Eu e São Paulo

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Não foi a primeira vez que esse Tinder me leva a amarrações em São Paulo. 

Toda vez que vou ao estado visitar uma amiga ou a uma feira do setor que trabalho, como da última vez, volto com uma paixonite de lá. 

E daquela vez diferiu, foi um pouco antes do carnaval. Adoro o nome dele, mas não posso expor aqui. Eu o apelidei com o nome de um dos ratinhos da Cinderella. 

Eu e o paulista conversamos muito, ele ainda morava com a mulher, então chegava um certo horário não nos falávamos mais, ela tinha meu nome. Lembro que quando ele ia chegando em casa parava antes em uma padaria e comprava pães, dali nos despedíamos.

Ele nunca falou mal dela, ao contrário, tinha por ela apreço, mas ambos sabiam que já era findo o tal sentimento, aquela relação. Tinham um filho pequeno, aquilo era o mais difícil para o poto final. Já separaram por um tempo, mas ele despencou financeiramente. 

Conversávamos sobre tudo, nos tornamos amigos, ele ligava para mim e ficávamos horas ao telefone, nos ouvíamos, tínhamos essa necessidade e era gostoso, ele é inteligente. 

Ele me contou sobre uma mulher que se apaixonara um tempo não muito longe, na verdade, aquilo era química, amor, paixão, tesão, tudo junto, por uma mulher com atitudes estranhas, nada conciso, tudo esquisito, ela era aqui do Rio de Janeiro. 

Ele morava com a ex, abafou essa relação por esse tempo, mas sentimentos...

Ele tentava se desenrolar daquilo, mas eram tentativas frustradas.

Lembro que quando o conheci, ele trabalhava como motorista de Uber para tentar sobreviver ao caos financeiro que sua vida tinha se tornado. 

Mas sempre de olho no mercado, era analista de sistema, dos bons, eu sentia pelo papo...

Uma vez ele esteve aqui no Rio e nos encontramos, comemos uma pizza e ele voltou para o hotel que estava. SOZINHO!

Mas isso foi depois da porrada do carnaval, ele foi crucial naquele mês de fevereiro.

Lembro que eu estava envolvida com o M de Ipanema, depois falo dele, nesse feriado de blocos e escolas de samba, sempre me escondo das muvucas, não curto aglomeração mesmo, estava com uma amiga em uma praia chamada Camboinhas. 

Quando meu telefone toca de madrugada, era a ex do M totalmente descompensada, que loucura!

Tive que dar uma certa atenção a mulher, pois sabia que a doida iria ligar para a mãe do M que tinha oitenta e seis anos, assustando aquela senhora que não conhecia até aquele momento, ela sempre fazia isso segunda a própria sogra me contou mais tarde. 

Aquilo me desestabilizou demais, foram relatos pesados. 

Enfim, quem me ajudou a digerir aquilo tudo?

Meu ratinho da Cinderella!

E assim seguimos nossa amizade, estávamos adicionados nas páginas sociais um do outro. Certo dia o vi na Europa, eu estava com M e passamos  a conversar menos, o tempo era escasso para ambos. 

Perguntei sobre a foto e ele me explicou ter saído de casa, conseguiu outro trabalho e não era mais uberista. 

Disse que assumira a Carry por um tempo, no entanto, não deu certo.

Senti meu amigo mais leve, ele também tinha problemas com um irmão e muitas vezes se via envolvido em conflitos familiares. Era barra aquilo.

Às vezes me mandava uns textos de auto ajuda que mais pareciam o papiro da bíblia...

Fazer o que? amigo serve para isso né?

Mas ele estava bem dessa vez, falamos muito sobre a vida entre outras coisas, ele disse que viria ao Rio e que dessa vez ficaríamos, eu não entendi, pensei que eu não chamei a atenção dele, mas não, segundo ele, eu sempre estava com alguém na cabeça!

#nessemomentoestouaprópriaoficinadodiabo




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