Capítulo 116

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E chegamos ao fim de mais uma história. Quero agradecer de todo meu coração a cada um de vocês que leram, curtiram, comentaram e me incentiva a escrever. Obrigada por tudo de coração. Em breve teremos mais fanfics, estou desenvolvendo mais duas. Assim que possível postarei. Gratidão a todos e até breve...

Fiquem com o último capítulo e com o Bônus...

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NATALIE NARRANDO...

Minha filha se casou. Nunca me imaginei nessa situação, casando uma filha. Passei o resto da madrugada fazendo amor com a minha mulher. Fomos embora no fim da tarde. Na segunda feira eu tinha uma reunião com os editores, eu estava prestes a lançar um livro. Venho escrevendo-o a 3 anos. Nunca pensei que um dia escreveria um livro, mas essa experiência foi sensacional. Era um livro sobre maternidade e cotidiano. Dei o nome de "As fases e faces de ser mãe" . Nele relato minha experiência casada com uma mulher, a busca por engravidar, a morte do meu filho, e alguns longos capítulos sobre a culpa. A culpa que eu sentia quando perdi meu filho naquele acidente. A dor que eu senti todo aquele tempo que me tirou do convívio da minha família, o distanciamento da minha filha, minha volta com a Priscilla, nosso casamento, minha gravidez e a dela. Relato toda a minha experiência nos últimos anos. Estava numa sala reservada, era lançamento do meu livro numa grande livraria do shopping. Eu não esperava aquela repercussão toda. Quando Alice me falou que a pagina no instagram alcançou 200 mil seguidores em 3 dias eu fiquei bem chocada. Quando cheguei na livraria, estava lotada.

Pri: Está nervosa? – me abraçou por trás.

Eu: Muito. Tem muita gente ai.

Pri: Vai se sair bem. Você trabalhou muito nesse livro. – me beijou. – Estou muito orgulhosa de você. Eu te amo.

Eu: Eu também te amo. Obrigada por estar sempre comigo. – a beijei calmamente. Logo alguém bateu na porta.

XX: Natalie, cinco minutos.

Eu: Tá bom...

Pri: Boa sorte. Vai dar tudo certo, te amo.

Eu: Te amo... – ela saiu e foi se juntar aos nossos filhos. Era dia 15 de fevereiro...

XX: Recebam com muito carinho, Natalie Kate Smith Pugliese – fui aplaudida e entrei acenando para todos. Cumprimentei a moça que me entrevistaria. – Então Natalie, esse livro foi bem esperado por todos. Quando lançou a pagina no instagram falando sobre o livro, muitas mulheres se identificaram com a sua história e em poucos dias você já tinha mais de 200 mil seguidores interessados em seu livro. Por que um livro?

Eu: Eu tinha muita coisa a dizer. Eu vivi inúmeras experiências difíceis, tristes, ótimas e felizes ao mesmo tempo. Então resolvi compartilhar depois de tanto anos essa experiência.

XX: Como é ser mãe, esposa, empresária e agora escritora?

Eu: Muitas funções ao mesmo tempo né? É dor e delicia. Ser mãe não é fácil, e conciliar com esposa, com casa, com trabalho precisa de muito foco... – ela fez inúmeras perguntas. Eu faria a leitura de uma parte de um capitulo.

XX: Você vai ler o que para nós desse livro magnifico? Eu já li o livro e eu fiquei muito impactada com a historia.

Eu: Vou ler uma parte sobre a Culpa de ser mãe.

XX: Ok, fica a vontade... – peguei o livro, e o silencio pairou naquele lugar. Estava lotado. Antes de começar a ler olhei para minha esposa e meus filhos ali. Alice sorria orgulhosa, Matheus estava ansioso, Zoe filmava, Samuel feliz por mim e sorrindo lindamente, Júlia emocionada ao lado da esposa, Priscilla orgulhosa que parecia quase explodir. Eu abri um sorriso... Era minha família...

PRISCILLA NARRANDO...

O lançamento do livro da Natalie nos trouxe a diversas lembranças. Foi tudo muito nostálgico. Eu a amo cada dia mais. Crescemos muito nos últimos 6 anos. Aprendemos muitas coisas também, como mãe, como amigas, como profissionais, como mulheres. Quando ela entrou para a entrevista que antecedia aquela noite de autógrafos, muitas coisas passaram pela minha cabeça e eu estava num orgulho tremendo dela. Ela ia ler um trecho de um dos capítulos mais fortes daquele livro, sobre a culpa. A culpa a assombrou por muitos anos e essa mesma culpa acabou com nosso casamento. Uma culpa que ela não tinha... Quando ela recebeu o sinal para ler a parte do livro que ela quisesse, ela escolheu justamente esse, sobre culpa. Ela nos encarou por alguns segundos, abriu o livro e começou a ler.


