A Natalie passou a semana toda me ignorando, estava irritante já, mas não queria brigar também. Na segunda feira seguinte recebi uma ligação do colégio.
Eu: Alô?
XX: Dona Priscilla Pugliese?
Eu: Sim, quem fala?
XX: Aqui é a Lucelia diretora do EARJ. Estou atrapalhando?
Eu: Oi Lucélia, não está não o que houve?
XX: A Júlia está aqui na minha sala, a senhora ou a dona Natalie ou até mesmo as duas poderiam vir até aqui?
Eu: O que ela aprontou?
XX: A pegamos fumando maconha no banheiro.
Eu: O QUE? – praticamente gritei.
XX: Isso mesmo que ouviu senhora.
Eu: Eu preciso cancelar uma cirurgia, e vou até ai. Eu vou sozinha, a Natalie está gravida e não está podendo ficar nervosa. Logo eu chego. Obrigada – desliguei. Eu adiei minha cirurgia para dali duas horas. Peguei o carro e fui até o colégio. Eu cheguei lá espumando de ódio. A Hanna estava lá, conversando com a mãe dela e imprimindo algumas coisas. – Oi Helena. Oi Hanna. Helena pode dizer a dona Lucélia que já cheguei?
Helena: Só um minuto, ela está com mãe da outra menina flagrada. – pegou o telefone pra falar com a diretora.
Eu: Voltou pra cá Hanna?
Hanna: Sim. Voltei quarta. Não estava me adaptando a outra unidade.
Eu: Ah sim... E você e a garota problema ali?
Hanna: Eu vi o que ela fez. Na verdade foi eu que denunciei. – eu achei estranho – Eu amo sua filha, e mesmo que não estejamos mais juntas, eu não vou vê-la se destruir e não fazer nada.
Eu: Ela sabe que foi você?
Hanna: Não.
Eu: Ok... – pisquei pra ela. Logo a mãe da menina saiu com ela. A menina chorava copiosamente. Eu entrei em seguida no corredor e a Júlia estava sentada lá. Ela arregalou os olhos quando me viu. – Eu espero que você tenha uma excelente explicação pra isso Júlia, porque eu acabei de adiar uma cirurgia pra vir aqui. – entramos na sala da diretora.
Lucelia: Desculpa te tirar do hospital deveria estar muito atarefada?
Eu: Sim, eu adiei uma cirurgia pra vir, mas eu prefiro vir do que fazer a Natalie vir e ficar nervosa. E eu estou aguardando a explicação dessa menina pra isso tudo, porque eu espero de verdade que ela tenha um bom motivo pra tudo isso...
Lucelia: Ela estava fumando maconha junto com a Rebeca no banheiro. A Rebeca já foi pega esse ano 4 vezes, e agora foi expulsão, mas eu estou surpresa com a Júlia. Ela sempre foi uma boa menina, embora ela brigasse nos jogos e eu precisasse suspender, mas drogas, eu estou muito surpresa e queria entender o motivo disso, se estão com problemas em casa, se podemos fazer alguma coisa para ajudar.
Eu: Estamos bem em casa, ela e a mãe dela estão se dando bem, vamos ter um bebê em agosto, nos casamos novamente em janeiro, Júlia o que tem a dizer? – a olhei. As lágrimas caíram pesadas dos olhos dela.
Júlia: Eu fumo a menos de um mês e não tem nada a ver com minhas mães. Eu não sou perfeita, vocês colocam expectativas demais em cima de mim. Desculpa se decepciono vocês, mas não posso corresponder. Me expulsa logo e pronto. – falou com raiva.
Eu: Júlia, não é assim, me expulsa logo e pronto. Sabemos que não é perfeita, mas filha, drogas? Você tem tudo, estamos sempre presentes na sua vida, estamos faltando com você em algum sentido e não notamos? Se for isso por favor me fala que sua mãe e eu vamos resolver isso. Mas fumar maconha Júlia? Por favor meu amor isso não. Tem noção de como sua mãe vai ficar magoada quando souber?
Júlia: Ela não precisa saber.
Eu: Mas vai Julia. Eu não posso esconder isso dela.
Júlia: Fomos eu e você por muito tempo e porque não pode continuar sendo assim? – soluçou. – Que droga mãe. Eu não posso colorir fora da linha uma vez que eu sou crucificada. Eu não sou perfeita.
Eu: E eu não estou te cobrando perfeição minha filha, mas quero entender o porquê disso.
Júlia: Não tem um porquê. Eu só quis experimentar e pronto.
Lucélia: Júlia, esse não é o caminho.
Eu: Filha, não vai chegar a lugar algum assim meu amor.
Lucélia: Eu vou te suspender 2 dias, você conversa com as suas mães e volta ok? Se precisar de ajuda estamos a disposição, mas Júlia, não pode continuar assim... – eu assinei tudo. Ela foi buscar as coisas dela na sala e fomos pra casa. Ela chorava silenciosamente.
Eu: Eu vou fazer a cirurgia e quando eu voltar, a gente vai conversar ok? – ela não respondeu. Eu voltei para o hospital me preparei para a cirurgia que durou 7 horas. Depois da cirurgia atendi mais 4 pacientes e fui pra casa. Cheguei tomei banho a Natalie estava no escritório dela em casa projetando. Eu terminei meu banho me troquei e desci. – Posso?
Nat: Oi. Pode.
Eu: Precisamos conversar sobre a Júlia.
Nat: O que tem ela? – continuou fazendo o trabalho dela.
Eu: Ela foi suspensa dois dias, foi pega fumando maconha no banheiro do colégio.
Nat: Ela foi pega fazendo o que? – me olhou assustada.
Eu: Isso que ouviu e eu tive a mesma reação.
Nat: Eu não estou acreditando. Isso é sério?
Eu: Sim, é sério. Ela chorou muito disse que não é perfeita, fez porque quis. Precisamos conversar com ela. Ela está fazendo isso a quase um mês. – expliquei tudo que a diretora me falou e fomos falar com ela.
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NATIESE EM: A CULPA
FanfictionMeu nome é Priscilla Álvares Pugliese Felix, tenho 34 anos, sou médica cardiologista e cirurgiã geral, atualmente moro num condomínio na Barra da Tijuca no Rio de Janeiro. Sou divorciada de Natalie Kate Smith de Almeida 35 anos arquiteta e engenheir...