Meu nome é Priscilla Álvares Pugliese Felix, tenho 34 anos, sou médica cardiologista e cirurgiã geral, atualmente moro num condomínio na Barra da Tijuca no Rio de Janeiro. Sou divorciada de Natalie Kate Smith de Almeida 35 anos arquiteta e engenheir...
Era dia dos pais, eu queria ver meu pai, mas achei melhor não viajar já que estou de 8 meses. No dia anterior eu fiz mil coisas pela casa, com a Priscilla brigando comigo que não era pra eu fazer. Acordei as 2:30 com vontade de fazer xixi e com cólicas. Eu já vinha sentindo contrações a alguns dias, mas eram de treinamento. Quando terminei senti um estalo na minha barriga e uma água saindo de uma só vez.
Eu: Filha... Ainda é cedo. Faltam 1 mês... – passei a mão na barriga respirei fundo. Fui até a cama e chamei a Priscilla. – Pri... Acorda... – ela não acordou – Pri... Ai... que droga – coloquei a mão na barriga.
Pri: Oi?
Eu: A bolsa estourou... – eu senti algo diferente – E eu acho que eu estou sangrando. – ela acendeu o abajur e tinha muito sangue. Eu fiquei assustada. – O que está acontecendo? AAAIIII... – a dor veio intensa – Isso não é uma contração normal.
Pri: Não... Não é – pegou o celular e ligou no hospital. – Não se mexe tá – ela correu até o quarto das meninas as chamou e foi se trocar rapidamente. Logo vi as luzes da ambulância na porta de casa.
Eu: Priscilla o que está acontecendo? – eu estava com medo de me mexer. A dor ganhava intensidade. Logo os paramédicos subiram eu fui colocada na maca, eu me sentia um pouco sonolenta, como se minha pressão estivesse baixa. Quando me dei conta, já estava no hospital e a Maria Clara estava do meu lado. A doutora Vera estava fora do país e ela era a única obstetra de plantão.
Maria: Natalie, consegue me ouvir?
Eu: Sim.
Maria: Vamos fazer uma cesárea tá?
Eu: Por que? O que está acontecendo?
Maria: Você teve uma ruptura uterina. Preciso tirar a Zoe rápido.
Eu: Ela... Ela tá bem?
Maria: Sim está, mas preciso tirá-la rápido por você e por ela também ok? A Vera está fora do país, algum problema pra você que eu faça seu parto?
Eu: Não... Tudo bem...- quando ela virou as costas eu segurei a mão dela. – Maria Clara?
Maria: Sim?
Eu: Se você precisar escolher, salva ela?
Maria: Não vamos precisar escolher tá?
Eu: Mas se precisar, salva ela. A Pri já perdeu demais nessa vida.
Maria: Tudo bem, mas a meta é salvar vocês duas ok? – sorriu – Vai dar tudo certo. – logo eu fui anestesiada e levada para a cirurgia. A Pri entrou e sentou do meu lado. Uma lágrima caiu dos meus olhos.
Eu: Eu to com medo.
Pri: Vai dar tudo certo fica calma... – fazia carinho no meu rosto. Logo a Maria Clara começou o parto, ela falava calmamente explicando o passo a passo do que estava fazendo. E ela fazia tudo muito rápido. Ela logo tirou a Zoe – Oh meu Deus, ela é linda – ria e chorava.
Eu: Por que ela não tá chorando?
Pri: Calma amor dá tempo pra ela – a pediatra saiu com ela a colocando numa maca ao lado logo ela esfregou as costas dela e ela chorou e como chorou. Eu ri e chorei.
Pediatra: Pronto... Fala oi pra ela mamãe – a trouxe perto de mim – Dá um beijinho nela. – eu a beijei.
Eu: Oi filha, oi meu amor, bem vinda...
Pediatra: Vou examiná-la tá?
Eu: Tá... Pri fica do lado dela.
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Pri: Tudo bem amor fica calma... – ela ficou do lado dela. Logo a Maria Clara falava com a assistente dela e falou comigo.
Maria Clara: Natalie... Temos um pequeno problema.
Eu: O que foi?
Pri: O que houve? – olhou pra ela.
Maria Clara: Uma de suas trompas está comprometida. Talvez você não engravide mais. Ela está lacerada vou ter que retirar. – eu respirei fundo a Pri aproximou de mim.
Pri: Amor, tudo bem...
Eu: Tudo bem. Faça o que for preciso – engoli o choro. Eu não pretendia ter filho de novo, mas era um sentimento estranho saber que estava perdendo parte de mim. Logo a pediatra colocou a Zoe no meu colo, o anestesista soltou meus braços. – Oi meu amor... Oi filhinha... Ela está bem?
Pediatra: Sim ela está. Ela é prematura, mas ela é bem saudável. Pesa 2,310 e mede 42 centimetros. Pequenininha, mas muito saudável. Vamos leva-la para a neonatal, ela vai ficar na incubadora por 2 horas e depois vai ficar com você tá?
Eu: Tá... – fiz carinho nela a beijei. A Pri fez o mesmo e a levaram. O sono tomou conta e eu acabei dormindo.
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