Era sábado, eu não ia trabalhar. Acordei e a Natalie não estava na cama mais. Tomei um banho, lavei o cabelo e me vesti. As meninas já estavam acordadas também então desci para tomar café.
Eu: Bom dia princesa – beijei a Alice.
Alice: Bom dia mamãe.
Eu: Bom dia meu amor.
Júlia: Bom dia mamãe...
Eu: Cadê a mama?
Júlia: Ali na varanda. Ela estava chorando, pediu pra ficar sozinha – suspirou. – Eu estou fazendo uma vitamina pra ela. Ela não quer comer nada. – eu estava bem surpresa com a Júlia. Ela está tentando muito aproximar da mãe. Conversa mais, fica mais perto. Eu peguei uma xícara de café e fui até lá. Ela olhava para a piscina e estava bem abatida.
Eu: Oi – a beijei – Bom dia – dei outro selinho nela.
Nat: Oi – sorriu sem mostrar os dentes. – 10 anos... – deixou cair uma lágrima.
Eu: É... Como você está? – coloquei o cabelo dela atrás da orelha.
Nat: Com dor... Os dois piores dias da minha vida. Hoje e o dia que ele se foi. – soluçou e eu a abracei.
Eu: Vamos ao cemitério?
Nat: Vamos...
Júlia: Mama... Fiz pra você – esticou o copo de de vitamina pra ela.
Nat: Obrigada amor.
Júlia: Pode tomar sem medo não está envenenado – riu e ela riu também.
Nat: Agora eu fiquei preocupada, bebe você primeiro – rimos.
Júlia: Que horror... – saiu rindo. – Eu te amo e não mataria você – falou olhando para trás e voltou para dentro.
Eu: Uau... Ela está cuidando de você.
Nat: Sim, está... Eu gosto disso. Eu amo isso na verdade – ela tomou a vitamina dela foi tomar banho para saírmos. As meninas não iriam só nós duas. Eu terminei meu café falei com as meninas e fui me trocar. Logo saímos, passamos na floricultura, compramos flores e fomos até lá. Passar naqueles corredores trazia muita dor. Deixei algumas lágrimas caírem e a Natalie chorava desde que saiu de casa. Chegamos no tumulo, que estava muito bem cuidado. Alguem esteve lá mais cedo tinham dois vasos de gérberas, uma branca e uma amarela. Olhei o nome numa faixinha que tinha no vaso e estava escrito "Saudades eternas da tia Alisson e família" e o outro "Saudades eternas, tia Nathy, tio Rod e tia Rafa". Eu sorri. Eles faziam isso todos os anos.
Eu: Oi filho, a mamãe te ama muito e sente muita saudade de você viu. Hoje você faria 10 anos e imagino como estaria correndo pela casa gritando que era seu aniversário. Você sempre foi tão elétrico – sorri secando as lágrimas. A Natalie não falava nada só chorava. Ela sentou na cama e ficou ali. Eu me afastei um pouco e deixei o momento dela. Depois de 15 minutos ela se levantou e fomos embora. Ela não disse nada no caminho. Chegamos em casa pedimos comida, almoçamos e logo fui deitar com a Nat. Ela dormiu e eu acabei dormindo também. No dia seguinte fomos a praia, nós 4. Quanto tempo não fazíamos isso. Logo fomos almoçar e fomos pra casa. A Julia saiu e a Alice foi com ela. Ela ia ao cinema com a Hanna e mais alguns amigos do colégio.
Nat: Amor, o que acha de nos casarmos onde foi a festa da Júlia? – olhava alguns catálogos.
Eu: Não acha muito grande não? Vamos fazer algo mais simples amor...
Nat: Pela minha lista e pela sua temos entre família e amigos 150 convidados.
Eu: O jóquei é muito grande. O que acha de fazermos num hotel fazenda, ou num sitio?
Nat: Não tinha pensado nisso.
Eu: Acho que vai ser legal. Bem bonito a gente pode fazer de manhã e depois um grande almoço, rolar festa o dia todo assim todo mundo passa a noite lá, ninguém dirige bêbado e nem bate o carro e eu não preciso interromper minha lua de mel pra salvar a vida de ninguém no hospital. – rimos.
Nat: É legal gostei amor... Vou ligar pra Flavia Barreto. Deus me livre da moça que fez a festa da Julia, ela é ótima no que faz, a festa ficou deslumbrante, mas ela não respirava sem nos perguntar, era cansativo.
Eu: Sim. Pelo amor de Deus – ficamos vendo inúmeras fotos de decoração. Pensamos as flores, as cores, tudo como a gente queria.
Nat: E a lua de mel?
Eu: Podemos ir para a Italia. O que acha? Bem romântico.
Nat: Sim... Teremos só 10 dias por causa do seu trabalho.
Eu: É... Como tirei a licença pra cuidar da Alice não posso abusar.
Nat: Vamos ter um bebê? – eu a olhei meio em choque.
Eu: O que? Você quer?
Nat: Nossos planos, eram 4 filhos, dois vindos de mim e dois de você. Era a sua vez de engravidar.
Eu: Eu tenho 34 anos e sou chefe do meu departamento no hospital. Não sei se eu engravidar seria uma boa ideia.
Nat: Você queria e você ainda está nova, é saudável.
Eu: Por que você não engravida?
Nat: Acho melhor não – ela ficou desconfortável.
Eu: Amor, não é má ideia.
Nat: Não. Eu deixei meu filho morrer não posso carregar um bebê.
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NATIESE EM: A CULPA
FanfictionMeu nome é Priscilla Álvares Pugliese Felix, tenho 34 anos, sou médica cardiologista e cirurgiã geral, atualmente moro num condomínio na Barra da Tijuca no Rio de Janeiro. Sou divorciada de Natalie Kate Smith de Almeida 35 anos arquiteta e engenheir...