O músico do Leme

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Quando deu match com aquele menino quase caí dura, ele era lindo, lindo mesmo ...

Começamos a conversar, escrevia bem, solícito, quente ...

Ele gostava de rock, várias fotos postadas em bares e motos na página dele, sem contar a foto com uma estrela do mar nas mãos, moreno de praia, totalmente tentador.

Não me lembro qual o aplicativo que nos conhecemos, mas lembro de tudo que desencadeou.

Detalhe, que uma das fotos era o réveillon em família, todos eram belos, mãe e irmãos.

Incrível aquilo.

Conversamos muito e o papo esquentava rápido, trocávamos tanto, sobre tudo. Falávamos sobre trabalho, sobre música, fetiche, como palavras chegavam aos quarenta graus facilmente e adentravam a noite.

Ele falava sobre suas aventuras sexuais, ríamos muito, porque pela beleza do moço obviamente ele tinha muito a contar e contava.

Um dia eu estava no salão tratando os cabelos, lembro que naquela noite eu ia para o Rio Scenarium, um bar de dois andares muito legal aqui no Rio, é um antiquário.

No primeiro andar funciona música ao vivo, sempre um forró ou um sambinha, sempre cheio.

Várias histórias daquele inferninho!

No segundo andar as pessoas decidem para aonde vão ou sentam para degustar algo. Nesse andar os móveis estão dentro de uma antiga botica, uma farmácia antiga. Lindo.

Também tem um espaço para fumar nesse andar.

Já nesse mesmo lugar adentrando em um corredor entramos em uma pista de dança, legal que somente músicas nacionais tocam ali, ou tocavam, faz tempo que não vou lá.

No Rio Scenarium aparece de tudo, jovens, mais velhos, belos, não belos, gringos ...

Um verdadeiro banquete!

Na pista de dança temos ali uma quantidade de quadros a óleo nas paredes, a moça do brinco de pérola está lá, aquela loirinha com um lenço azul na cabeça, do Johannes Vermeer. Conhecida como a "Mona Lisa do Norte", fica lá a espionar o que aprontamos. Fico a imaginar quanto deleite, a inveja dela, que como mulher nem de longe em sua época poderia viver algo se quer parecido.

Enfim meu telefone tocou ainda lá no salão, perto da minha casa, era ele.

O convidei para ir comigo ao lugar, ele disse que se sentiria mal, pois alguns outros amigos  meus também iriam, iria se sentir deslocado.

Mas foi ...

Ao chegar lá nossos olhares se pegaram ...

E não lembro muito dos amigos, aliás, cada um foi a caça, Ronaldo era um deles, depois ele entra aqui também, meu tinderello amado!

Sei que dançamos, bebemos e nos pegamos.

Nos pegamos mesmo ...

Lembro que vi o sol raiando em uma das janelas que estávamos sentados, minto, agarrados.

Lembro que eu estava com uma camisa de renda, aqueles vazados da renda eram o suficiente para que a boca dele passeasse onde bem entendesse. Que delicia aquilo.

Esse espaço está localizado no centro da cidade do Rio, ele me convidou para dormir em um hotel por ali, aliás dormir não, fuder mesmo.

Seria uma ótima oportunidade para realizar um fetiche em um hotel barato.

Meio que Film Noir que é uma expressão francesa designada a um estilo de filme, um suspense, combinaria conosco, seríamos ótimos protagonistas.

Mas preferi ir para casa, estava cansada.

Continuamos a falar, no outro dia paramos no café Starbucks em Ipanema, ele tentou me encontrar outras vezes, mas fui resistente ao belo.

Falando em Noir, lembrei de Jéssica Rabbit!

Ele irá ler esse capítulo e vai saber que a vontade permanece ...

#quepegada 

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