Nat: Como lidar com o sentimento de culpa tão comum entre nós, mães? Essa pergunta não tem uma resposta definida. Nos culpamos pelo excesso de zelo, pelo amor exagerado em alguns momentos, pelos cuidados extremos e também por acharmos que não fizemos o suficiente por nossos filhos ou nossa família. Eu me culpei... Quando perdi meu filho, eu me culpei de forma dolorosa. Eu fui cruel comigo mesma. Eu fui cruel com as minhas filhas e com a minha mulher. Eu estive tão mergulhada na minha dor que ignorei a dor de todos a minha volta. A culpa de mãe é pesada, e maioria das vezes sentimos essa culpa involuntariamente.
Ah, a culpa... aquele sentimento que surge quando nos arrependemos por alguma atitude que tomamos ou simplesmente quando deixamos de fazer algo e quando percebe o tempo já passou. Eu não salvei meu filho. Eu não pude... E eu pensei milhares de vezes o que eu poderia ter feito de diferente para evitar que aquilo acontecesse. Me culpei por ter abandonado minhas filhas e minha mulher, me culpei por ser fraca, por ver meu casamento acabar e não fazer nada. Hoje, avaliando a situação com outros olhos, com outro coração, percebo que não importa o que eu fizesse, o destino era esse. Eu precisaria sofrer para crescer. Eu não poderia salvá-lo, eu não poderia salvar meu casamento e nem a relação com a minha filha se eu não me salvasse primeiro. Hoje me sinto uma mãe muito melhor que a 16 anos atrás, me sinto uma esposa muito melhor, uma pessoa muito melhor. Eu aprendi na dor. Que o tempo nos permita alguns reencontros sem culpas porque é bom sentir sempre mais uma vez. Porque mesmo a gente voltando para outros abraços só o nosso valerá a pena. – fui aplaudida. Logo a entrevista acabou e iria me sentar na mesa para autografar os livros. Antes fui até minha mulher.

Pri: Você foi incrível – me beijou calmamente.

Eu: Obrigada amor... Obrigada por ser você, por estar comigo, por ser essa mulher incrível, por ser essa mãe maravilhosa.

Pri: Eu que te agradeço por tudo isso amor. Por ser essa pessoa sensacional que você é, por ter aprendido tanto e nos ensinado tanto. Te amo.

Eu: Te amo.

Júlia: Mama...

Eu: Oi filha achei que não ia conseguir vir.

Júlia: Eu não perderia por nada. – me abraçou e me deu um buquê de rosas.

Eu: Obrigada meu amor.

Júlia: Eu tenho muito orgulho de você. Acho que nunca te disse isso. – sorriu emocionada – Obrigada por ser você.

Eu: Te amo filha... – a abracei.

Júlia: Eu te amo. – era muito bom ouvir isso da minha filha. Meu coração foi tomado de uma paz surreal. Eu estava fazendo o certo, eu finalmente consegui consertar o que a minha cegueira causada pela culpa estragou. Eu tinha uma família linda, eu tinha uma esposa maravilhosa, eu não queria mais nada. Apenas fechei os olhos, suspirei.

Eu: Obrigada filho. Sei que ajudou a mamãe todo esse tempo. Eu sinto no meu coração. Eu te amo meu amor te amo muito – falei deixando cair uma lágrima. Fui para a mesa e me sentei respirando fundo... saindo daquela noite de autógrafos sensacional, fomos a um restaurante jantar. Eu observei minha família sentada a mesa. Estava sentada na ponta da mesa e do meu lado direito estavam, Alice, Zoe e Samuel. Do lado esquerdo estavam Matheus, Júlia e Hanna e na outra ponta a Priscilla. Todos falavam animados uns com os outros e a Priscilla comia e me olhava e eu fazia o mesmo com ela. Sorrimos uma para a outra e ela sussurrou de maneira que eu pudesse entender, mesmo que não saísse som.

Pri: Está feliz?

Eu: Muito. Completa... Eu estou completa... – falei baixo. – Obrigada.

Pri: Eu te amo...

Eu: Eu te amo...

FIM.

NATIESE EM: A CULPAOnde histórias criam vida. Descubra agora