Com fotos na Europa, fotos com certificados e vestido em um doma, pensei ser um chef de cozinha.
Sério, muito contido em palavras, notei que não se tratava de mais um homem sem muito conhecimento.
Ele não era cozinheiro, mas sim doutorando em uma área específica de direito. Um currículo extenso. Pedi uma página social, ele disparou de Instagram ao Lattes. Logo pensei, virei uma formiga!
Conversamos sobre tanta coisa, até que fomos para o presencial.
Ele era mais baixo que eu sim, um coroa interessante, simpático (muito diferente do virtual), não era sucinto como no whatsapp. Falou sobre a vida amorosa, sobre a vida profissional e paixão retomada pela vida acadêmica.
Ele levou uma pizza, um rose, um champanhe (provém do francês "champagne" e é um substantivo masculino) e uma coca cola zero açúcar que não suporto.
Sentamos a mesa que o motel Corinto tem em seus charmosos apartamentos, aliás, os decoradores são de uma excelência inquestionável. Conversamos sobre tanta coisa.
Na verdade, eu estava animada, abri uma garra de vinho duas horas antes do nosso encontro.
O rose, era uma garrafa branca com rótulo salmão, achei um pouco adocicado, mas a cor estava perfeita e o sabor bem delicado.
Escolhi a iluminação, detesto luz direta e pronto, uma delícia e aprovado por ele também.
Eu percebi que durante a conversa, ele observava minha mãos, me olhava nos olhos. Enquanto eu comia a dona redonda, que era uma delícia, tinha catupiri e peito de peru e cebola.
E falamos sobre a área de direito que ele atuava, de repente disse ter que ir ao carro apanhar algo. Voltou com um livro por ele escrito. O tema é atual, não vou mencionar para não expor o tinderello. Ele disse que uma parte do livro eu iria adorar, por eu ser politizada.
Me senti alguém menos burra. Em alguns momentos ele dizia, que estava feliz por ter alguém que podia trocar. Fiquei muito lisonjeada.
Ele em um certo momento foi para a cama, não me convidou, me deixando muito a vontade.
Ele pediu um pouco de vinho e acabei deitando na baixinha de quatro, a cama.
E começaram os abraços, os cafunés e o resto foi também.
Com ele não foi aquele sexo ardente, mas foi bom, foi o suficiente e apagamos.
Escrevemos o dia inteiro, cada um no seu quadrado, ele os artigos e eu o teatro.
Disse que iria me ligar quando chegasse em casa, depois ao acordar.
Não curto homens que pagam motel com dinheiro, não com o cartão, sempre parece que estão se escondendo, embora em suas páginas sociais não tivessem indícios.
Mesmo assim...
Vou falar de mim, me sinto muito bem com homens que saibam mais que eu, aliás com qualquer um que saiba mais que eu, porque tenho oportunidade de aprendizado.
Aprendemos muito, os professores universitários também portam de uma excelência didática arrebatadora. Amo os professores!
Gosto de homens politizados, os que não gostam de falar sobre políticas, são alienados que em nada parecem contribuir para um país melhor. Gosto de homens de esquerda, são mais preocupados com as pessoas menos favorecidas.
Gosto de homens sem religião, gosto de homens que praticam esportes para uma saúde melhor, gosto de homens elegantes que saibam pousar os talheres nos pratos, amo homens perfumados, gosto de homens que usam óculos (Paralamas do Sucesso), gosto de homens que não batam a porta de carro e gosto de homens que tratam as mulheres com delicadeza.
Isso resume o que procuro, nem que seja para uma única saída e M foi tudo isso.
Foi gostoso apagar ao lado dele.
E pelo que notei, ele também curtiu.
Ele curtiu tudo. Foi uma delícia!
#amolivros