Gustavo narrando
O quintal da minha casa tava cheio de gente, várias mina gostosa, mas a Jéssica ficou na minha cola o dia todinho. Eu não queria que ela viesse, mas o desgraçado do Tulio acabou comentando sobre, e agora ele nem apareceu aqui. Filho de uma puta.
A melhor parte era receber várias delícias na minha casa de biquíni, ai papai, adorava ganhar abraços de feliz aniversário. Thiago tava de cu doce, não queria pegar ninguém por causa da magrela lá, bom que sobrava mais pra mim.
Eu estava sentado num banco perto do balcão, Jéssica me abraçava por trás e eu podia sentir o suor escorrendo em mim. CHATA.
Virei mais um copo vodca e sorri quando uma loira veio me desejar feliz aniversário de braços abertos. Eu pego ela de vez em quando. Sabrina soltou uma risadinha quando eu passei a mão na sua bunda de forma discreta e se afastou. Jéssica não conseguia esconder a cara de cu do meu lado. Ela simplesmente saiu de perto de mim, indo conversar com a minha mãe, o que me deixou mais feliz e aliviado.
Meus olhos foram ao portão quando ouvi alguém entrar. O irmão do meu pai vinha seguido de sua mulher e a minha maravilhosa priminha. A desgraçada estava com a cara da morte. Andava com aquele nariz empinado (e a bunda também) do lado de sua mãe, foi até os meus pais e os cumprimentou. Eu sou o único que não suporta essa menina mano, meus pais adoram ela como se fosse filha, e a fodida mal chegou. Ela tem um jeitinho irritante de ficar conquistando todo mundo, com a maior simpatia, mas comigo, é uma cavala.
Assim que viu meu irmão, foi correndo até ele e o abraçou. Foi aí que eu parei de encarar. Uns meninos me chamaram pra jogar vôlei na piscina e eu fui, mesmo estando com preguiça. Meu time perdeu a primeira rodada, tomei um gole de cachaça e voltei a jogar, ganhei. Cachaça poderosa.
Depois do jogo fui pra cozinha pegar umas carnes no freezer pro meu pai assar, andei com cuidado pra não escorregar, já que eu estava molhado. Tirei a picanha e a linguiça, e fiquei procurando a costela, quando senti alguém se aproximar. Me virei e dei um sorriso irônico, ela revirou os olhos e estendeu uma caixa.
— Que isso? – Perguntei.
— Seu presente, meus pais me obrigaram a te entregar.
— Ai, que gracinha você é. – Puxei a caixa da sua mão e a abri, vendo um relógio lindão. – Valeu.
— Eu só te dei porque fui obrigada.
— Pô, priminha, que isso? Eu não faria nada que você não quisesse. – Pisquei um olho.
— Como você é engraçado. – Ironizou.
— Obrigada, eu tento.
Ela bufou e se virou, caminhando para fora da cozinha.
— Bela bunda.
Recebi seu dedo do meio como resposta e voltei para o quintal, levando as carnes comigo. Falei pro meu pai que não tinha encontrado a costela. Ele me chamou de anta cega, é a vida, né. Enquanto pegava uma lata de brahma, Jéssica veio até mim.
— O que você foi fazer lá dentro?
— Buscar carne.
— E por que a sua prima foi atrás?
— Ela só queria me entregar o presente que meus tios mandaram. – Dei de ombros. Jéssica continuava na minha frente, me olhando desconfiada e com as mãos na cintura. – O que foi agora?
— Tô achando essa história muito estranha.
— Caralho Jéssica, ela é minha prima.
— E você é um cachorro, Gustavo. Não duvido de nada vindo de tu.
— Se você não confia, por que tá comigo ainda?! – Ela me olhou com os olhos cheios de lágrimas, se virou e voltou para perto da minha mãe.
— E aí, filho da puta, parabéns. – Me virei pro Tulio, lhe dando um abraço.
— Onde você tava, caralho?! Fez a Jéssica vir pra cá e ainda me deixou sozinho.
— Tava por aí. – Riu.
Ele continuou falando alguma coisa lá e eu desviei o olhar para minha priminha, que tirava a roupa pra entrar na piscina. Era torturante ver aquele short escorregar pelas suas pernas e não ser quem está o tirando. Prendi o lábio inferior entre os dentes enquanto a observava passar protetor solar, prendendo minha atenção no seu corpo definido.
— Gustavo, porra, para de encarar. – Tulio bateu na minha cabeça. Olhei para ele irritado e ameacei lhe dar um soco. – Sua namorada tá a menos de 10 metros de distância, seu pai bem ali, do outro lado da piscina. Quer perder o pinto?
— Vai se fuder.
— Por falar em namorada, vocês estavam brigando antes de eu chegar?
— É só drama. Nada demais.
— Gustavo... – Negou com a cabeça.
— O que foi agora?!
— Você ainda vai arrumar problema se continuar assim.
— Assim como?
— Tu só trata a mina mal, e é sem necessidade.
— Qual a parte do "eu não gosto dela" que você não entende?!
— Eu não gosto de muita mina, isso não significa que eu vou comer elas quando quiser e depois tratar mal. Você tem sorte que ela não terminou ainda.
— Chama isso de sorte? Porra, eu quero me livrar dela. Só isso.
— Mas não vai conseguir tão cedo. Fazer a Jéssica parar de te amar e passar a te odiar não ajuda em nada, Gustavo, ela te odiando, vai fazer com que o pai dela te odeie também, e isso só vai causar treta pro teu pai. Ele acabou de assumir, não é muito bom ter inimigos por agora.
Não respondi, apenas fui até a sala. Lá encontrei algumas meninas dançando funk, um pessoal apenas jogando conversa fora e um casal quase fodendo no sofá amado e idolatrado da Alexa. Sabrina tava sozinha, me encarando com um sorriso de lado. Larguei a cerveja em cima do balcão e subi até o andar de cima. Esperei alguns segundos e, quando a vi, lhe puxei para dentro do meu quarto.
— Estava com saudades. – Murmurou, enquanto eu beijava seu pescoço.
Em questão de minutos estávamos jogados na minha cama, ela por baixo, enquanto eu metia com força.

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Marginal
Novela Juvenil[+16] Julia nasceu em berço de ouro. Literalmente. Filha de um cardiologista e uma nutricionista, nunca precisou chorar por não ter algo. Seu pai, ao contrário, passou anos lutando para ter a fortuna que conseguiu construir. Marcelo nasceu na favela...