Capítulo 111

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9 DE DEZEMBRO...

O mês de dezembro era corrido esse ano. Aniversário da Natalie, auditoria no hospital, formatura da Júlia no colégio, vestibular dela em duas faculdades e ela estava extremamente pilhada. Eu estou com 18 semanas de gestação, ou seja, 4 meses e meio. Eu fiz ultrassom no ultimo pré natal a duas semanas e não deu pra ver o que era, então eu pedi sem a Natalie saber um teste de sexagem fetal queria dar de presente de aniversario pra Natalie. Hoje é o aniversario dela, amanhã começam as comemorações da formatura da Júlia e na semana seguinte é o vestibular dela. Acordei a Natalie com uma joia e um buquê de rosas além do café da manhã. Deixei a Alice na escola, a Júlia já tinha feito as provas finais e já tinha passado e a Natalie ia com ela comprar um sapato para usar com o vestido da missa de formatura no dia seguinte. Eu cheguei no hospital e fui direto falar com a Maria Clara.

Eu: Bom dia – sorri.

Maria Clara: Bom dia... – sorriu de volta. – Acabou de chegar – levantou a pasta.

Eu: Quase não dormi essa noite de ansiedade acredita?

Maria Clara: Acredito. Até eu já estava ansiosa. – me deu a pasta e eu abri.

Eu: Ai meu Deus – ri e chorei colocando a mão na barriga. – Obrigada Deus, muito obrigada. – A Maria Clara pegou, sorriu e me abraçou.

Maria Clara: Ai amiga, parabéns, que benção.

Eu: Obrigada.

Maria Clara: Como vai contar pra Natalie?

Eu: No bolo dela hoje no jantar, terá duas camadas de recheio, ela não sabe de nada. Ai quando ela partir vai tá a cor lá.

Maria Clara: Ela vai ficar muito feliz.

Eu: Vai... – liguei pra confeiteira, falei pra ela o que era. Eu buscaria o bolo depois do trabalho. As surpresas não acabaram nesse dia. Minha secretária me chamou. – Oi Aline?

Aline: Chefe, tem uma senhora aqui querendo falar com a senhora ela disse que é importante.

Eu: Qual o nome dela?

Aline: Neide. – aquele nome não era estranho.

Eu: Pode pedir pra entrar Aline, obrigada. – logo a porta foi aberta.

Neide: Com licença – eu arregalei os olhos. Ela era a mãe do garotinho que foi baleado no réveillon, já vai fazer dois anos. Eu só sabia dos tramites da advogada, mas tinha perdido contato com ela.

Eu: Oh meu Deus, Neide – levantei e a abracei – Como você está? Quanto tempo.

Neide: Dona Priscilla que bom te ver, está linda.

Eu: Obrigada e você também, esse sorriso lindo. O que te trouxe aqui? Senta – nos sentamos.

Neide: Eu vim contar pessoalmente pra senhora que o assassino do meu filho foi finalmente encontrado e preso depois de todos esses anos dona Priscilla – ria e chorava – A sensação de justiça é gigantesca. Ele foi julgado ontem e vai ficar 32 anos preso.

Eu: Oh meu Deus, graças a Deus – eu chorei com ela. O alivio que ela sentia era muito grande.

Neide: Eu já tinha perdido as esperanças, depois de tanto tempo. Ele foi preso no mês passado e ontem foi o julgamento. Eu so daria como vencida essa guerra quando ele fosse condenado e ontem ele foi condenado e eu vi te agradecer, porque se não fosse sua ajuda, meu filho seria só mais um número. O rapaz que fez o disparo era policial. Ele atirou num bandido a esmo e o tiro que matou meu filho saiu da arma dele. A advogada conseguiu a pericia da bala, porque a policia não queria que fizessem, ou seja, eles já sabiam e estavam tentando ocultar. E depois de todo esse tempo ela conseguiu uma brecha que não teria como a policia impedir. Ela vai entrar hoje com um pedido de indenização do estado.

NATIESE EM: A CULPAOnde histórias criam vida. Descubra agora