de falar isso, você é meu melhor amigo você não vai morrer. - falei tentando controlar o choro e o nervosismo.

Rod: Me... promete...

Eu: Eu prometo. Agora vamos cuidar de você.

Rod: Eu... Eu te... amo... – deixou cair uma lágrima.

Eu: Eu também te amo. Você vai ficar bem tá – comecei a chorar. Ele desmaiou. – Rodrigo, fala comigo.

XX: Ele está com tamponamento cardíaco.

Eu: Vou entubar... Me dá um laringoscópio – me passaram – agora me passa um tubo – eu o entubei antes que alguém voltasse. Meu celular tocou, era a Luíza perguntando se poderia sair. Eu disse que não, e que era pra ela trancar a sala de cirurgia e não saírem de lá de maneira nenhuma. – Envia mensagem também, para UTI, Neo, Pediatria, Cardio, Neuro, quero todos os departamento trancados ninguém entra e ninguém sai. Todos os pacientes trancados nos quartos, se for possível, coloque um enfermeiro em cada quarto de paciente mais grave. – fizeram isso.

XXX: DEIXE – O MORRER... – alguém falou atrás de mim. Era o Alexandre.

Eu: Alexandre... Isso não vai trazer seu filho de volta. Me deixa ver seu braço? O senhor está sangrando... – ele estava desequilibrado.

Alexandre: Foi de raspão, e ninguém aqui coloca a mão em mim. Vocês matam pessoas e me fizeram matar pessoas. Eu atirei em 4 enfermeiros e 6 médicos. Enquanto eu queria só você, o doutor Hernandez, a doutora Cássia e esse dai. E adivinha só? Eu só tenho mais uma bala. – riu. – E os homens que eu contratei? São frouxos, estão baleando uns aos outros e esses dois caras que vieram. Parecem que são de gangues rivais. Inúteis – o desequilíbrio dele era evidente.

Eu: Alexandre, o senhor tem noção do que causou aqui? A Polícia cercou todo o hospital, o senhor não vai sair daqui vivo se continuar com esses homens aqui e mantendo o hospital inteiro como refém.

Alexandre: Você... Vem... – chamou alguém da outra sala, era a Gabriela.
Eu: Gabriela, não faz nada fica quieta, não faz nada, por favor. – ele saiu com ela e entrou em outra sala fechando a porta. – Vocês dois vão subir agora pra cirurgia com ele. A doutora Luíza está na sala 3. Vão para a sala 4 e pede pra ela ir até lá e tirar a bala daquele garoto aqui da sala ao lado. Doutor Hernandez, sobe pra sala 7 e tira essa bala do Rodrigo e não falem pra Luíza que é ele, pelo amor de Deus.

Hernandez: Não pode ficar sozinha aqui, eu fico com você.

Eu: Ele vai sair daquela sala a qualquer momento. Tem dois elevadores que vão para o andar da cirurgia parados. Eu os bloqueei. Os elevadores são estão funcionando com senha então nenhum desses caras vão entrar nele. Façam isso antes que ele saia daquela sala rápido... – eles saíram rapidamente e entraram nos elevadores e quando as portas dos elevadores se fecharam, a porta que o Alexandre estava se abriu.

NATIESE EM: A CULPAOnde histórias criam vida. Descubra agora