Dez

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Julia narrando

A dor do luto é cruel. Minha mente me levava a poucas situações que tive a chance de viver com meu avô e aquilo doía tanto. Lembrava da Julia de 9 anos de idade sentada no seu colo ouvindo histórias de guerras entre pessoas boas e pessoas ruins – que até então eu pensava que eram fictícias. Lembrava do seu rosto alegre e sorridente cada vez que chegava na minha casa e eu corria para abraçá-lo. Lembrava do cheiro do seu perfume. Da forma que ele ficava irritado quando a eu de 4 anos se pendurava em suas pernas.

Eu não sabia ao certo porque ainda estava na casa do meu tio. Ele pediu que ficássemos todos juntos até que essa ferida se curasse, disse que com o apoio um do outro seria mais fácil. Mas eu não quero processar aquela informação. Quero fazer qualquer coisa que me leve a esquecer isso. Não quero me lembrar do meu avô ensanguentado, quero me lembrar do meu avô com um coração batendo e contando piadas ruins.

Tava difícil ficar naquela casa triste. Todos andavam e agiam como robôs. Alguns (Thiago) apenas se trancavam no quarto e recusava conversar com qualquer pessoa, eu entendia. Todo mundo tem uma forma diferente de reagir as coisas da vida. Desliguei meu celular para evitar ler todas aquelas mensagens que meus amigos mandavam de "sinto muito" ou "ele era uma boa pessoa", só me fazia reviver o momento em que vi o seu corpo.

A noite, andei até a sala e liguei a televisão, colocando num canal que passava desenho, para me distrair. Apoiei minha cabeça no braço do sofá e soltei um suspiro pesado. Olhei para o lado quando senti o sofá afundar e vi Gustavo sentado ali, com as mãos cobrindo o rosto. Voltei a prestar atenção na TV, que exibia um desenho novo, eu acho. Senti o olhar de Gustavo em mim e me virei, o olhando também. Ele tinha os olhos vermelhos e pupilas dilatadas, devia ter chorado bastante.

Consertei meu corpo no sofá, ficando sentada em cima dos meus pés. Gustavo se aproximou de mim como se tivesse certeza absoluta do que estava fazendo, olhou nos meus olhos uma última vez antes de me beijar. Fiquei parada, surpresa por alguns segundos, depois retribui seu beijo, pondo minhas mãos frias no seu rosto quente. Ele segurou minha cintura com firmeza, fazendo um pouco de pressão na região.

Quando notei, estava deitada no sofá com seu corpo por cima do meu. Interrompi o beijo e o olhei, ambos estávamos com a respiração ofegante e nem sabíamos o que estávamos fazendo direito, mas isso não foi motivo o suficiente pra parar. Gustavo correu os dedos pelo meu bumbum por cima do short, eu sentia seu membro enrijecido fazendo pressão contra minha coxa. Puxei seu rosto para baixo, voltando a beijá-lo. Naquele momento, ele era como uma droga para mim. Anestesiava, trazia uma adrenalina fora do comum, me deixava completamente livre de tristeza. Sabia que estava sendo usada, mas não me importava, porque eu também tava usando ele.

Estávamos perdendo o controle no sofá, ele me pegou no colo e subiu as escadas me beijando, abriu a porta do seu quarto sem nem mesmo precisar olhar e me deitou na cama. O vi trancar a porta, logo depois tirar a camisa, voltando até mim. Beijou minha boca por breves segundos, para começar a beijar meu pescoço e clavícula em seguida. Pressionei meus lábios para conter os gemidos. Gustavo puxou minha camiseta para cima, a tirando com velocidade, e distribuiu chupões pelas partes descobertas dos meus seios. Seus lábios deixavam vestígios claros do desejo que sentia. Empurrei seus ombros, nos trocando de posição e sentando no seu colo. Enquanto o beijava, desabotoei sua bermuda, sentindo seus dedos inquietos apertarem minhas coxas. Após deixá-lo apenas de cueca, separei nossos lábios e olhei nos seus olhos, rebolando sobre o seu membro por cima da cueca. Gustavo mordeu o lábio, soltando um gemido abafado.

Quando não pôde mais se conter, ele me deitou na cama e tirou meu short, junto à minha calcinha. Parou por uns segundos, olhando para o meu corpo, e tirou sua cueca. Gustavo me puxou para o seu colo e me penetrou lentamente, me fazendo gemer baixo. Envolvi seus ombros com meus braços e comecei a cavalgar no seu membro, sentindo a sua mão depositar um forte tapa na minha bunda, deixando a região ardida imediatamente. Ele me deu impulso para que movesse meus quadris mais rapidamente, causando em mim gemidos descontrolados.

Gustavo levou os dedos até as minhas costas, onde desabotoou e tirou meu sutiã. Ele me deitou na cama com seu corpo por cima do meu, levantou as minhas pernas até a altura da sua cintura, onde eu as cruzei. Pôs seus cotovelos apoiados do lado da minha cabeça, deixando nossos rostos próximos e acelerou seus movimentos. Arranhei suas costas com força e ele soltou um gemido rouco. Nosso suor se misturava mais a cada instante, eu sentia minhas pernas ficarem bambas enquanto já me aproximava do ápice. Olhei para os seus olhos, ele pôs sua mão na minha mandíbula, com o dedo indicador dentro da minha boca e eu o prendi com os dentes. Vi seu olhar se escurecer, antes de contorcer o meu corpo com um gemido baixo, sentindo meu orgasmo chegar.

Eu estava narcotizada enquanto Gustavo prosseguiu com seus movimentos, relaxando seu corpo pouco tempo depois ao despejar seu fluído dentro de mim. Ele deitou-se ao meu lado e ficamos por alguns segundos parados, tentando normalizar nossas respirações.

Que porra acabou de acontecer nesse quarto?


uepa 🤯

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